“Zé Susto e a Bíblia
dos Sonhos”
A LENDA DE SANTA
SYLVIA
Helena Vasconcelos
Título: Zé Susto e a Bíblia
dos Sonhos Autor: Sylvia
Plath Tradutor:
Ana Luisa Faria Editor: Assírio
& Alvim, Lisboa Ano: 1995 |
Estes
textos em prosa de Sylvia Plath foram seleccionados e editados pelo marido, o
escritor Ted Hughes, que escreve o prefácio, onde exibe uma razoável dose de
ressentimento e algumas falhas de julgamento. Bastante autobiográficos, são
uma espécie de “compêndio” das possibilidades de revelação de Sylvia
Plath, a personagem central de uma tragédia que parece não ter fim; e, ainda
um “compêndio” dos termos caros à autora – o medo, a insegurança, a
inveja, a desilusão.
Quando se fala de Sylvia Plath começa-se do fim, ou seja, a sua
morte é o ponto de partida para os acontecimentos de uma vida só explicáveis
à luz do suicídio e início também de um percurso de consagração como
poetisa, contista, romancista e desenhadora, ao mesmo tempo que se tornava o
emblema de (um certo) feminismo, em contraponto com a imagem de mulher histérica
e depressiva (numa época pré-Prozac); além de ser pomo de discórdia dos
infindáveis litígios em que o ex-marido, o poeta inglês Ted Hughes, tem o
papel dominante. |
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Se a sua poesia está ligada à morte e a uma certa existência além-túmulo,
os seus textos em prosa, como os de “Zé Susto e a Bíblia dos Sonhos”, têm
uma relação forte com a vida.
A história de Sylvia Plath (1932-1963) é conhecida: uma jovem,
talentosa e neurótica poetisa americana a estudar, com uma Bolsa Fullbright, em
Cambridge, Inglaterra, encontra o homem dos seus sonhos, Casam-se. Ele, também
poeta, ambicioso, continua a desenvolver a sua brilhante carreira. Ela luta para
fazer o mesmo. Viajam e trabalham juntos. Têm dois filhos, muitos amigos cultos,
uma família, falta de dinheiro. Mudam de casa várias vezes, ele aborrece-se
quando ela não lhe cose os botões do casaco, ela deixa a loiça por lavar
durante vários dias. Ela sente que o sucesso tarda a chegar. Ter duas crianças
não ajuda. O marido é infiel, separam-se. Nos meses que se seguem, ela escreve
os melhores poemas da sua vida, os mais dramáticos e poderosos. Num esforço
sobre-humano para conseguir uma “vida só dela” submete-os a vários
editores que os rejeitam por serem “extremistas” e “desesperados”. Aos
trinta anos, num país que não é o seu, isola como pode o quarto onde dormem
os filhos, liga o gás na cozinha e mete a cabeça no forno. É a manhã gélida
do dia 11 de Fevereiro de 1963, em Londres.
Deixa mais de 250 poemas, um número indeterminado de textos em
prosa e um romance completo, “A Campânula de Vidro”, publicado uns dias
antes, sob pseudónimo (Victoria Lucas). Depois do inquérito é enterrada no
Yorkshire, perto do território das irmãs Brontë, junto de outros membros da
família do marido. Este manda escrever na pedra tumular: “Even among
fierce flames, The golden lotus can be planted”. Na cerimónia estão
alguns membros da família e um casal amigo. Em Boston a mãe julga que a filha
morreu de pneumonia.
Como ela não deixou testamento, o marido herda todos os direitos
literários. Destrói-lhe o Diário dos últimos meses de vida e, juntamente com
a irmã, Olwyn Hughes, começa uma guerra, que dura até hoje, para controlar
tudo o que vem a lume sobre, e, da mulher.
Sylvia Plath torna-se famosa. Amigos e conhecidos especulam sobre a
sua “loucura”, “histeria” e “sentimento de auto-destruição”,
procuram explicações para o seu acto. Fala-se do trauma da morte do Pai,
quando ela tinha 8 anos, dos electrochoques que recebeu no Hospital em Boston
depois da primeira tentativa de suicídio, em 1953 quando tinha 20 anos, e do
desespero da ruptura do casamento com Ted Hughes. O crítico A Alvarez sugeriu
que Sylvia nunca teve intenção de se matar.
