5-7-2012
ANTONIA POZZI
(1912 - 1938)
The poems of Antonia Pozzi
Thea Lenarduzzi
Antonia Pozzi
POEMS
Translated by Peter Robinson
195pp. OneWorld Classics. Paperback, £10.99.
978 1 84749 185 5
Published: 24 February 2012
In December 2, 1938, Antonia Pozzi lay down in a field on the outskirts of Milan and swallowed poison. She died the following day, leaving behind diaries, notebooks and loose pages of poetry, documenting her twenty-six years of life. From these, her father Roberto Pozzi, a Milanese lawyer, selected and edited her first collection, publishing it as Parole the following year. References and dedications to her lover and classics tutor, Antonio Maria Cervi, were eliminated, titles were changed, lines were cut. It was reissued in 1948, still pockmarked by paternal censorship, but with a preface by Eugenio Montale. Subsequent volumes have restored much emotional and erotic honesty to the poems. Editions by Alessandra Cenni, Onorina Dino and other female scholars from the mid-1980s onwards have tempered what Peter Robinson describes in the introduction to his new translation of Pozzi’s poems as the “saccharine”, while a collection by Lawrence Venuti, Breath: Poems and letters (2002), modulated her northern European pitch to chime with American women modernists such as H. D. and Amy Lowell.
In 1955, Nora Wydenbruck was the first to translate into English Parole and selected poems from La vita sognata, a short sequence set out by the poet in her notebooks, but which was bowdlerized by her father after her death. Working from his texts and staying in the Pozzi family home, Wydenbruck produced a sanitized version. A reviewer in the TLS wrote: “nobody who likes Montale should be misled into thinking that any spark of his fire may be found in her work . . . . They convey the not very unusual emotions of a college girl holiday-making in the Dolomites”. Robinson hopes that his versions will “sound as near to the Italian in English as possible” and that they will return her to the linea lombarda, where she “properly belongs”, alongside her close friend Vittorio Sereni, whose poem “Diana” was found on her unconscious body. Parole makes up most of Robinson’s selection, too, and ordered by date (between 1929 and 1938) and place of composition, it is as much a chronicle of Pozzi’s life as it is an example of the poetic localism of her Lombard contemporaries.
These are poems about “frosty fields, silver trees, fair chrysanthemums”, about “Night’s falling”, sleep and “the final loophole / in the shadow”, as well as about winds that sweep across the foggy plains and high pastures she climbed. She writes about her affair with Cervi, from whom she was separated by her father in 1932, and the fear of not realizing her potential and of what that potential might be: “io credo e temo che una vera donna non sarò mai, che anzi, cercando malamente di esserlo, finirei col perdere la parte più vera e meno banale di me”, she wrote in a letter to Sereni in 1935 (I think and fear that a real woman I will never be, that indeed, in trying hard to be one, I will end up losing the most real and less trivial part of myself). Longing and attrition are everywhere. When she is away from them, she craves the mountains only to quiver at their chill that “penetrates right to the wrists”. In winter, she writes of summer; in springtime, she evokes “the yellowed leaves of autumn” only to dread these signs of transition in “Premature Autumn”, written in August.
Robinson reinforces this edition with new translations from La vita sognata. Written in 1933, during the final stages of her relationship with Cervi, it describes her lying “prostrate / as if you were a saint”, and calling out to him “with impure lips” (this last image was excised in Roberto Pozzi’s edition and in Wydenbruck’s translation). She mourns their “holy parable”, the motherhood she would never experience and, in “You’d Have Been”, the child that she yearned to carry but which “stayed down there / with the dead, / the unborn”. The winds have given way to stillness, “limpid sky”, rain and “a single cloud / going faraway”.
Robinson is the first to translate into English five unedited poems, including “Song of My Nakedness” and “Trifles”, which were written in pencil and scored or rubbed out in Pozzi’s manuscripts. The title of “abbozzo” (draft), he notes, is in lower case. Dated “marzo–agosto 1933”, it shows Pozzi at her most risqué, seeming to transmute her selfconsciousness to the level of calligraphy. An extended metaphor likens her to a tree from which a mythical Firebird has flown, and which “writhes in its intimate sinew”, waiting for “black night with no stars no fountains”, when
in a final blinding flash |
Robinson’s translation is faultless, the rush of her desire preserved in the words and syntax, so that further explanation is unnecessary, but – if only to acknowledge Pozzi’s daring – it is worth pointing out that uccello is slang for penis.
“Prayer to Poetry” and “A Fate” suggest that Pozzi expected too much of her craft; “La poesia è una catarsi del dolore, come l’immensità della morte è una catarsi della vita”, she explained in a letter to a friend. In the year before her death, Mussolini was at the height of his power and war was inevitable. Her output dwindled as though this combination of personal and political pressures overwhelmed her. Timed to coincide with the centenary of her birth this month, Peter Robinson’s volume will revive interest in Pozzi’s legacy and lend new weight to her words: “now you accept / you’re a poet”.
Thea Lenarduzzi works at the TLS and blogs, with the rest of the TLS
team.
Ipsilon, Sexta-feira, 13 de Abril de 2012
Poesia
Coisas vivas que nos fogem
Uma das vozes italianas mais interessantes de Novecentos finalmente editada entre nós.
Maria da Conceição Caleiro
Morte de uma
Estaçâo
Antonia Pozzi
(Trad.Inês Dias)
Averno
Sabemos que autor e obra não coincidem, sabemos mesmo que qualquer coincidência com o passar dos anos sobre esta, se ela resiste, é de somenos importância. Porémn, muitos, e não menores (Saba, Proust, Tchékhov...), transpuseram para a arte a vida que (não) viveram. Tornaram comum a dor que deveras sentiram aos que os leram ou lêem e fazem seus, reconhecendo o que nem sequer sabiam e quantas vezes a arte, na sua eclosão pensada, não foi iluminada por um sol negro? É o caso de Antonia Pozzi (1912-1938). Isto porque é impossível não referir a história da autora agora editada entre nós pela Averno — Morte de uma Estação é uma edição exemplar, bilingue, com um prefácio (de José Carlos Soares) e um posfácio (de Matteo M. Vecchio) que fazem um historial da recepção, tardia, da autora. O livro abre com as palavras acutilantes de Cristina Campo sobre Antonia Pozzi,”essa voz grácil e perigosa”. Por natureza, Pozzi era um ser inadequado ou, se quiserem, sem adequação possível. Não terá sido apenas um grande amor contrariado que a foi guiando para o suicídio, nem o advento do nazismo que desfez uma comunidade de amigos, desenquadrando-a mais. Nasceu num meio privilegiado. Alta burguesia milanesa. Filha única, “tem poltrona no Scala, pratica ténis, equitação, natação, escalada, esqui”. Domina várias línguas; cosmopolita, viaja, refugia-se na Villa dei Marchiondi, propriedade setecentista de férias da família, em Pasturo, perto de Grigna; é o seu monte dos vendavais, onde se sente bem, recebe os amigos mais chegados, trabalha e escreve. Poemas e não só. Villa cuja biblioteca prodigiosa partilha, e de onde observa as tonalidades da natureza a cada momento e a cada estação: a sua polifonia de cores e o trampolim de sensações que a sua voz conjuga e sinestesia, assim como a montanha, serão marcas temáticas obsessivas e transversais da sua obra. Mas não é uma natureza qualquer. Nem a sua recepção se limita a uma sensibilidade crepuscular de fim de século. Nos últimos anos, Pozzi dedica-se à fotografia, à captura desenfreada de momentos únicos do fluxo incessante do mundo (em 2009, houve uma exposição das suas imagens no Algarve). Desde muito cedo escreve poesia, provavelmente desde os 15 anos, época do Liceo Classico Manzoni. Aí conhece Antonio M. Cervi, seu professor. Entre ambos, enraíza-se uma história de amor contrariada. Cervi é transferido por influência do influente Roberto Pozzi, pai de Antonia, que também censura a edição da sua obra. Talvez esta extrema manipulação tenha sido responsável pelo reconhecimento tardio do valor da autora, uma das vozes poéticas italianas mais interessantes de Novecentos, por várias razões marginalizada até aos anos 80.
