30-8-2006
"MONARQUIA LUSITANA" e os seus autores
A edição em papel da "Monarquia Lusitana" mencionada é a edição facsimilada da IN-CM de 1973-1978
A versão online dos primeiros seis volumes é da Biblioteca Bizkaya. Quando referidas a esta, as páginas indicadas são as do software.
FREI BERNARDO DE BRITO
Frei Bernardo de Brito chamou-se na vida civil (no século, como então se dizia) Baltasar de Brito de Andrade. Nasceu em Almeida em 13 de Setembro de 1568 (segundo Frei Fortunato de São Boaventura), sendo filho de Pedro Cardoso e de Maria Brito de Andrade. Ainda muito jovem, seu pai mandou-o estudar para Roma onde permaneceu alguns anos. Em 1985, ingressou na Ordem de Cister e foi mandado estudar para Coimbra pelos seus superiores. Entretanto, dedicou-se com afinco ao estudo da história, tanto assim que apenas ficou Doutor em Teologia em 12 de Abril de 1606. Concebeu uma grandiosa história de Portugal, começando desde o princípio do mundo, mas apenas publicou os dois primeiros volumes, a primeira parte em 1597 e a segunda em 1609. O Rei de Espanha nomeou-o Cronista Mor do Reino por Carta de 12 de Julho de 1614. |
A sua obra foi muito criticada. Embora a sua escrita fosse perfeita, como historiador deixou bastante a desejar, o que não admira, dada a falta de documentos históricos. O seu principal crítico foi Diogo de Paiva de Andrade, que, ressaibiado por não ter sido nomeado Cronista Mor do Reino (sucedendo assim a seu pai, Francisco de Andrade) publicou Exame de Antiguidades (ver bibliografia), onde o critica asperamente, limitando-se, porém, a visar o livro I da Primeira parte. Frei Bernardo de Brito não quis ou não teve tempo de lhe responder, pois veio a falecer na sua terra natal em 27 de Fevereiro de 1617. Diogo de Paiva de Andrade não prosseguiu a sua obra.
Contra Diogo de Paiva de Andrade, veio a público defendê-lo o seu confrade Fr. Bernardino da Silva que publicou a “Defensão da Monarchia Lusitana” em duas partes, a primeira publicada em Coimbra em 1620 e a segunda em Lisboa em 1627, obra muito apreciada pelos críticos, pois está bem escrita em “linguagem correcta e elegante, quanto o permite o assunto; e que o autor advogou a sua causa do melhor modo que lhe era possível” (Inocêncio).
Para mais detalhes, consultar Barbosa Machado.
Primeira Parte da Monarquia Lusitana, contém as histórias de Portugal desde a criação do mundo até o nascimento de nosso senhor Jesus Cristo / por Frei Bernardo de Brito ; introdução de A. da Silva Rego ; notas A. A. Banha de Andrade e M. dos Santos Alves. - 1973. - XXX p., 416, 6 f., 191 p. ; . –
Online:
Impressão: Mosteiro de Alcobaça, 1597
Livros I a III
Texto – Págs. 35 a 872
Geografia de Portugal – Págs. 873 a 888
Tábua dos livros e capítulos: Págs. 21 a 34
Segunda Parte da Monarquia Lusitana em que se continuam as histórias de Portugal desde o nascimento do nosso salvador Iesu Christo até ser dado em dote ao Conde Dom Henrique, por Frei Bernardo de Brito ; introdução de A. da Silva Rego ; notas de A. A. Banha de Andrade e M. dos Santos Alves. - 1975. - XIX p., 393 f., 128 p. ; . –
Online:
Impressão: Pedro Craesbeeck – 1609
Livros IV a VII
Texto – Págs. 9 a 793
Poemas de Manuel Severim de Faria - Pág. 794
Índice alfabético de assuntos: Págs. 795 a 826
FREI ANTÓNIO BRANDÃO
Fr. António Brandão foi natural de Alcobaça, chamou-se no século Marcos e foi filho de Rui Dias Rebelo e de Jerónima Brandoa. Entrou para a Ordem de Cister em 27 de Outubro de 1599 e professou a 22 de Novembro do ano seguinte. De 1612 a 1615 foi mandado pelos seus superiores ensinar a filosofia aristotélica no Mosteiro do Bouro. Mais tarde foi estudar para Coimbra onde ficou Doutor em Teologia em 1621. Nos assentos da Universidade, aparece com o nome de António de Nazareth.
Os Cirtecienses tinham todo o interesse em que o cargo de Cronista Mor do Reino permanecesse no interior da Ordem, mas assim não aconteceu. Em 1620, o Rei de Espanha nomeou Cronista Mor, D. Manuel de Menezes, mas pediu ao Geral da Ordem de Cister que indicasse um religioso que prosseguisse a redacção da Monarquia Lusitana. A escolha recaiu em Fr. António Brandão. Durante 10 anos, este correu o País à cata de documentos , tendo acumulado dez volumes de apontamentos. Foi aos conventos de cartórios de Santa Cruz, Lorvão, Arouca, Salzedas, S. João de Tarouca, Semide (Coimbra), Alcobaça e depois à Torre do Tombo. A certa altura, tomou por ajudante seu sobrinho, filho de sua irmã Ana, Fr. Francisco Brandão, que mais tarde prosseguiria a redacção da obra.