Tudo o que escreveu passou a “best-seller”. As feministas
apoderaram-se da imagem de Sylvia, transformaram-na em “mártir” da tirania
dos homens, do marido em particular, e fizeram dela um ícone, “Santa
Sylvia” do sofrimento. Vandalizam-lhe o túmulo, tentando apagar o nome Hughes
da inscrição fúnebre e recitam-lhe os poemas, as “pepitas negras de pura fúria”,
como se fossem ladainhas. Quanto a Hughes, a sua reputação de marido infiel,
chauvinista e misógino não foi favorecida pelo facto de a mulher por quem ele
deixou Plath, Assia Wevill, num
“déjà vu” macabro, se ter gaseado até à morte, juntamente com a filha de
ambos, de dois anos.
Do outro lado da barricada, as hostes aglomeram-se em torno dos
Hughes. Ted fora um desgraçado que tivera de suportar o ciúme e a violência
da mulher e Sylvia seria uma desequilibrada, uma americana superficial que,
segundo Antonia Byatt, que a conheceu em Cambridge, “escrevia para revistas
femininas como a “Mademoiselle” e a “Seventeen”, usava um bâton
demasiado vermelho e o cabelo demasiado louro e [era] uma criatura totalmente
artificial sem nenhum sentido da realidade.
Escrevia belas palavras mas não havia ninguém por detrás delas”.
Lady Lazarus e Lady Marilyn
O mito estava criado. A segunda vida de Sylvia Plath, o renascer a
que ela tanto aspirava, a “Lady Lazarus” que povoa os seus escritos, começava
a caminhada. Tal como Marilyn Monroe, com quem é frequentemente comparada,
Sylvia Plath sobrevive no imaginário colectivo, provocando reacções fortes e
contraditórias. É verdade que se suicidaram e que em ambos os casos
subsistiram dúvidas quanto ao veredicto. Sobre esses acontecimentos paira uma
nuvem de dúvida e de controvérsia e há quem defenda a pouco provável tese de
assassínio. Tanto uma como a outra queria desesperadamente chamar a atenção,
saber se alguém ainda se preocupava com elas, saber se ainda era possível
serem amadas e, acima de tudo, admiradas. Ambas desejaram agradar aos homens em
geral com o intuito final de serem adoradas por um homem em particular, o homem
absoluto, diferente de todos. Em resumo, o primeiro e último homem, o homem
impossível, aquele que, no fim de contas viria a ser o único que não as
saberia (ou poderia) amar. Outro dos paradoxos das suas vidas é que tinham tudo
para serem felizes, como se diz nos livros de histórias, e, perfeccionistas,
nada as fazia sobreviver e conviver com amores mais-que-imperfeitos.
Uma biógrafa de Plath, Janet Malcom, faz dela o emblema da passagem
ritual da América matriarcal dos anos cinquenta, um período esquizóide de
mentiras e hipocrisias, para a dura Inglaterra patriarcal do pós-guerra que a
“arrasta, a submete, a avilta, a humilha... libertando a sua identidade poética
que (é) agressiva, rude e violentamente sexual”. Marilyn Monroe, de uma forma
diferente, cumpriu também esse rito de passagem. “Zé Susto e a Bíblia dos
Sonhos”, apesar das falhas de edição de Ted Hughes, é como um “compêndio”
de pistas para conhecer mais profundamente Sylvia Plath, a personagem de uma
tragédia que parece não ter fim.
Sinais de infelicidade
Nesse Inverno londrino do ano de 1962, tal como Virginia Woolf, com
quem se identificava, Sylvia estava a passar por um dos seus estados depressivos.