Recolhamo-nos no essencial. A partir de um poema breve, como os demais, versos curtos. Emblemático:
I Enquanto dormes as estações passam sobre a montanha
A neve no alto fundindo-se dá vida ao vento (,..).
II Posso colher junquilhos enquanto dormes porque sei onde crescem. E que a minha verdadeira casa com as suas portas e as suas pedras fique distante, que nem sequer a encontre, mas continue errando pelos bosques eternamente - enquanto dormes e os junquilhos crescem sem trégua”. |
TEMPO |
Poema muito belo pelas imagens que (nos) visualiza. Sabendo, reconhecemos as suas longas errâncias pelo Pasturo (enquanto “tu”, que devirá para nós um tu qualquer, estás ausente, “dormes”), mas o que nos conduz é a toada insistente, doce e macerada, sempre musical, encantatória, das repetições anafóricas. A mestria dos encavalgamentos, deixando à solta pontas que a cada passo só por si sublinhariam, agravando, o ethos do todo. Ate uma espécie de clímax: o mundo deflagra em flor, o que poderia ser até jubilatório. Mas no fim, no último verso, espeta-se-nos doidamente uma faca, duas palavras — “sem trégua” — que recentram ou coagulam abruptamente o halo do poema na ausência, na desunião, na morte. E a voz perdida, já espectral, deambula, in absentia. Desmaterializa-se por entre uma matéria de cor, de movimento, de vida em volta, de natureza pujante que (se) anima em si, maquinal e anonimamente
“O vento verga as ervas sobre a testa dos mortos
Da folhagem súbita esvoaça o pássaro azul escuro:” |
il vento piega l’erba sulla fronte dei morti.
Da sùbite fronde si leva l’uccello nerazzurro: |
Esse é o ponto de modernidade da autora: um intempestivo soluço, ou grumo mais
semântico que sintáctico que transtorna o curso aguardado das palavras e as
transtorna, no as precipitando porém no puro hermetismo. Apesar do fulgor
inesperado, da imagética que reúne o que estava longe numa elipse ou antítese,
as figuras dominantes que subrepticiamente definem o que Pozzi escreve são as
repetições de uma mesma palavra ou grupo, as concatenações ou encadeamentos, o
que se aproxima mais do continuum do que da ruptura. O tempo não é
fragmentário, antes uma contínua retirada do sujeito lírico de um mundo a correr
por si sem si e sem horizonte de reunião. Postos em cena muitas vezes, um
imaginário de leveza, a instância do desejo (a natureza estival, as impressões
capturadas no instante, do etéreo e fugaz) versus o peso, um sem-poder
dominante, nocturno, de infinita queda.
Num dos poemas mais conhecidos, do fim — Pan — está presente essa sensualidade diurna:
“Uma mancha de sol dançava morna sobre a minha testa, havia ainda um murmúrio de vento entre as folhas ao longe”.
Depois, quatro versos intranquilos
“em golpes vermelhos de silêncio — de surpresa.
A seguir regressaram as formigas negra coluna de vida entre as ervas junto aos cabelos e sobre o meu — sobre o teu rosto suado uma borboleta bate as asas.” |
PAN
Mi danzava una macchia di sole tepida sulla fronte, c’era ancora un frusciare di vento tra foglie lontanissime. Poi venne solo: la schiuma di queste onde di sangue e un martellio di campane nel buio, giù nel buio per vortici intensi, con rossi colpi di silenzio- allo schianto. Dopo riallacciavano le formiche nere fila di vita tra l’erba vicino ai capelli e sul mio- sul tuo volto sudato una farfalla batteva le ali.
27 febbraio 1938 |
Um poema, este deveras curto, chamado Deserto: uma quase epifania entenebrada
“À noite sombras de portões na neve como sombras de grades sobre um leito desfeito de hospital”. |
Deserto
A notte Milano, 3 marzo 1932 |
Comparação que se vê, imagem gelada cujo fulgor nos arrepia. Sempre a morte. Mas já tão diferente de um híper-romantismo crepuscular ainda oitocentista. decadente. Trata-se de outra coisa que se teria talvez apurado se a autora não tivesse posto fim à sua vida aos 26 anos.
16-4-2012
Il cardinale e la messa per la poetessa suicida
Ravasi: Antonia Pozzi cercò Dio con tormento. Voglio essere
vicino a coloro che sentono in sé un vuoto e una domanda
Armando Torno
MILANO - Il cardinale Gianfranco Ravasi domani, alle 18, celebrerà una messa per la poetessa Antonia Pozzi nella chiesa parrocchiale di Pasturo, in provincia di Lecco, ai piedi delle Grigne. Questa donna, che si laureò (tesi su Flaubert) con Antonio Banfi a Milano, morì suicida il 3 dicembre 1938, a 26 anni. Ha lasciato riflessioni struggenti. Il responsabile della cultura del Vaticano ci ha confidato: «Celebro questa messa perché l'atteggiamento che la Chiesa ha attualmente nei confronti dei suicidi presta molta attenzione alle dimensioni interiori della tragedia. Se l'evento drammatico nasce da una superficialità o è causato dal disprezzo dei valori della vita, allora evidentemente non può essere oggetto di una celebrazione esplicita. Ma - e qui Ravasi apre uno spiraglio di luce - la Pozzi rappresenta il caso di una persona dotata di forte spiritualità e di intensa ricerca interiore, travolta da una sensibilità estrema». La Chiesa non accetta il suicidio razionale; tuttavia, per altre situazioni, si fa interprete misericordiosa.
Pasturo è un paese ricordato da Alessandro Manzoni ne I promessi sposi, perché è il luogo di origine di Agnese, la madre di Lucia. Qui Antonia Pozzi trascorse non pochi giorni nella settecentesca casa di villeggiatura della sua famiglia, dove c'era una buona biblioteca; qui, nel piccolo cimitero, è sepolta. Alle 17 sua eminenza visiterà anche la mostra fotografica dedicata alla poetessa. Ravasi ricorda l'inizio di Funerale senza tristezza, una delle poesie più emozionanti che l'allieva di Banfi ha lasciato:
Questo non è esser morti,
questo è tornare
al paese, alla culla...
