10-1-2009

 

Notícia da Cidade de Benguela – 1797,

pelo

Coronel Paulo Martins Pinheiro de Lacerda

 

 

Notícia da Cidade de S. Filipe de Benguela, e dos costumes dos gentios habitantes daquele sertão

 

A Cidade de S. Filipe de Benguela está situada numa planície junto ao mar, bastantemente baixa, no seu pavimento se acha água salobra em pouca profundidade (o que talvez concorra para ser muito sujeita a moléstias). Com a dita água se regam as hortas, que aí há muitas, em que se dão bons repolhos, uvas, romãs, e boas alfaces: tem uma só freguesia, cujo orago é Nossa Senhora do Pópulo, e o nome da cidade é S. Filipe. O porto é uma baía muito desamparada aos ventos desde o Sudoeste, Oeste, Noroeste, Norte, e Nordeste, que são os ventos do mar.

Entrando para o sertão, tem ali logo um Sova vassalo, denominado Mulundo, e a três léguas distante, outro do nome Peringue; ambos são os que servem nos trabalhos de Sua Majestade. Ali no mar, desagua o rio Maribondo, de boa água, mas ninguém a vê senão nas enchentes de águas do sertão, e da que ali se bebe, e servem todos, cavando na areia do dito rio por onde ela vem filtrando. Ao Norte duas Léguas da cidade, desagua o rio Catumbela, por cuja margem há várias lavouras e moradores.

Ao Sul lhe fica um cabeço, chamado Sombreiro, e ao Sul deste a enseada dos Monos, e ao Sul pela mesma costa fica o Dombe da Quinzamba, onde há vários Sovas vassalos, que servem o presídio; a estes, e aos da Quinzamba, se chamam todos Mundombes. Ali desagua o rio de S. Francisco, que no sertão se chama Cobororom, e ali perto na costa são as grandes salinas do Sul, porque ao Norte do Catumbela há salina no sítio do Lobito, donde vem para Luanda a maior quantidade de sal. Estes negros são todos criadores de gados vacum e ovelhum, e se sustentam de leite, que lhe tiram, e deixam coalhar para lhe tirarem a manteiga, de que se servem para comer, e tratar os seus engrenhados cabelos, e lhe chamam à tal manteiga ingunde, e a coalhada, a que eles chamam mabele, é seu sustento com seu infunde (o qual é feito do farinha de milho, e outro mais miúdo chamado massambala e outro ainda mais miúdo, e muito mau chamado massango, que é o que comem os passarinhos). Estes os moem entre duas pedras, e depois fazem ao lume uma massa a que chamam Infunde, ou quita, e nós os Portugueses, Angu. Estes negros, criando tanto gado, não comem dele a carne, e só é para o vender, ou ir criando grande número, em que consiste a sua riqueza, e ostentação; mas quando qualquer destes ricos morre, então matam todo o gado que ele tem, e o comem de função nos seus gentílicos funerais, e a memória que lhe conservam é porem-lhe em cima da sepultura (que é nos caminhos, e monturos) todas as caveiras dos bois que comeram, bem escarnadas: unicamente com as armações, e com o grande número, que eles comem, lhe fica levantado um grande mausoléu, ou montão de madeira do ar, como eu vi muitos por todo este sertão de Mundombes.