Nevava, ela só conseguia dormir com soporíferos, sentia-se doente e não
conseguia superar a terrível falta do marido. Para além disso, cada vez se
tornava mais difícil fazer coexistir o seu trabalho de escrita com a
necessidade de tratar, sozinha, dos dois filhos muito pequenos. Desde a separação,
em Setembro, escrevia sem parar e tentava recuperar uma vida que lhe pudesse
pertencer. No mês de Outubro de 1962 escrevera mais de vinte poemas. A 27, dia
dos seus anos, concluíra “Ariel” e “Poppies in October”. Procurava uma
casa em Londres para fugir de Devon, onde passara os últimos dias com Ted.
Clarisse Roche, uma amiga, recorda que passou uns dias com Sylvia nessa casa
assombrada pelo desgosto e pela deserção de Hughes. Eram bem visíveis os
sinais de infelicidade. Sylvia falou sem parar, tentando fazer humor a partir
das descrições das cenas conjugais, e repetindo que todas as experiências,
boas e más, constituem a massa de que são feitos os escritores.
Passado o Natal, sozinha com as crianças e tentando fazer tudo ao
mesmo tempo, escreveu para Marcia Brown, uma outra amiga, queixando-se:
“[Estou] de rastos, com isto de ser mulher de negócios, lavradora – colhi
maçãs de 70 macieiras, pendurei as cebolas, extraí e envasei o meu próprio
mel, etc. – mãe, escritora e tão desesperada que dava o que quer que fosse
para estar sozinha”. Em Janeiro, numa contagem decrescente daqueles que viriam
a ser os últimos dias da sua vida, Sylvia estava só com as crianças, sujeita
a um frio intolerável, com frequentes cortes de energia, canos entupidos pelo
gelo, inundações, e falhas de toda a espécie, devido às piores condições
atmosféricas dos últimos anos, em Londres. Sem coragem para sair de casa e
doente, arranjou forças para escrever o conto “A Ofensiva da Neve”, num tom
cómico, com a sua habilidade para tratar as piores situações como se fossem
uma anedota. Esta pretensa heroicidade estava ligada ao facto de ela querer
aparentar uma coragem que não tinha. Uma coragem que invejava nos ingleses,
cujas memórias da Guerra e do “blitz” estavam ainda frescas.
Mas esse sentimento era acompanhado de desdém pelas condições
“dickensianas” da vida em Londres, em comparação com as da sua terra
natal. As reminiscências do tempo antes do casamento com Ted Hughes e do “exílio”
em Inglaterra deram origem aos contos “Ocean 1212-W” e “América! América!”.
Nessas manhãs cinzentas do final de 1962, ela lembrou os tempos felizes da sua
infância, quando ia para casa dos avós à beira-mar, e ouvia a mãe
recitar-lhe Matthew Arnold, exactamente como em “Ocean 1212-W” (o número de
telefone dos avós, que ela nunca esqueceu) e que é uma evocação dos dias de
luz antes das trevas, ou seja, antes da morte do pai, Otto Plath, em Novembro de
1940, tinha ela acabado de fazer 8 anos. Essa imagem de felicidade perdida ficará
para sempre enclausurada numa “campânula de vidro”, como um navio numa
garrafa.
Por outro lado, em “América! América!” descreve, com humor cáustico,
a vida nos colégios americanos, baseando-se na sua experiência, tal como já
fizera em “Iniciação”que fora escrito dez anos antes e que desvenda as
praxes de integração na irmandade do liceu em Wellesley para onde os Plath se
haviam mudado depois da morte de Otto. Nessa altura, Sylvia trabalhava muito e
namorava com não menos aplicação, tentando encontrar um homem intelectual que
fosse, ao mesmo tempo, um atleta, que soubesse nadar e fazer “ski”. Uma
profunda insegurança fazia-a procurar freneticamente mais e melhores formas de
se ultrapassar a si própria. Acreditava que o Amor, com maiúscula, seria uma
consequência das suas realizações e das suas vitórias. Sem elas, nunca
poderia ser desejada e, consequentemente, amada.