E poi, dopo aver precisato che sta parlando della morte, evoca la parte
conclusiva:
...questo tornare degli umani,
per aerei ponti
di cielo,
per candide creste di monti
sognati,
all'altra riva, ai prati
del sole.
La fine si trasforma in un «ritorno in Dio, nella luce». Il cardinale la
considera una mistica laica, stimata da lettori importanti (Montale ne patrocinò
l'ingresso nella collezione di poesia «Lo specchio» di Mondadori); soprattutto
evidenzia l'incessante anelito spirituale, sorta di febbre interiore che
colpisce chi cerca la fede. Cita ancora dei versi:
Ma tutta l'acqua mi fu bevuta, o Dio,
ed ora dentro il cuore
ho una caverna vuota
cieca di te.
Signore, per tutto il mio pianto
ridammi una stilla di Te,
ch'io riviva.
Infine precisa: «Celebrerò la messa anche per essere vicino a tutte quelle persone sensibili che sentono dentro di sé un vuoto e una domanda». Non a caso la Pozzi scrisse: «Io non devo scordare mai che il cielo fu in me». Per Ravasi questa poetessa «è il canto dell'assenza, che è attesa».
Alle 21 di domani, infine, al Teatro della Società di Lecco (con collegamenti esterni) sua eminenza ricorderà anche David Maria Turoldo, spentosi nel 1992. Erano molto vicini, insieme lavorarono. Sceglie una frase del comune amico Carlo Bo per tratteggiarne il profilo: «Padre David ha avuto da Dio due doni: la fede e la poesia. Dandogli la fede, gli ha imposto di cantarla tutti i giorni». Insomma - e queste sono parole di Ravasi - «furono testimonianze poetiche obbligate, frutto di una fede esistenziale». Non dimentica che Turoldo è stato sovente chiamato «profeta» (lo fece anche il cardinale Carlo Maria Martini, consegnandogli il Premio Lazzati). «Questa definizione - precisa - è da cogliere in senso corretto e non nell'accezione popolare di uomo che prevede il futuro. Il profeta, anche quello biblico, è colui che si interessa del presente cercando di scoprire in esso un senso trascendente, ovvero l'agire segreto di Dio. Per questo si impolvera nelle vicende della storia». E per il medesimo motivo può essere discusso. E discutibile.
Sua eminenza avrà una giornata densa. O meglio, le sue saranno ore in cui vivrà, tra un'emozione e un ricordo, una confidenza che gli fece Julien Green. L'allora monsignore rivolse al drammaturgo e scrittore una domanda particolare, di quel genere che ogni tanto si tenta con le grandi personalità. Quei quesiti che si possono così formulare: «Cos'è per lei il nucleo del Cristianesimo?». Green rispose al futuro cardinale: «Finché si è inquieti, si può stare tranquilli».
12 giugno 1999
Antonia Pozzi un suicidio annunciato
FRANCESCO ERBANI
Milano. Quando Antonia Pozzi arrivò, la mattina del 2 dicembre 1938, la neve aveva rivestito di bianco la campagna intorno all' abbazia di Chiaravalle. Lasciò la bicicletta e si sedette a pochi metri da una roggia, come in Lombardia chiamano i piccoli corsi d' acqua che traversano i campi. Aveva con sé un barattolo di pasticche. Le ingoiò con una sola sorsata d' acqua e poi si sdraiò sulla neve, dove la trovarono ancora viva. Morì poche ore dopo.
"Polmonite", fece sapere il padre, un avvocato milanese possessivo ed ambizioso, sposato ad una nobile discendente di Tommaso Grossi, sacerdote di un rito mondano che bandiva il suicidio e che l' indusse a frugare nei cassetti dove la figlia custodiva le sue carte, a cancellare, tagliare, anche bruciare e poi emendare e ricopiare col proposito di consegnare al secolo un' Antonia Pozzi come voleva che fosse, una poetessa tragica, che cantava la natura e la morte, ma mondata di quelle che riteneva impurità del vivere.
Antonia Pozzi si suicidò a 26 anni. La gran parte delle sue poesie sono edite: la principale raccolta si intitola Parole ed è uscita recentemente da Garzanti in una versione ampliata rispetto alle precedenti, a cura di Alessandra Cenni e Onorina Dino (pagg. 424, lire 42.000). Ma ancora restano degli inediti: le carte della poetessa vennero donate dal padre della Pozzi alla Congregazione delle suore del Preziosissimo Sangue di Monza, insieme alla splendida villa settecentesca di Pasturo, in Valsassina, con tutti gli arredi e i libri che Antonia inondava di annotazioni. Molto restie, le suore a volte cedono alle insistenze di chi, per studio, vuol vedere quei quaderni. A niente, invece, sono valsi finora gli sforzi perché sfociasse in una pubblicazione la tesi di laurea di Elena Borsa, una giovane filologa allieva di Maria Corti, che ha curato l' edizione critica dell' intero "corpus" poetico di Antonia Pozzi.
Alla poetessa milanese, che non ha ancora il risalto che la sua voce merita, è ora dedicata una piccola ma bella mostra organizzata da "Archivi del ' 900" (Via De Grassi 11, Milano), in cui sono raccolte le edizioni delle sue opere, alcuni manoscritti e soprattutto molte delle fotografie da lei realizzate, una specie di proiezione visiva dei suoi versi.
Antonia inizia a scrivere poesie a diciassette anni e fra i primi versi spiccano quelli dedicati ad Antonio Maria Cervi, il professore di latino e greco del liceo Manzoni, un uomo piccolo e per nulla fascinoso, di cui si innamora. E' attratta - ricorda Elvira Gandini, una sua amica di allora - dalle sue lezioni sull' etimologia e sulla flessione delle parole, che le appaiono organismi dotati di vita. Cervi è uno studioso di talento. Forse non è del tutto consapevole di cosa provi per lui quella studentessa dalla sensibilità acuminata, longilinea e un po' legnosa, che riversa nella poesia il fallimento di una vita che sognava diversa.
Un giorno Antonia e il suo professore si ritrovano a Napoli per una gita al Museo archeologico. In famiglia, però, la relazione è contrastata in ogni modo. L' avvocato Pozzi convoca Cervi e gli ingiunge di abbandonare la figlia. Ma è lo stesso Cervi che fa un passo indietro e chiede il trasferimento a Roma (si è anche detto, ma è improbabile, che sia stato il padre di Antonia a fare in modo che il professore cambiasse sede). In ogni caso la passione di Antonia non scema. "Amore, amore mio, tanti baci, sai, continuamente sognavo di dare e di ricevere nella mia adolescenza, quando ero sola e cattiva, ma erano sogni torbidi come un delirio", gli scrive nel gennaio del ' 30. "L' altro giorno mentre ti baciavo, l' anima mia era limpida come una tazza d' acqua". La corrispondenza dura almeno fino al febbraio del ' 34, accompagnata dall' avversione del padre di lei, un' ostilità che si manifesta persino dopo la morte di Antonia, quando l' avvocato Pozzi si trova per le mani le poesie dedicate al professore e con un rabbioso tratto di penna cancella quel nome (e questa amputazione la ritroviamo ancora nell' edizione di Parole del 1989).