Tornando-se ao Peringue, se sobe um alto, e difícil outeiro, chamado das Bimbas, deixando no baixo dele o rio Maribondo, à mão direita, caminhando para Leste, e seguindo-se uma planície de 5 léguas, a que chamam os Macangos, se torna a encontrar o rio Maribondo, e segue o caminho por ele acima por entre duas serras de pedraria, e sempre por areal, até um outeiro chamado Cutocutu, onde se juntam dois rios, que juntos é Maribondo, um vem da parte esquerda, e se chama Pacuto, e vem da Sapa, e o outro vem da direita, e se chama Quibite; há por ali muitos elefantes. Seguindo para o sertão se encontra com um grande embondeiro chamado das letras (pelas muitas inscrições que nele fazem abrindo na casca) onde põem nomes, e eras os que vão a primeira vez para o sertão. O da esquerda que vai para a Sapa, e Caconda-a-velha, onde já não há presídio, e outro à mão direita que vai pelos Quilengues, seguindo por este se chega ao rio Cobororom, que acima disse, e ali tem um Sova vassalo chamado Quilomata, e mais adiante já nos Quilengues, outro chamado Lombimbe, e logo o grande e numeroso em povo, Sova de Socoval. Todos estes são criadores de gados, e andam em contínua guerra com outros chamados Moquandos, que são de beira-mar, e vão fazer correrias de furtos de gados aos Moquilengues, onde matam alguns, e deixam muitos dos seus mortos. Dos Quilengues, quem vai para Caconda, sobe uns outeiros até chegar aos Bambes, que já é namno (que no idioma dos negros namno representa lugar, ou sertão mais alto). Nestes Bambes há vários Sovas de duas Nações, uns se chamam Munhembas, e outros Munhanecas; todos vassalos: mais vizinho é o Sova Angola, e o mais opulento em povo e terras, é o de Quipungo, e outro seu vizinho chamado Luceque; há muitos mais para a costa do mar, e Huíla como o grande em Jau, e outros muitos, todos esses ricos de gados.

São os Quilengues povoados também de muitos negros ricos, a que chamam Mohumbes, mas não são Sovas, são Capitães de seus povos por terem vindo do Humbe Grande fugidos, e se estabeleceram nos Quilengues: são muito verdadeiros, e grandes comerciantes, e os mais fiéis almocreves que conduzem as fazendas de Benguela para o sertão. O sustento de toda esta gente criadores de gados é como o dos Mundombes de Benguela. Destes Bamhes, até o Hamho Galangue em geral há infinitos Sovas vassalos, (enquanto querem); contarei alguns que me lembram: o Sova Malanca, o Quimbungo das Quipuças, o de Candende, e o de Quisata, o de Quingolo, o de Quiaio, o do Candumbo, o dos Sanos, o do Ilambo, o de Quipujo, o do Fende, o da Mupa, o de Quiquete. o de Quiruno, o do Galangue, e Bailundo etc. Estes são os do namno, que se compõe de dois sistemas, uns são chamados Quimbundos, (estes não comem carne humana); outros são chamados Quimbangalas, que a comem, e quando fazem o seu sacrifício, a que todos juntos assistem, comem todos o Macongo, que vem a ser: assim que qualquer Sova destes é aclamado, e untado pelos seus Quindures (que são os escravos do Estado, mais antigos, porque estes é que são os eleitores) mandam pelos caminhos daqueles contornos, e o primeiro miserável negro que apanham o prendem, vendam-lhe os olhos, e o levam à presença do novo Sova, o qual lhe aponta a sua machadinha ao pescoço, e logo outro com outra lhe decepa a cabeça; passam a pelá-lo como um leitão, ficando de negro, com a cor mui branca, fazem-no em pedaços, e vai a cozer em uma grande panela, misturam-lhe carne de cão, de gato, de galinha, de cabrito, de carneiro, de porco, de rato, e de todo o vivente que apanham, e depois de tudo cozido, e feito o Infunde, se juntam todos a comer da tal panelada do macongo: e até às crianças de peito lhe untam os beiços, para a todo o tempo constar que comeu macongo. Ainda resta para ser confirmado no posto de Sova ir dar uma guerra para roubar cabeças e comprar aguardente e panos, para os seus macotas e namnas (assim chamam as amigas dos Sovas,) e aos Quindures, e suas Mumbandas (que este é o nome das amigas dos mesmos), e do mais povo. Feito isto está firmado Sova enquanto eles querem, porque em lhe não agradando o seu governo, por qualquer pretexto o matam, sendo isto neles muito frequente, e têm já para isso seus matadouros; o de Galangue tem junto à sua Libata uma grande laje escorregadia, e lisa: no alto dela há um grande terreiro limpo; e no baixo outro semelhante. Quando o querem matar se juntam no terreiro de cima, e ali dançando, e cantando, e com eles o pobre Sova, até que no mesmo acto da dança o empurram pela laje abaixo, e quando lá chega, logo lhe é cortada a cabeça, e eleito outro Sova a que se seguem as mesmas cerimónias já ditas: isto é costume antigo daquela nação; não sei se ainda o continuam a praticar. Vamos á extravagância das suas guerras: tocam o seu gongue na Libata grande, e fazem o mesmo nos Quicanzos (assim chamam às vilas suas sufragâneas, ou lugarejos em que têm seus Macotas ou Capitães): imediatamente se juntam todos os de armas, e se põem em marcha sempre de noite. Mas se acontece quando vão marchando dar o cabo da acção, (que leva as ordens) uma topada, atravessar-lhe por diante cobra, veado, ou outro qualquer animal, já dali não passam, e o tomam por mau agouro, dizendo que é sinal de serem mal sucedidos, e deixam para outra ocasião aquela diligência.

