8-9-2001

 

 

O ETNA, na Sicília

 

 

 

O Etna é uma montanha de altitude variável, segundo os humores do vulcão a que dá o nome, mas que tem aproximadamente 3 350 m. A superfície de lava proveniente das erupções sucessivas ocupa cerca de 1 260 km2, fechada num perímetro de cerca de 250 km.

O vulcão apresenta muitas crateras, que tiveram actividade vulcânica numa ou noutra data:  a cratera central, a de Sudeste, a de Nordeste, a Boca Nova, etc.

Os estudiosos dizem que o vulcão terá surgido cerca de 700 000 anos a.C. e terá tido uma forma aproximada da actual por volta de 34 000 a.C.

 

Há notícias escritas da erupção de 475 a.C. e desde então até hoje, contam-se cerca de 150 erupções.

Ficaram célebres as erupções de 396 a.C.; as de 1116, a de 1329 e mais ainda a de 1381, em que o rio de lava chegou ao mar.

A erupção de 1669 foi das mais terríveis. Durou de 11 de Março a 15 de Julho, destruiu um elevado número de povoações e as casas de 27 000 pessoas da cidade de Catânia (que tiveram tempo de fugir).

No sec. XVIII, contam-se 16 erupções; 19 no sec. XIX; e umas boas dezenas no sec. XX que se sucederam até aos anos 1999 e 2000. A erupção de 1928 destruiu uma povoação: Mascali.

Em 2001, a 15 de Julho, iniciou-se uma intensa actividade sísmica no Etna, que perturbou a vida da cidade de Catânia, obrigando a fechar o Aeroporto. Entretanto, parece que o pior já passou. Ficam as imagens belíssimas da actividade do maior vulcão da Europa.

 

 

LINKS:

 

Webcams no Etna

Site de Charles Rivière

Site da Provincia de Catania 

Etnaland 

Etnaland – Erupção de 2001

 

 

       

 

     

 

       

 

       

 

 

     

 

   

 

   

 

 

O Lado Bom da Erupção do Etna
Por SÉBASTIEN BLANC, AFP
PÚBLICO  Quarta-feira, 8 de Agosto de 2001

Taormina atrai turistas

O Etna ruge, o Etna suja, o Etna causa temor, mas em Taormina, a uma quarentena de quilómetros das crateras fumegantes, o Etna é belo, o Etna seduz, o Etna é um amigo

"Aqui, o Etna é um espectáculo", entusiasma-se Claudio Ambrogetti, adjunto do presidente da câmara para a área do turismo, enquanto ao fundo o imenso vulcão vomita fogo das suas duas bocas principais.

Na semana passada, o "maire" lamentava ainda assim as anulações de viagens a Taormina, pérola turística da Sicília, com um milhão e cem mil visitantes por ano. Uma "falha de informação" poderá conduzir "no máximo a algumas dezenas de anulações", explica M. Ambrogetti. "Mas isso é largamente contrabalançado com todos aqueles que nos visitam para ver o Etna. Os hotéis estão completos".

 

É verdade que a cidade recitada por Gabriele d'Annunzio e Guy de Maupassant, 250 metros acima do mar, assume tranquilamente a sua insolente beleza, com o odor a ciprestes e o ruído das cigarras, enquanto outras povoações vizinhas asfixiam debaixo das cinzas. "Não apanhámos cinzas a não ser uma vez em quinze dias", assegura o responsável autárquico. "E isso não impediu nem Alberto Sordi, nem Gina Lollobrigida, nem Nanni Moretti de passar este mês as suas férias aqui".

Dos degraus em ruína do soberbo anfiteatro grego, construído no século III antes de Cristo, o Etna parece verdadeiramente próximo. Os turistas observam os penachos de fumo que ele cospe. À noite, esses mesmos turistas voltam para admirar as projecções de lava. Foi precisamente aí que Bob Dylan tocou na semana passada. Um dia antes, fora a vez do tenor espanhol José Carreras. E, antes dele, o maestro Lorin Maazel. "Vivemos um momento mágico", rejubila Claudio Ambrogetti.

A sua excitação é partilhada por Catena Federico, directora-adjunta do palácio de San Domenico, um hotel de cinco estrelas instalado num convento edificado em 1432. Os nossos clientes pedem para ir ver o vulcão. Alguns em carros com motorista", explica, reconhecendo que muitos telefonam com antecedência para ficarem mais tranquilos.