Dal 1930 si apre per Antonia una nuova stagione. Iscritta alla facoltà di Lettere della Statale, frequenta i corsi di filosofia tenuti da Antonio Banfi, in particolare le lezioni di estetica, ed entra a pieno titolo nel gruppo dei suoi allievi prediletti, una straordinaria officina del pensiero dove troviamo Vittorio Sereni, Giulio Preti, Remo Cantoni, Alberto Mondadori, Enzo Paci e Luciano Anceschi.
Maria Corti, di qualche anno più giovane e studentessa di Benvenuto Terracini, ricorda quei seminari nella vecchia sede in Corso di Porta Romana, che iniziavano alle 11 di mattina e si prolungavano ben oltre l' orario stabilito, proseguendo sotto i portici oppure a casa di Banfi. "Banfi era elegante e ironico", racconta la Corti, "incantava quasi diabolicamente: nel sorriso e nel modo in cui passeggiava parlando di Proust o di Kant celava un forte tratto di narcisismo". Ascoltavano le lezioni anche Ernesto Treccani e Guido Morselli, studente di Legge, di cui Banfi era stato insegnante al liceo Parini. Figure diverse tra loro. "Preti assomigliava molto alla Pozzi, per la tragicità interiore che manifestava, ed era il più geniale di tutti", rievoca la Corti. "Paci era ambizioso, Anceschi incarnava il prototipo dello studioso solare".
Con Banfi la Pozzi si laurea discutendo una tesi su Flaubert, che verrà poi pubblicata a cura del filosofo. Eppure Banfi non era stato tenero con la giovane allieva. Un giorno, racconta Elvira Gandini, lei gli portò da leggere alcune sue poesie. "Si calmi, signorina", fu l' altezzosa replica messa per iscritto dal celebre professore.
La Pozzi non è la sola, fra gli studenti di Banfi, a scegliere il suicidio. Ricorda Maria Corti che prima di lei, nel 1935, si uccide Gianluigi Manzi ("Io sono una donna", scrive la Pozzi nel suo diario, "ma devo essere più forte del povero Manzi che si è ammazzato per una ragione uguale alla mia"). Nel 1972 Giulio Preti va a morire a Djerba, in Tunisia, senza portare con sé le pillole cui è legata la sua sopravvivenza. Morselli si spara un colpo alla tempia nel 1973. Cantoni muore di propria volontà nel 1978.
Nessuno si spinge a indicare con precisione cosa abbia indotto Antonia Pozzi al suicidio. Provò a uccidersi già un' altra volta, ma i genitori arrivarono in tempo a salvarla. Aveva contratto la depressione e con la morte conviveva da tempo, fin da quando era uscita dall' adolescenza: ne sono prova molti suoi versi e tante annotazioni di diario. Con fatica ne ha parlato una volta Dino Formaggio, al quale la Pozzi era affezionatissima, che forse amava, compagno di passeggiate e di chiacchierate lungo la strada che da Milano porta a Chiaravalle, quella percorsa in bicicletta la mattina del 2 dicembre 1938. Formaggio citava, a proposito dell' addio di Antonia Pozzi, le ultime parole di Cesare Pavese: "Perdono a tutti e a tutti chiedo perdono. Va bene? Non fate troppi pettegolezzi".
A Formaggio Antonia scrisse due lettere nella primavera e nel settembre del ' 34 accompagnando alcune sue fotografie. "Caro Dino, l' altro giorno hai detto che nelle fotografie si vede la mia anima: e allora eccotele. (...) Conservale per mio ricordo, per ricordo del nostro incontro (...). Caro, caro Dino, che tu almeno possa foggiare la tua vita come io sognavo che divenisse la mia: tutta nutrita dal di dentro e senza schiavitù". Formaggio evoca una "indistinzione immaginativa tra sogno e realtà". La Corti risale a quello "sguardo distaccato, a quell' occhio freddo di chi vede la Terra dall' aldilà". La Gandini ricostruisce il dramma collettivo di quegli ultimi anni Trenta con il fascismo che stringe ogni spazio di libertà e vara le leggi razziali, colpendo uno degli amici più affettuosi di Antonia, Paolo Treves. Ma non si può escludere l' atmosfera familiare, con una madre molto debole e un padre autoritario e simpatizzante per il regime.
Antonia ha un mondo di affetti e di valori tutto diverso, ma non riesce a realizzare né ad esternare la sua ribellione - se non nella poesia, dove compare più la natura che non le persone e dove si affollano le metafore dell' acqua e dei monti, a indicare una ricerca di sé che confina con l' annullamento. L' avvocato Pozzi, borghese esemplare, non può ammettere che i versi di Antonia ingombrino il ricordo che vuole lasciare di lei. E così manipola le carte e, fra le altre, massacra a colpi di penna una poesia che solo ora si può leggere, Canto della mia nudità, in cui esplode un corpo liberato dagli impacci: "Oggi, m' inarco nuda, nel nitore / del bagno bianco e m' inarcherò nuda / domani sopra un letto, se qualcuno / mi prenderà. E un giorno nuda, sola, / stesa supina sotto troppa terra, / starò, quando la morte avrà chiamato".
11 ottobre 2002
CONTESE Suor Onorina, custode delle carte della poetessa, contesta alla biografa Alessandra Cenni un' eccessiva morbosità
Amore e versi, Antonia fa scandalo
La passione della Pozzi per il professore di latino al centro di un caso editoriale. LA LITE Le accuse contenute in un libro curato assieme dalle due studiose
Bossi Fedrigotti Isabella
La frecciata o, meglio, la coltellata si nasconde, discretamente, nella nota numero 4, pagina 295 del libro, appena rieditato da Rosellina Archinto, L' età delle parole è finita, raccolta di lettere della poetessa Antonia Pozzi curata dalle due sue maggiori studiose che da vent' anni lavorano insieme, la professoressa Alessandra Cenni e suor Onorina Dino, la cui congregazione - del Preziosissimo Sangue - custodisce l' intero lascito di casa Pozzi, compresi naturalmente tutti gli scritti dell' artista, morta suicida verso la fine del 1938, a 26 anni.
In questa noterella, in verità un po' meno breve delle altre, suor Onorina prende le distanze dalla biografia di Antonia, In riva alla vita (editore Rizzoli), che la sua co-curatrice ha pubblicato - da sola - nella primavera scorsa. In particolare le contesta, prendendo a prestito un verbo usato dalla Pozzi, di aver «bruttato» la limpidezza e la semplicità con cui la poetessa aveva vissuto certe esperienze, e la accusa di subire il «solletico della propria latente o esplicita morbosità».