Entretanto foi nomeado Cronista Mor do Reino, após a morte de Manuel de Menezes em 28 de Julho de 1628.
Escreveu as 3.ª e 4.ª partes da Monarquia Lusitana, publicadas em 1632, além de outras obras. Não escreve tão bem como Frei Bernardo de Brito, mas revelou-se um historiador fidedigno como é por todos reconhecido. Foi eleito Abade Geral da sua Congregação em 1 de Maio de 1636, mas veio a falecer em 27 de Novembro de 1637.
Para mais detalhes, consultar Barbosa Machado.
Terceira Parte da Monarquia Lusitana que contém a História de Portugal desde o Conde Dom Henrique, até todo o reinado de el rei D. Afonso Henriques / por Frei António Brandão ; introdução de A. da Silva Rego ; notas de A. Dias Farinha e Eduardo dos Santos. - 1973. - XXXII p., 300 fl.,215 p. ; . –
Online:
Impressão: Pedro Craesbeeck – 1632
Livros VIII a XI
Texto: Págs. 13 a 551
Documentos: Págs. 553 a 612
Tábua dos Livros e Capítulos: Págs. 613 a 619
Índice alfabético: Págs. 620 a 651
Quarta Parte da Monarquia Lusitana que contém a história de Portugal desde o tempo de el rei D. Sancho I até todo o reinado de el rei D. Afonso III / por Frei Francisco Brandão; notas de A. Dias Farinha e Eduardo dos Santos. - 1976. - XXI p., 332, 20 f., 205 p. ; . –
Online:
Impressão: Pedro Craesbeeck – 1632
Livros XI a XV
Texto: Págs. 13 a 527
Documentos: Págs. 529 a 583
Tábua dos livros e capítulos: Págs. 585 a 592
Índice alfabético : Págs. 593 a 628
FREI FRANCISCO BRANDÃO
Fr. Francisco Brandão nasceu também em Alcobaça em 1601, sendo filho de Gaspar Salvado e de Ana Brandoa. Entrou na Ordem de Cister em 25 de Agosto de 1618 e professou em 28 de Agosto de 1619, tomando o nome de Frei Francisco de Sant’Ana. Também ele estudou Teologia em Coimbra, ficando Doutor em 13 de Abril de 1636. Além de outros títulos, foi nomeado Qualificador do Santo Ofício em 27 de Agosto de 1642 e Cronista Mor do Reino por Carta de 9 de Janeiro de 1644.
Publicou a 5.ª parte da Monarquia Lusitana em 1650 e a 6.ª parte em 1672. Veio a falecer em Lisboa em 28 de Abril de 1680.
Para mais detalhes, consultar Barbosa Machado.
Quinta Parte da Monarquia Lusitana que contém a história dos primeiros 23 anos de el rei D. Dinis / por Frei Francisco Brandão ; introdução de A. da Silva Rego ; notas de A. Dias Farinha e Eduardo dos Santos. - 1976. - XXI, 332, 36, 205, 1 p. . –
Online:
Impressão: Pedro Craesbeeck – 1650
Livros XVI e XVII
Texto: Págs. 17 a 605
Documentos: Págs. 607 a 688
Índice alfabético: Págs. 669 a 704
Sexta Parte da Monarquia Lusitana contém a história dos ultimos 23 anos de el rei D. Dinis / por Francisco Brandão ; introdução de A. da Silva Rego; notas de A. A. Banha de Andrade, A. Dias Farinha e Eduardo dos Santos. - 1980. - XV, p., 622 f., 201 p.; . –
Online:
Impressão: Oficina de João da Costa – 1672
Livros XVIII e XIX
Texto: Págs. 13 a 506
Vida da Rainha Santa Isabel: Págs. 507 a 546
Vida de S. Vicente: Págs. 547 a 576
Documentos: Págs. 577 a 609
Índice alfabético: Págs. 611 a 642
FREI RAFAEL DE JESUS
Ver biografia na Bibliotheca Lusitana.
Sétima Parte da Monarquia Lusitana : contém a vida de el rei D. Afonso o Quarto por excelência o Bravo / por Rafael de Jesus. - 1985. - 22, 601, 1 p. . –
Monarchia Lusitana: segundo volume da 18.ª parte /Rafael de Jesus; manuscrito original publicado por M. Lopes de Almeida, Damião Peres, César Pegado, Coimbra, Biblioteca Geral da Universidade, 1940-1942, 2 vols.
Este livro corresponde ao manuscrito indicado por Barbosa Machado com o título Vida, e acçoens do Serenissimo Rey D. João IV. com huma arvore Genealogica da Casa de Bragança. Tem dois volumes, subdivididos
1.º vol. – Liv. 11.º (1648) a 15.º (1652) – 318 págs.