"Tivemos um telefonema de Paris, que pretendia saber se era mesmo verdade que as pessoas de Taormina saem com um guarda-chuva por causa da cinza; e um outro do Japão, de alguém a quem haviam dito que o mar estava negro", ri Catena. De qualquer forma, o San Domenico, segundo certos guias o mais belo hotel de Itália, já assistiu a outros episódios semelhantes desde a estadia do Kaiser Guilherme II em 1905.

O facto de o Etna estar sob neve ou lava nunca atemorizou nem o rei de Inglaterra Eduardo VII, nem toda a nobreza europeia, nem os escritores Tenessee Williams, Thomas Mann, Kipling ou Pirandello, nem as actrizes Ava Gardner e Ingrid Bergman, ou ainda... Himmler.

Depois de Marconi e Richard Strauss, François Mitterrand (1989), Kofi Annan (1997) ou George Bush (pai), milhares de visitantes preparam-se, em 2001, para afrontar as erupções e render-se aos seus encantos.

 

     

 

Nicolosi respire, mais l'Etna n'a pas ravalé toute sa colère

 

LE MONDE | 25.07.01 | 15h51

 NICOLOSI (Sicile) de notre envoyé spécial

Il est près de minuit, il fait nuit noire, mais il n'est pas question de couvre-feu à Nicolosi. Cette petite ville de 5 400 habitants, autoproclamée "porte de l'Etna", à 16 kilomètres de Catane, grouille de vie. Des curieux y affluent par centaines, provoquant un bel embouteillage nocturne à la sortie nord. Ici, la route qui mène au volcan est barrée par les carabiniers. Alors on continue à pied, en famille ou en amoureux, entre copains ou par groupes entiers de touristes. Jumelles ou appareil photo autour du cou, une lampe de poche à la main, tous avancent dans l'obscurité, le regard fixé tout là-haut sur les gigantesques gerbes de feu jaillies des cratères et sur les méandres rougeoyants qui zèbrent le versant sud de l'Etna. Le spectacle est grandiose, on s'y presse comme à un film catastrophe, l'échine parcourue d'un délicieux frisson.

Mais la population de Nicolosi n'a que faire des émotions esthétiques du touriste de passage.

Elle suit avec effroi la progression de la coulée de lave la plus menaçante, partie d'une "bouche" ouverte sur le flanc du volcan à 2 100 mètres, et dont le front n'est plus qu'à 4 kilomètres de la bourgade.

Bonnes nouvelles, mardi 24 juillet, les meilleures depuis le début de l'éruption, douze jours plus tôt : les spécialistes ont noté "un net ralentissement" de la coulée, qui n'a parcouru qu'une cinquantaine de mètres en vingt-quatre heures. Arrivée sur un replat, bloquée par une combe naturelle autant que par les travaux de terrassement réalisés à la hâte, la langue de feu est refroidie pendant la journée par un ballet de Canadair chargés d'eau. Elle s'élargit, s'épaissit, durcit. Bref, pouvait diagnostiquer un responsable local des secours, "elle donne des signes de fatigue".

Nicolosi respire, mais l'Etna n'a pas ravalé toute sa colère. Il la crache par de multiples "bouches". Certaines de ces fissures, ouvertes lundi 23 juillet, semblent taries, alors que d'autres menacent de plus belle. "Nous devons voir comment évolue la situation du cratère qui est à 2 700 mètres", a prévenu Franco Barberi, le directeur de la protection civile italienne. La lave qui s'en échappe de plus en plus abondamment pourrait toucher le refuge Sapienza, voire le funiculaire qui déverse d'ordinaire des milliers de touristes au pied du cratère principal, à 2 600 mètres d'altitude.

Sans attendre, les engins de chantier se sont mis en branle pour creuser dans la montagne une tranchée de dérivation. Dans la nuit de mardi à mercredi, au-dessus de la gare de la télécabine, les phares jaunes des scrapers géants fouillaient l'obscurité. A 2 000 mètres d'altitude, le hurlement des moteurs Diesel et le cliquetis des chenilles couvraient les gémissements sporadiques de "Mongibello", l'autre nom, empreint de crainte respectueuse, que les Siciliens donnent à l'Etna.

Jean-Jacques Bozonnet                

 ARTICLE PARU DANS L'EDITION DU 26.07.01