A voce la suora rincara poi la dose, accennando a una serie di imprecisioni, a date che non corrisponderebbero, a interpretazioni che mancherebbero di rigore storico. Per esempio, se la prende con la vicenda dell' «alberghetto di Londra», dove, secondo la biografa, Antonia Pozzi avrebbe trascorso alcuni giorni con il suo innamorato, il professor Mario Cervi. A suo parere, infatti, quell' alberghetto non è mai esistito, inventato di sana pianta, e al posto suo ci sarebbe al massimo un parco nel quale i due avrebbero passeggiato tenendosi per mano.
Affinché anche coloro che sanno poco o nulla della straordinaria e tuttora misconosciuta poetessa, possano afferrare il senso della disputa, bisogna ricordare che, diciottenne di ottima e ricca famiglia milanese, Antonia si era innamorata, ricambiata, del suo professore di latino e greco al liceo, Cervi appunto, meridionale, squattrinato, maggiore di lei di tredici anni, e che la loro storia era stata in ogni modo contrastata e infine stroncata dal padre di Antonia, l' avvocato Pozzi, il quale non esitò, dopo il suicidio della figlia, a censurare, cancellando e modificando - per questioni di «decoro» si suppone -, numerosi suoi scritti, compreso il testamento. Testamento che, nella sua versione originale, secondo quanto riferito alla biografa da Dino Formaggio e Vittorio Sereni, avrebbe voluto affidare a quest' ultimo tutte le carte della poetessa.
Alle accuse della suora, rese pubbliche tramite la nota in appendice al libro curato a quattro mani, Alessandra Cenni reagisce con sorpresa e sdegno. Rivendica un' attentissima lettura della vita di Antonia, ricostruita sulla base dei suoi scritti e delle testimonianze di coloro che la conoscevano, ribadendo che l' interpretazione critica di un personaggio storico o letterario, pur fedele e «filologica» al massimo grado, non può che essere insieme anche perfettamente libera. Ma accusa a sua volta le suore di amministrare in modo troppo amatoriale e spesso anche discrezionale il lascito Pozzi, sparpagliato tra il convento di Milano, quello di Monza e la villa di Pasturo in Valsassina, soggiorno di vacanze della famiglia di Antonia ora trasformata in residenza per monache in ritiro estivo. E sostiene la necessità di rendere, infine, queste carte accessibili a tutti, catalogandole e collocandole in una delle numerose istituzioni che ne hanno invano fatto richiesta, quali l' Università di Pavia, la Casa della Cultura o l' Archivio del ' 900.
Forse, però, la disputa è un po' meno letteraria di quanto possa sembrare. Perché la questione dell' alberghetto londinese - ovverosia: i rapporti tra Antonia e il suo professore furono o non furono platonici? - continua a restare centrale e in modo neppure tanto velato. Importa molto? Evidentemente sì. Del resto, proprio in questi giorni si può vedere al cinema «Possession», tratto dal bel romanzo di Antonia Byatt, che racconta della scoperta - emersa dalle loro antiche carte - di una passione insospettabile e consumata, consumatissima, tra una ritrosa poetessa lesbica e il più vittoriano - e maritato - tra gli scrittori inglesi. Tanto per dire, e ribadire, che gli amori degli artisti, anche di quelli trapassati, vanno sempre per la maggiore.
Non c' è pace, insomma, per la povera Antonia. E nemmeno per il suo professore. A suor Dino, che difende l' innocenza della Pozzi, si è alleata, infatti, una nipote di Mario Cervi, che difende a sua volta l' onorabilità dello zio, il quale, da cattolico fervente, mai si sarebbe permesso di toccare la sua studentessa. Pensandoci, a dire il vero, potrebbe anche avere ragione: considerando il sacro rispetto - e, forse, terrore - che, probabilmente, nutriva per il padre della sua giovane alunna, è credibile che non abbia osato andare al di là di qualche abbraccio e bacio.
Dall' altra parte, tuttavia, c' era Antonia, che credente non era più da un pezzo e invece - lo possiamo leggere nei suoi versi - schiettamente sensuale. Lei, la poetessa morta, certamente non ci avrebbe perdonato se avesse saputo che un giorno, invece di discutere dei suoi versi, ci saremmo soffermati così a lungo sui suoi pochi e sfortunati amori: contrastati - dalla famiglia - prima quello per Mario Cervi e poi quello per Dino Formaggio; non ricambiato, non come lei avrebbe desiderato, quello per Remo Cantoni.
Lei che in vita non era riuscita a pubblicare nemmeno un verso - per ritrosia, per insicurezza ma anche per l' assoluta incomprensione di cui era circondata (l' amico Enzo Paci, cui aveva sottoposto alcune poesie, le aveva detto: «Scrivi il meno possibile») - e che, non è escluso, un po' anche di questo era morta, di sicuro considererebbe la disputa sulla sua «questione morale» forse curiosa, ma di certo secondaria e insignificante.
La vita.
1912 Antonia Pozzi nasce a Milano, in una famiglia agiata.
1930 Antonia si iscrive all' università di Milano, dove studia filologia moderna
1938 Le leggi razziali fasciste provocano la partenza di alcuni suoi amici più cari. Il 4 dicembre viene trovata morta in un canale, presso Chiaravalle
2002 Rizzoli pubblica, autrice Alessandra Cenni, la biografia di Antonia Pozzi (In riva alla vita). Le sue opere sono tutte pubblicate postume
21 giugno 2002
ELZEVIRO Un saggio sulla Pozzi
Antonia, un' anima in riva alla vita
Bossi Fedrigotti Isabella
Perché una donna colta, ricca, di buona e premurosa famiglia, circondata da una cerchia di amici intelligenti e brillanti, si uccide a 26 anni lasciandosi morire una notte d' inverno in un fosso alla periferia di Milano?
Alessandra Cenni, insegnante e ricercatrice universitaria di letteratura comparata e autrice di varie raccolte di versi, ha scritto un limpido e suggestivo saggio per cercare di spiegare il mistero di Antonia Pozzi - è lei che il 3 dicembre 1938 andò a morire nei campi attorno a Chiaravalle - , allieva di Antonio Banfi, amica di Vittorio Sereni e poetessa di scrittura forte e struggente che nulla aveva pubblicato in vita ma che oggi viene ufficialmente riconosciuta come una delle più intense voci dell' intero secolo scorso.
Riecheggiando un verso della Pozzi scritto a 19 anni, il titolo del libro recita In riva alla vita (editore Rizzoli), e bene rende l' idea di esclusione dalla vera esistenza, dal suo scorrere pieno di cui soffrì la poetessa, trattenuta sempre sui bordi, come chi osi appena bagnarsi i piedi in un corso d' acqua, incapace di buttarsi, per paura del freddo, per timidezza, per troppo buona educazione, per non dare un dispiacere agli apprensivi genitori.
Costruita in primo luogo sull' analisi dei testi di Antonia, ma anche sugli scritti degli amici, sui ricordi di alcuni conoscenti ancora in vita e sulle testimonianze di suor Onorina Dino (curatrice, assieme ad Alessandra Cenni, di tutta l' opera della Pozzi), la biografia resta, nonostante la precisione delle date e delle circostanze, soprattutto una storia dell' anima. E le foto della protagonista all' interno del libro, che il lettore non può fare a meno di scrutare per coglierne il mistero, nonché i molti versi e passi di lettere che vi compaiono aiutano a meglio comprendere questa vicenda di precoce sebbene non appariscente infelicità.