A província de Galangue é a mais aprazível de todo aquele sertão; quase no meio dela há um outeirote, chamado do Cabata, onde tem uma libata fortificada; neste alto nasce de uma pedra um olho d'água, a melhor que vi em todo o sertão. Deste alto se descobre por todos os lados tudo quanto pode alcançar a vista até ao horizonte, sem embaraço algum. Esta planície é regada de muitas e boas águas, quase tudo é povoado de libatas e lavouras, que oferecem um delicioso objecto à vista. Há por aqui muitas libatas de brancos: finaliza esta província pela parte de Leste no rio Cubango. Este e o Cutato que se lhe segue para o mesmo rumo, e todos os mais, que atrás deixámos, como são o rio Qué, o rio Cúe, o rio Catape (junto ao presídio de Caconda Nova), o rio Coando (junto a Quingolo), o  rio Cala-e, o rio Cunhunganha, e outros anónimos, tributam todos no rio Cunene (que tem seu nascimento em Candumbe). Eu o vi nascer do meio de um pequeno monte, e sendo ali o seu cabedal duas telhas d'água, pouco mais ou menos, correndo ele para o Oeste, e Oeste-Sudoeste, a menos de 20 léguas  do distância, é já tão rico, que dá lugar a ter ilhas no meio em que tem libatas, como a do Sova Quimbungo das Quipuças, de um numeroso povo, e se não passa, senão em canoas. É abundantíssimo de águas todo este sertão, e seguindo para Leste do rio Cutato, seguem-se os povos Muganguelas. Já estes não usam armas de fogo, e só inumeráveis flechas, todas com farpas de ferro, feitas por eles, e cada um traz na sua aljava cento, e mais. Eu vi algumas na Libata de Bandeamuxinda fortificada, aonde havia mais de oito mil combatentes de flechas quando a fui atacar. Daqui para Leste nada mais se sabe, por não passarem, nem entrarem para lá brancos; é sertão mais doentio que o do Namno. Há por ali muita mandioca, de que eles fazem uso, quando lhe faltam os legumes de milho, feijões, e abóbora, de que há muito, mas se estes lhe não faltam deixam estar na terra a mandioca, dois e três anos, largando fogo ao palhagal, e rama nos meses de Agosto, e Setembro; e nem por isso se lhe perde nem apodrece a raiz da mandioca, como sucede na América.

Quase todos estes Muganguelas, homens, e mulheres, vestem uns panos de casca de uma árvore que chamam Mulemba, e tem sua semelhança, com o Aliconde de Angola, e Quissama; mas é muito diferente na cor; mas a fibra é a mesma; são mais imundos e selvagens do que os Munanos: no mesmo meridiano, mais para o Norte, está situada a povoação do Bié, onde tem Juiz posto pelo Senhor General de Angola, e o Sova vassalo, do nome Camgombe, e do Baptismo D. António de Lencastre; eu lá não cheguei, mas sei que é quase tudo o mesmo.