2.º vol. – Liv. 16.º (1653) a 20.º (1656) – 358 págs.
Haveria um manuscrito com uma primeira parte (1600 a 1648) cujo paradeiro se ignorava. Mais tarde, reapareceu tal manuscrito e, em 1958 e 1985, respectivamente, foram publicados o primeiro (556 págs.) e segundo (501 págs.) tomo da primeira parte.
FREI MANUEL DOS SANTOS
Ver biografia na Bibliotheca Lusitana.
Oitava Parte da Monarquia Lusitana: contém a história e sucessos memoráveis do reino de Portugal no tempo de el rei D. Fernando, a eleição de el rei D. João I, com muitas noticias da Europa / por Frei Manuel dos Santos. - 1988. - 22, 790, 15 p.
TEXTOS CONSULTADOS
De ordem geral:
Grande enciclopédia Portuguesa e Brasileira
Verbo enciclopédia luso-brasileira de cultura
Bibliotheca lusitana historica, critica, e cronologica : na qual se comprehende a noticia dos authores portuguezes, e das obras, que compuserão desde o tempo da promulgação da Ley da Graça até ao tempo presente, por Diogo Barbosa Machado (1682-1772), 4 vols., 1741.
Innocencio Francisco da Silva, Diccionario bibliographico portuguez e estudos applicaveis a Portugal e ao Brasil
Monarquia Lusitana, por Frei Bernardo de Brito e outros, introdução de A. Da Silva Rego, nota da António A. Banha de Andrade e outros, 8 vols., edição facsimilada, Lisboa, INCM, 1973-1988.
Francisco António Pintado, Caboucos da Monarchia Lusitana: “doping” de portuguesismo do literário conventual: um ensaio, Bragança, 1992
Alfredo Pimenta, Os historiógrafos de Alcobaça, Lisboa, Clássica, 1962.
“Monarquia Lusitana”, de M.E.C.F., no Dicionário de História de Portugal, coordenação de Joel Serrão, Liv. Figueirinhas, Porto, 1965.
Sobre Frei Bernardo de Brito
Frei Fortunato de São Boaventura, Memória de algumas particularidades com que se pode acrescentar e corrigir o que até ao presente se tem publicado sobre a vida e escritos do Chronista Mor, Fr. Bernardo de Brito, em História e Memórias da Academia Real das Sciencias de Lisboa. Memória dos Correspondentes, tomo VII, 1821. págs. 13-51.
Vida de Fr. Bernardo de Brito, Monge Cirterciense e Cronista-Mor do Reino, escrita de ordem da Academia Real das Ciências de Lisboa, por D. António da Visitação Freire (1769-1804), Cónego Regular de S. Vicente de Fora, Lente de Geografia e História Universal nas suas Reais Escolas, Correspondente do Número da Academia Real das Ciências e Sócio da Sociedade Real Marítima, para servir de Preliminar à reimpressão (em 1806) da MONARQUIA LUSITANA.
Online: http://www.cervantesvirtual.com/servlet/SirveObras/56810620982303885354679/index.htm
Elogio do Doutor Frey Bernardo de Brito, Religioso de Cister e Chronista Mor de Portugal, em Notícias de Portugal, escritas por Manuel Severim de Faria, acrescentadas pelo Padre D. José Barboza, na Oficina de António Isidoro da Fonseca, Lisboa, 1740.
Online: http://purl.pt/698/1/P2.html (págs. 430-440)
Gerhardi Ernesti de Franckenau (Juan Lucas Cortés), Bibliotheca Hispanica : historico-genealogico-heraldica, Leipzig, 1724
Online: http://bibliotecaforal.bizkaia.net/search/tBibliotheca+Hisp{226}anica+Hist{226}orico-Geneal{226} (págs. 72 a 74 do software)
Exame d'antiguidades composto por Diogo de Payva d'Andrada. Parte primeyra. Repartida em doze tratados, Lisboa, na oficina de Jorge Rodrigues, 1616
Defensam da monarchia lusitana, pelo Doutor Fr. Bernardino da Silva - 1.ª parte, na oficina de Nicolau Carvalho, Coimbra, 1620; 2.ª parte, por Pedro Craesbeeck, Lisboa, 1627.
Sobre Fr. António Brandão
Frei Fortunato de São Boaventura, Memória sobre a vida do do Chronista Mor, Fr. António Brandão, e o que se pode acrescentar ao Catálogo dos seus escriptos, que vem na Bibliotheca Lusitana, em História e Memórias da Academia Real das Sciencias de Lisboa. Memória dos Correspondentes, tomo VIII, 1823. págs. 36-80.
Sobre Fr. Francisco Brandão
Frei Fortunato de São Boaventura, Memória do que se pode acrescentar ao que corre impresso na Bibliotheca Lusitana sobre a vida e escriptos do Chronista Mor Fr. Francisco Brandão, em História e Memórias da Academia Real das Sciencias de Lisboa. Memória dos Correspondentes, tomo X, 1.ª parte, 1827. págs. 16-46.