Ovviamente, a 26 anni si può voler morire per amore, e questa è la tesi per lo più sostenuta a proposito di Antonia alla quale il padre proibì il grande amore di diciottenne - ricambiato - per Antonio Maria Cervi, suo professore di liceo, trentunenne, meridionale, oltre che, naturalmente, senza una lira: vale a dire fumo negli occhi per un danaroso e autoritario avvocato milanese, seguace di Mussolini, sia pure a sua volta venuto dal nulla ma molto sicuro di sé e deciso a pretendere il meglio per l' unica amatissima figlia, discendente, per parte materna, nientemeno che da Tommaso Grossi.
Come giustamente aveva previsto il papà, Antonia, al pari di tutte le diciottenni di questo mondo, tornò a innamorarsi, anche in modo profondo, di Remo Cantoni prima e poi di Dino Formaggio: ma nessuno dei due la ricambiò con l' intensità del professore che avrebbe voluto sposarla e avere da lei dei figli. Rimase per loro piuttosto una cara amica, una brillante compagna di studi e di conversazioni filosofiche.
Guardando la sua foto di ragazza ossuta e un po' maschile con un grande naso nel viso elegante, si potrebbe immaginare che la sua infelicità fosse anche quella di una donna che non si piace, che non si trova bella, non abbastanza e che per questo viene lasciata in riva alla vita. Ma si potrebbe anche pensare che in qualche modo Antonia fosse sorella di dolore della giovane poetessa americana suicida, Sylvia Plath, e che la sensibilità estrema di entrambe avesse reso l' una e l' altra inadatte alla vita; oppure che ella avesse una misteriosa predisposizione alla morte volontaria, ereditata da una sua zia che si era uccisa a 17 anni appena.
Alessandra Cenni ha un' altra idea ancora: che Antonia Pozzi non ce l' abbia fatta a continuare a vivere a causa del regime fascista totalitario e opprimente che toglieva l' aria ai giovani come lei. Né la povera ragazza aveva trovato in famiglia maggior comprensione e maggior libertà: l' avvocato Pozzi, podestà di Pasturo in alta Valsassina, dove si trovava l' amata casa di vacanze, esercitava un controllo minuzioso sui pensieri e sull' esistenza della figlia: prova ne è la severa censura postuma cui sottopose l' intera sua opera, cancellando o alterando parti giudicate sconvenienti.
Forse, come sempre, la verità sta in mezzo. E la grande infelicità, l' impossibilità di continuare a vivere anche per un giorno soltanto, fu probabilmente il risultato della somma di varie infelicità minori, dell' insopportabile miseria di vedersi costretta ai margini dell' esistenza, esclusa, lei sola, dal flusso in cui tutti gli altri si muovevano - a parer suo - sicuri, vitali, a loro agio.
26 gennaio 1999
DIARI Una nuova edizione di "Parole" in cui la poetessa, suicida a ventisei anni nel 1938, narro' in versi un amore osteggiato dai genitori
Antonia Pozzi, una vita soltanto sognata
Timida, schiva, malata di solitudine. Fu forse preda innocente di una paranoica censura paterna su affetti e opere
Bossi Fedrigotti Isabella
"Parole" di Antonia Pozzi, Garzanti editore, pagine 424,
DIARI. Una nuova edizione di "Parole" in cui la poetessa, suicida a ventisei anni nel 1938, narro' in versi un amore osteggiato dai genitori Antonia Pozzi, una vita soltanto sognata. Timida, schiva, malata di solitudine. Fu forse preda innocente di una paranoica censura paterna su affetti e opere.
Aveva una faccia rassicurante, Antonia Pozzi, dai lineamenti forti, eleganti, anche se non belli, con tratti franchi, decisi, come quelli che, piu' tardi, hanno le zie, certe energiche zie nubili capaci di far filare schiere di nipoti come fossero soldatini. Solo che Antonia Pozzi, poetessa milanese nata nel ' 12, non arrivo' a diventare zia e rassicurante non lo fu per nessuno, tantomeno per se stessa. Timida, schiva, ammalata di solitudine, si uccise a ventisei anni, il 2 dicembre del 1938, e la trovarono, moribonda e semiassiderata, accanto alla sua bicicletta, poco lontano dall' Abbazia di Chiaravalle. Ci era andata all' uscita dalla scuola dove insegnava, aveva ingoiato dei barbiturici e si era sdraiata nell' erba.
Innumerevoli altre volte, nella sua amatissima villeggiatura di Pasturo, in alta Valsassina, quello stesso gesto di sdraiarsi nei prati, immersa nella natura, le aveva dato consolazione. Quell' ultimo giorno aveva sentito, si' , il bisogno di starsene all' aperto, invece che nella sua casa o nel suo letto, ma e' probabile che della consolazione ebbe bisogno per morire, definitivamente. Aveva infatti gia' tentato di andarsene, senza riuscirci, ma non si sa se sul serio o soltanto per prova.
La nuova edizione di Parole, il diario poetico di Antonia Pozzi, riveduta e completata da ventotto composizioni che erano rimaste finora inedite, e' uscita da Garzanti quasi in coincidenza con il sessantesimo anniversario di quel 2 dicembre. Passano in queste sue pagine uomini, donne e bambini, vivi e morti, alberi e fiori, case e giardini, strade di citta' e sentieri di bosco, ricordi, dolori, felicita' e sogni: l' universo di una ragazza, dieci anni della sua vita - tra i 17 e i 26 - scivolati dentro a una moltitudine di versi che Montale amo' in modo speciale.
Quelli che piu' commuovono sono il piccolo corpus intitolato "La vita sognata", undici poesie scritte tutte nel ' 33, data della svolta, della grande rinuncia, anzi. In quell' anno Antonia e Antonio Maria Cervi, suo professore di latino e greco al liceo Manzoni, nonche' da tre anni, almeno, suo innamorato, decisero di lasciarsi, fiaccati, probabilmente, dalla lunga guerra che i genitori di lei, il padre soprattutto, avevano combattuto contro quell' amore cosi' dispari, non solo per eta' , ma anche per estrazione sociale e, naturalmente, per censo.
Apparteneva, la famiglia di Antonia, all' alta societa' milanese, alla cosiddetta Milano - bene, ma bene davvero, niente a che fare con quella che oggi si definisce cosi' : il padre avvocato famoso, colto e rigido, fiero della figlia poetessa, la madre contessa, probabilmente assai distante, impegnata nella vita mondana. In una famiglia cosi' , discendente da Tommaso Grossi, si studiava, si leggeva, si andava a messa, alla Scala, in vacanza nella villa di Pasturo e in qualche viaggio all' estero. E il matrimonio con un semplice insegnante di scuola non veniva nemmeno preso in considerazione. Gia' nel ' 32, quando Antonia aveva 20 anni, l' avvocato aveva imposto ai due innamorati di non frequentarsi piu' , ma loro avevano resistito mesi ancora, prima di darsi per vinti. Fu l' inizio della fine? Puo' essere. Almeno lo potrebbe fare supporre lo strazio di quei versi - della "Vita sognata" - nei quali Antonia augura ad Antonio Maria di trovare una nuova fidanzata ("...Oh, possa tu incontrare la donna che ti ridia la creatura che abbiamo sognata e che e' morta...") dalla quale avere il figlio cosi' spesso immaginato con le solite frasi ("...Voglio che il bambino abbia gli occhi come i tuoi...").