A província do Namno observei ser a mais alta daquele sertão: porque em Quitata são as fontes do rio Catumbela, que desagua ao Norte de Benguela; cm Candumbo, nasce o Cunene, que também com os mais que o enriquecem, corre para Oeste, e desagua muito para o Sul do Cabo Negro; em Doambo nasce o rio Cubo, que vem destributar ao mar, abaixo de Novo Redondo, logo fica claro, que todos estes rios que daqui nascem, e correm para Leste-Nordeste, para Norte, para Sul, e para Oeste, todos de uma província, é porque ela está mais alta, e por isso os naturais lhe chamam Namno.

Não devo omitir de dar notícia de outro bárbaro costume destes Munanos, ou Quimbundos; e é que nenhum deles morre por pensão da natureza, a que todo o vivente é sujeito, e só de feitiços que dizem lhe fizeram, e isto é um meio de roubar uns aos outros, e os cativarem, o que fazem de um modo extravagante. Logo que um morre, fazem certo ser de feitiço, para cobrirem a sua má tenção, manda o Sova que peguem dois negros no cadáver, atam-no a um pau, e um grande número o acompanha, para que o morto vá mostrar quem lhe fez o feitiço para ele morrer; vão discorrendo com o morto às costas por várias libatas do seu país, e em chegando à porta que lhe parece (bem entendido, que seja algum mais rico, para terem que furtar) ali fingem os carregadores, que o cadáver repugna passar dali, por mais que eles forcejem, sinal de que aquele é o pobre matador; este é logo preso e sequestrada toda a sua Quicumba (assim chamam a sua família, mulheres, e escravos,) vai a juízo, sai condenado, e queimado vivo, e tudo o mais se vende, para comerem, e beberem, e vestirem, e dizem que assim mandam as suas leis. Outro costume: vive um destes negros amancebado com uma negra (e o pior é também alguns brancos que vivem no mesmo sertão,) esta negra quando quer mostrar-se bizarra, e que estima o seu amante, faz toda a diligência (ainda que seja metendo-se com outro) por adquirir com que compre um boi, e logo que tem, convida o seu amante, e toda a sua parentela, e vizinhanças para a função do boi do muquenze, com que quer obsequiar seu barregão, ou murume (assim chamam aos seus amantes): dispostas, e preparadas as suas bebidas de Mingundo, que é mel com água fermentado, e quente ao lume, seu Quimbombo a que os de Angola chamam Oalo, a sua Hela, (esta é a melhor bebida de negro, por ser destilada da Massambala, ou milho miúdo depois de grelado em estufa,) e sobretudo a sua amada geribita. Juntos todos mata-se o boi de muquenze, e imediatamente começa a cantilena, a dança, e a carne a assar-se, e a comer-se, e beber-se toda a noite, aplaudindo nas suas cantigas o motivo do boi de muquenze, de modo que no dia seguinte de manhã, não há mais sinal do boi de muquenze, do que a armação da caveira, porque até o couro, e ossos assam, queimam, e comem, e as tripas e mais intestinos sem mais limpeza, do que espremer o que há dentro do bucho, e tripas, sem mais lavar, assando, e comendo.

Em algumas libatas achei (como na de Candumbo) uns a que eles chamam chacapombos, que vem a ser, quatro forquilhas de pão fincadas no chão, formando como quatro pés de animal; sobre estas fazem uma estivazinha de varas, e sobre estas elevam uns arcos que forram de palha, abertos por um extremo, fingindo boca, ou cabeça de bicho, e outro extremo vai estreitando, até ficar como uma cauda de lagarto; neste oco, ou vão, têm eles metido, como em sacrário, uma varinha delgada como uma polegada, e no seu extremo uma bem feita forquilha de ferro, como as de carregar andores (mas mais pequena); tem também ali umas cabacinhas abertas pelo gargalo, a que chamam ganzas; dentro destas têm uns pós brancos como cal (mas de barro branco) a que chamam pemba, com que também untam a testa quando se mudam em Sovas. A este diabólico, e para eles santuário, chamam eles, chacapombo, e o têm por protector das mulheres que parem. Eu queimei em Candumbo cento e tantos oratórios destes. Ali também achei (dentro de uns altos penedos, que no meio faziam uma grande lapa) uma casa que eles chamam dos mococotos, onde têm guardados os ossos, e caveiras dos seus Sovas falecidos, e dos seus maiores.