O namoro com Dick Norton, em quem ela admirava a “capacidade científica”,
e um dos que mais a marcou, estava tão esgotado como ela. “O Domingo dos
Minton”, em que ela é Elizabeth e Dick é Henry, reflecte a tensão e cansaço
que se estabelecera entre ambos. O preconceito de que as mulheres são “sensíveis
“ e os homens “analíticos” irritava-a. Mais tarde, queixou-se de que a
sociedade dos anos cinquenta, em que ela crescera, pouco tinha feito para
reconhecer e incentivar o talento individual, não dando lugar aos artistas. Em
Janeiro de 1953, atormentada por insónias, extenuada com trabalho e tentando
estar à altura de todas as expectativas, foi para as montanhas com Dick e lançou-se
numa descida de ski, caiu e partiu uma perna. Depois de um verão em Nova Iorque
a trabalhar para a revista “Mademoiselle” e em que parecia que o futuro se
abria à sua frente cheio de promessas, tentou matar-se. Desapareceu de casa, e
foi encontrada pelo irmão dois dias depois, numa arrecadação da casa, mais
morta do que viva, desfigurada e momentaneamente cega. Tinha ingerido o conteúdo
do frasco de comprimidos para dormir da mãe. Depois de um tratamento psiquiátrico
durante o qual “tudo lhe fazia doer” e em que ela sentia “fogo sob a pele”,
voltou para o “campus” em Smith College, determinada a “ser normal”.
Tornou-se mesmo uma celebridade em certos círculos onde o seu humor excessivo e
os seus triunfos a nível académico lhe granjearam uma aura especial, que ela
explorava ao máximo.
No ano da sua formatura (“summa cum laude”), 1954-55, escreveu
os contos “Nas montanhas”. “Hemingwayno”, sobre a sua relação com Dick
Norton, e “O Super-Homem e o Fato Novo de Paula Brown”, um relato tortuoso
sobre uma criança que perde o Pai. É uma história de guerra, em que os temas
caros à autora, como o medo, inveja, a desconfiança e a desilusão, têm uma
função primordial, como essencial é o facto de a felicidade, construída com
esforço, poder ser destruída quando a realidade colide com a imaginação.
Juntamente com “O Sombra”, “Entre os Abelhões” e “O Rochedo Verde”,
foca a insegurança e o medo de “não pertencer a nenhum lado”. Este
sentimento de perpétuo exílio era exacerbado pelo facto de o Pai ser de origem
alemã, (e a Mãe, austríaca), algo não muito cómodo, na América do pós-guerra.
A imagem do Pai é uma das mais poderosas na obra de Sylvia. Otto
Plath, professor de Entomologia na Universidade de Boston, tinha 46 anos quando
ela nasceu. Adorava a filha e tratava-a como alguém muito especial. Também
tinha uma paixão por abelhas e era considerado um perito no assunto, sobre o
qual escreveu um Tratado ( “Bumblebees and Their Ways”, 1934). A sua morte
representou, para Sylvia, a primeira de uma série de rejeições. Quando
pensava no suicídio, sentia que o pai a “puxava para o túmulo”. A sua
imponente figura (“My colossal Father”)tornou-se mais importante, como
imagem, na fantasia da filha, do que alguma vez fora em vida. “Entre os Abelhões”
é um dos vários textos em que Plath liga a imagem do Pai com a das colónias
de abelhas que ele tão bem conhecia.
Para o marido, transferiu a ideia de um homem “alto e arrogante”,
“um verdadeiro gigante”, que a pudesse dominar, proteger, mas também
torturar. Esses sentimentos estão claramente expressos na sua poesia. Nos
textos em prosa “A Viúva Mangada” e “Aquela Viúva Mangada”, escritos
logo a seguir ao casamento, em 1956, ainda existe uma imagem de quase felicidade
conjugal, rapidamente dissipada pelas suspeitas de infidelidade de Hughes.