Perduto Antonio Maria, di grandi amori per la giovane poetessa non ce ne furono piu' . Ci fu la passione, non davvero ricambiata, per il compagno d' universita' Remo Cantoni, come lei allievo del filosofo Antonio Banfi, e ci fu l' amicizia, stretta, accompagnata da un intenso scambio di lettere, con Vittorio Sereni. Per altro non ci fu piu' tempo.
Con rigidezza simile a quella esercitata su di lei viva, il padre controllo' , dopo la morte, la sua opera. Corresse e aggiusto' secondo il suo gusto, cancello' e riscrisse quello che probabilmente riteneva eccessivo, non in linea con il modello di figlia esemplare e ideale che aveva sognato. Soprattutto elimino' quasi dappertutto la dedica "per A.M.C." che contrassegnava molte poesie. L' antico testo e' pero' stato, forse dappertutto, ripristinato. Quasi tutti coloro che conoscevano Antonia Pozzi sono ormai morti. Quasi nessuno piu' che se la ricordi in carne e ossa, ragazza con la faccia da zia, malinconica e solitaria.
Resta la sua compagna di scuola e d' universita' Lucia Bozzi, oggi suora di clausura, cui la giovane poetessa aveva dedicato e affidato molti pezzetti di carta coperti di versi. E resta - come racconta Patrizia Finucci Gallo che l' ha incontrata di recente - un' amica d' infanzia di Pasturo, Alessandra Castelletti, che ricorda i loro giochi e i giri in bicicletta. Suo cognato fu autista della famiglia Pozzi e, quando tornava su al paese, diceva sempre che Antonia era strana, che era molto triste. Ma, soprattutto, resta Maria Corti che, dagli incontri all' universita' , ne conserva una memoria molto forte: "Il suo spirito faceva pensare a quelle piante di montagna che possono espandersi solo ai margini dei crepacci, sull' orlo degli abissi. Era un' ipersensibile, dalla dolce angoscia creativa, ma insieme una donna dal carattere forte e con una bella intelligenza filosofica; fu forse preda innocente di una paranoica censura paterna su vita e poesie.
Senza dubbio fu in crisi con il chiuso ambiente religioso familiare. La terra lombarda amatissima, la natura di piante e fiumi la consolava certo piu' dei suoi simili".
25 marzo 2007
IN MOSTRA / Da mercoledì alla Fondazione Corrente, i Navigli, i campi della Zelata e le amate montagne lecchesi
Antonia Pozzi, scatti dell' anima
Per la prima volta esposte 44 foto della poetessa milanese scomparsa a 26 anni«Ieri tutto il giorno in bicicletta ho fotografato: risaie, fossi, aratri, buoi...»
Borgese Giulia
È una mostra da non perdere, soprattutto per gli appassionati della fotografia e per i lettori di poesia, quella che si inaugura mercoledì prossimo alla Fondazione Corrente, in via Carlo Porta. Per la prima volta, infatti, vengono esposte al pubblico le fotografie della poetessa milanese Atonia Pozzi (1912-1938): si tratta per la precisione di 44 stampe tratte dagli originali, - che come si usava una volta erano in formato 6 per 9, su carta lucida con i bordi bianchi frastagliati - conservati negli album da lei ordinati e annotati presso la casa di Pasturo, ai piedi della Grigna, in Valsassina.
I curatori della mostra, il fotografo Toni Nicolini e la giovane studiosa Ludovica Pellegatta, le hanno scelte tra gli oltre 2.800 scatti originali: sono state oggi stampate in digitale con risultati sorprendenti nel laboratorio Color System. È uscito anche il catalogo , «Nelle immagini l' anima» (editrice Ancora, 22 euro) con testo biografico introduttivo di Onorina Dino, che è la conservatrice dell' intero archivio di Atonia Pozzi proprio nella villa settecentesca di Pasturo, oggi proprietà delle suore del Preziosissimo Sangue.
Antonia Pozzi aveva scoperto la fotografia nel 1929, lo stesso anno delle sue prime poesie, ma quelle in mostra sono tutte del 1938, l' anno in cui si tolse la vita. Prima di morire lei stessa ne scelse circa trecento e le mandò in dono al compagno d' università e grande amico, Dino Formaggio, accompagnandole con una lettera rivelatrice: «Caro, Dino, l' altro giorno hai detto che nelle fotografie si vede la mia anima: e allora eccotele... Caro caro Dino, che tu almeno possa forgiare la tua vita come io sognavo che divenisse la mia. In ciascuna di queste immagini vedi ripetuto questo augurio, questa certezza».
Gli album diventano così un importante documento di memoria: ci sono gli alberi e le montagne da lei amatissime, l' aia e i campi della Zelata, sul Ticino, dove i suoi avevano una grande tenuta agricola, la periferia di Milano, la strada che da Portofino sale fino a Ruta (con l' annotazione: «A chi tocchi di camminare a lungo, da solo, per una strada così bella, capita magari di trovarsi ad un tratto disteso per terra tutto in lacrime, perché ci sono soavità così perfette che fanno orribilmente soffrire e gridare il nome di tutte le cose e le persone perdute». E poi c' è la gente, le donne al lavatoio, i contadini coi gerli pesanti, i vecchi, il gobbo di paese, «ancestrale profeta di una realtà semplice e insieme assoluta». E i bambini incantati davanti alla bancarella dei cavallini di cartapesta alla fiera di Pasturo o davanti alle automobiline aerodinamiche della giostra a porta Genova, e pare incarnino il suo desiderio mancato di maternità.
Aveva in animo un romanzo storico sulla Lombardia rurale e la fotografia era un modo di documentare, ma soprattutto di conoscere il lavoro dei campi, la terra e l' uomo che se ne prende cura, la cultura originaria dei suoi luoghi più cari, lontani dalla città della ricca borghesia cui apparteneva, che probabilmente non amava.
Alla nonna Nena, nipote di Tommaso Grossi, confidava i suoi progetti: «...dovrò farmi una cultura agricola: il lino, il riso, il grano e il granoturco; quando si seminano, quali stati attraversano e che tinte, quando e come si raccolgono... Ieri tutto il giorno in bicicletta, ho fotografato risaie, fossi, aratri, buoi...».
15 luglio 1999
PERSONAGGI: Si tolse la vita come Manzi, Morselli e altri allievi del filosofo Antonio Banfi. Che alcuni considerano un "persuasore di morte"
Antonia Pozzi, i segreti di una mistica ribelle
Una mostra celebra la poetessa milanese suicida nel ' 38 a ventisei anni
Fiori Cinzia
PERSONAGGI.