Também se acham alguns ídolos de madeira, mas são muito raros nos Benguelas, e muito frequentes nos Mongoyas, que são todos os que vivem entre os dois rios Quanza, e Zaire, e na Quissana também são grandes idólatras.

Os Benguelas, e Quimbundos todos pelejam com armas de fogo, e carregam a cartucho, os mais bem feitos que tenho visto, e não me injurio de dizer, que, sendo construtor de cartuchos há muitos anos, fui aprender com eles. Oi Munhembas, e Munhanas, pelejam de flecha, e zagaias de arremesso, em que são destríssimos, trazendo cada um duas e três destas agudas zagaias de ferro, as lanças, e do mesmo as ásteas de algumas com uns extremos de cabelos de rabo de boi, com que lhes fazem conservar a direcção para no arremesso ferirem direitas, e o fazem muito bem. Não é fácil achar entre estes gentios moças donzelas, mas sim entre os Quissamas, porque o sexo feminino entre estes não tem muita estimação, e por isso não se alinham, nem toucam os cabelos (a que eles chamam bindar), e o fazem os homens com a maior impertinência e trabalho, fazendo dos cabelos engrenhados tais figuras, que parece impossível o sujeitar tal carapinha a lindas tranças de várias formas, já de chapelinhos, e já de abanos, como orelhas de elefante, tudo tão bem feito, que admira.

Estes são os usos e costumes, de que tenho notícia.

Luanda, 10 de Novembro de 1797.

Paulo Martins Pinheiro de Lacerda, Coronel reformado.

 

(Transcrito dos Annaes Marítimos e Coloniaes (Parte não Oficial), Série n.º 5 (12), 1845, pags. 486-491). Actualizou-se a ortografia, mas manteve-se a pontuação.

 

 

 

 

árvore TUMBO, ou TUMBOA ou WELWITSCHIA MIRABILIS

 

 

 

Nesta página sobre Benguela, tem interesse referir uma célebre planta que cresce no deserto da Namíbia, conhecida por árvore Tumbo, o que deu Tumboa em português. O primeiro europeu que a descobriu foi o Dr. Frederic Weltwitsch, naturalista que, por determinação do Visconde de Sá da Bandeira, andava a estudar a flora de Angola desde 1854. Foi ele que, por carta enviada de Luanda a 16 de Agosto de 1860, comunicou ter achado a Tumboa, a Sir William Hooker, que a referiu à Linnean Society de Londres. Foi o filho deste, Joseph Dalton Hooker, quem, pouco depois, publicou uma extensa monografia sobre a planta com o título “On welwitschia, a new Genus of Gnetaceæ”, que pode ser consultada na Internet no site abaixo indicado.

A planta foi então baptizada com o nome de Welwitschia mirabilis, com base no nome do naturalista que a tinha descoberto para o mundo da Ciência.

 

TEXTOS na Internet:

 

Joseph Dalton Hooker, On welwitschia, a new Genus of Gnetaceæ, London, 1863

http://www.jdhooker.org.uk/welwitschia.pdf

  

Dr. Bernardino António Gomes, medico de Sua Majestade, Uma viagem scientifica em Angola

Revista INSTITUTO, de Coimbra n.º 12, 1863/1864, pags. 82-84, 104-109 e 130-135.

http://bdigital.sib.uc.pt/institutocoimbra/IndiceInstituto.htm

 

Wikipedia

http://en.wikipedia.org/wiki/Welwitschia

 

The Gymnosperm Database

http://www.conifers.org/we/index.htm

 

University of Connecticut Department of Ecology and Evolutionary Biology

http://florawww.eeb.uconn.edu/199700061.html

 

Anna E. Senters, Welwitschia mirabilis Cultivation

http://florawww.eeb.uconn.edu/reference/welwitschia_mirabilis01.htm