Em 1958, Sylvia teve outra das suas depressões. Estava a passar uma
temporada em Boston com Ted. Teve de voltar às sessões de terapia com a sua
psicanalista, a Dra. Beuscher. Durante a maior parte das consultas, chorava
descontroladamente e parecia não ser capaz de se adaptar à vida de casada que
ela imaginara perfeita, como nos contos de fadas. Desesperadamente, tentava ser
uma segunda versão da sua eficiente e diligente mãe, Aurelia Plath, por quem
nutria sentimentos fortemente contraditórios. A frase da Dr.a Beutscher,
“Autorizo-a a odiar a sua Mãe”, fê-la melhorar. Começou a escrever o
conto “A Águia de Quinze Dólares” e arranjou um emprego como secretária na
clínica psiquiátrica do Hospital. Tinha de passar à máquina os relatórios
dos pacientes. Dessa experiência surgiram os contos, “As Filhas da Rua das
Flores” e “Zé Susto e a Bíblia dos Sonhos”. Neste último, a narradora
leva uma vida dupla. Tal como Sylvia, aparenta ser simpática, cheia de humor e
boa trabalhadora, enquanto que, secretamente, faz um contrato com o Diabo (Zé
Susto, o Deus do Pânico) para quem colige provas para os seus ficheiros
secretos. Toda a lógica do conto é puramente onírica: o medo é o verdadeiro
senhor do Universo, os médicos são loucos e os pacientes é que estão sãos,
os médicos que administram a “cura” são instrumentos da vontade do “Zé
Susto”. No final, todos pertencem ao mesmo sonho, ou melhor, pesadelo, um
pesadelo real para Sylvia que nunca esqueceu o tratamento com electrochoques,
quando da sua outra tentativa de suicídio, uma experiência que descreve em
“Línguas de Pedra”, onde fala da decadência do corpo, a “inevitável
corrupção da carne”. O “Quinquagésimo Nono Urso”, inspirado numa viagem
a Yellowstone Park com Ted, exprime o inexorável desgaste do casamento e
denuncia já o cansaço e a fricção que existia entre ambos.
Foi Ted Hughes quem seleccionou e editou estes textos, agora
traduzidos, que tiveram a sua primeira edição em Inglaterra em 1977 e uma
subsequente (e aumentada), nos EUA, em 1979. É ele quem escreve um prefácio,
demonstrando uma dose razoável de ressentimento, e certas falhas de julgamento,
muito bem apontadas, aliás, pela tradutora portuguesa, Ana Luisa Faria, cujo
trabalho merece ser realçado, pelo rigor e conhecimentos sobre a autora e a sua
técnica narrativa.
Nota:
Resta
acrescentar alguns dados sobre a obra conhecida de Sylvia Plath. (Há
manuscritos que estão selados em bibliotecas até ao ano 2013). A colectânea
de Poemas “Ariel” foi publicada em Inglaterra, em 1965. A selecção de
Hughes não respeitou a da autora, o mesmo acontecendo à edição americana, no
ano seguinte. Em 1967, “A Campânula de Vidro” (traduzido para português)
foi publicado em Inglaterra sob o verdadeiro nome e O Colosso (1.ª edição:
1960) foi reeditado. Em 1970, o manuscrito de um segundo romance inacabado,
“Double Exposure” desapareceu misteriosamente. Em 1982, o Pullitzer de
Poesia foi atribuído a “Collected Poems”. Apesar deste Prémio raramente
ser póstumo, o júri decidiu que a “excelência da técnica, aliada à
poderosa expressão das emoções” era justificação. A autora, que acreditou
na força da sua obra e que procurou a perfeição na escrita, teria ficado
encantada. Mas o reconhecimento chegou tarde.
(Livros recomendados: “Sylvia Plath.
A
Biography”, Linda W. Wagner-Martin, Ed. Simon & Shuster.
“Bitter Fame. A Life of Sylvia Plath”,
Anne Stevenson, Ed.
Houghton
Mifflin (no qual são diversas vezes referidos Hélder Macedo e Suzette Macedo;
Hélder Macedo é “poeta português que se auto-exilou durante o regime de
Salazar”. Os casais Hughes e Macedo tornaram-se amigos).
“The Death and Life of Sylvia Plath”,
Ronald Hayman, Ed. Heinemann.
“The Haunting of Sylvia Plath”,
Jacqueline Rose, Ed. Virago.
“The Silent Woman: Sylvia Plath and Ted
Hughes”, Janet Malcom, Ed. Knopf).
Artigo publicado
na secção “LEITURAS” do jornal “PÚBLICO”, de 23 de Dezembro de 1995