Si tolse la vita come Manzi, Morselli e altri allievi del filosofo Antonio Banfi. Che alcuni considerano un "persuasore di morte" Antonia Pozzi, i segreti di una mistica ribelle. Una mostra celebra la poetessa milanese suicida nel ' 38 a ventisei anni Tracce di Antonia Pozzi.
Il suo volto nelle foto ritratto, le tavole disegnate fra i 10 e i 13 anni, i versi inediti dell' adolescenza, le 65 fotografie che scatto' e sviluppo' a partire dal 1929: immagini di vita chiusa in un attimo perfetto, come nelle sue poesie. Quelle che Montale apprezzo' per "il fuoco che compongono nell' animo del lettore".
"Tu - amica ostinata / delle cose perfette" e' scritto nei versi che Enrico Licciardello le dedico' 21 anni dopo la sua morte prematura. Tracce di Antonia Pozzi in una mostra che presenta anche tutte le edizioni dei suoi testi, a partire dalla raccolta di poesie purgata dal padre per l' edizione nell' anno XVIII dell' era fascista. Ossia, un anno dopo la notte fra il 2 e il 3 dicembre 1938 che vide il tentativo di restituire Antonia a una vita per la famiglia imbarazzante quanto la morte. Prese i barbiturici e ando' a finire i suoi giorni vicino alla certosa di Chiaravalle, dove la citta' diventava la campagna delle origini, a partire dalla quale voleva scrivere un romanzo.
Aveva ventisei anni. Lascio' due biglietti di addio agli amici Vittorio Sereni e Dino Formaggio; e un testamento che il padre straccio' per poi ricostruire secondo cio' che la sua memoria gli dettava.
Antonia Pozzi non lascio' scritto, come Pavese: "Non fate troppi pettegolezzi". Tanti se ne fecero. Dipinsero quell' intellettuale moderna come un' eroina ottocentesca, che si toglie la vita a causa dell' amore adolescenziale per il professor Cervi, osteggiato dal padre. Altre piu' velenose dicerie seguirono, come quelle che subito associarono la morte volontaria di Antonia a quella di Gianluigi Manzi, suicida nel 1935. Additarono come responsabile morale Antonio Banfi, l' ex discepolo di Simmel divenuto il loro professore alla Statale: un maestro che di "cattivo" in quei giorni aveva soltanto l' ostilita' al fascismo.
Ma la tesi e' stata ripresa qualche tempo fa da Maria Corti: in un articolo defini' il filosofo "persuasore di morte" per la sua capacita' di mettere in crisi le sicurezze di chi lo seguiva. Come Guido Morselli, suicida nel 1973. Le ha risposto indirettamente un esponente della "scuola di Banfi", Dino Formaggio. Nel suo saggio raccolto in La vita irrimediabile (Alinea), descrive Banfi come "un maestro di alto insegnamento filosofico e etico, dalla cui voce scendeva, per tutti noi nella scuola, un sereno e coraggioso incitamento, anche politico, a vivere lietamente i valori del pensiero e dell' arte... Un autentico persuasore di vita". Interrogato oggi, Formaggio non vuol polemizzare: "Come gli altri amici che ho perso, Antonia si portava dentro la morte da vent' anni". Il filosofo invita piuttosto a studiare l' opera pozziana, che - dopo la pubblicazione postuma dei Diari (Scheiwiller), delle Lettere (Archinto) e delle poesie in Parole (Garzanti), curati da Alessandra Cenni e da suor Onorina Dino - vede una rinascita di interesse anche fra i giovani. Tante sono le tesi di laurea sulla Pozzi, forse per la sua poesia, non senza eco in alcune tendenze attuali, che distilla il qui e ora in una parola assoluta.
Ma se e' vero che l' arte non nasce nel nulla, va detto che le testimonianze della vita di Antonia sono lacunose. Dopo la morte della giovane, racconta Alessandra Cenni: "Il padre, avvocato di successo, distrusse e altero' tutte le carte che davano di Antonia un' idea ribelle. Si e' tentato di coprire l' aborto, gli amori intensamente vissuti, il coraggio di scelte fuori dalle convenzioni. Scomparso lui, le carte, che dovevano andare a Sereni, furono lasciate dalla madre alle suore del Preziosissimo sangue. Un' eredita' scomoda. Quando iniziammo a lavorare sui testi per riportarli alla prima stesura vi trovammo interventi operati da piu' mani, non solo quelle paterne". Il risultato? Un profilo incompleto. Tracce che fanno leggere la poesia di Antonia Pozzi in modo opposto dalle due curatrici. Secondo suor Onorina "Antonia era destinata a diventare una grande poetessa mistica, per via della purezza sempre perseguita e per quella tensione verso un "alto" che - non riuscendo a vivere come Dio - diventato irraggiungibile, forse si trasformo' in tensione verso la morte".
Alessandra Cenni afferma di "non aver mai condiviso l' idea della spiritualita' della poesia di Antonia. L' assolutezza che dal suo esistere passava nei versi, era la radicalita' di una vita aliena da compromessi". Le due studiose non appoggiano la tesi del cattivo maestro, Cenni parla di una diffusa "incomprensione artistica per una poetessa attratta dalle forme oscure della fisicita' femminile".
Alle testimonianze indirette si aggiunge ora il ricordo di Dino Formaggio: "Era una ragazza traboccante di vitalita' , andava in montagna con le guide alpine, cavalcava, nuotava. Certo, la sera, in casa, aveva delle cadute. La madre era dedita alla mondanita' , il padre intimo di Mussolini. Lei frequentava con me una piccola sinistra rivoluzionaria, faceva del bene. L' accompagnavo fra la povera gente. Ma allora non capivo quel suo modo di vivere espiando, diceva che doveva scontare il padre podesta' e la madre nobile. La nostra era una splendida unita' d' anime e di sensibilita' , parlavamo di tutto. Io avevo due anni meno di lei, non ero ancora laureato e Antonia mi dava consigli: da flaubertiana mi incitava alla pazienza, al lavoro sulla frase, sulla parola, cesellare...". Della vicinanza con la morte al filosofo non parlo' mai. "A volte ho intravisto il suo male di vivere, come quando parlava di sua zia che s' era suicidata in abito da sposa. Che patisse si capiva. Ma non lo enunciava, se non in quel contorcere le mani, come se portasse un tormento nervoso dentro. Non so che cosa accelero' in lei le idee di suicidio, negli ultimi mesi parlava di un' enorme debolezza seguita a un' operazione. L' unica stranezza evidente dell' Antonia e' che fantasticava molto, inventava situazioni mai esistite ma nella sua mente talmente amate che diventavano verita' . Del resto con il sogno e il desiderio Antonia faceva poesia".
De minimis curat…
andrea amerio
L'opera e la figura di Antonia Pozzi negli ultimi anni hanno conosciuto una
forte riscoperta editoriale, ma non solo.
Del 2008 sono i Diari e altri scritti a cura di Onorina Dino e Matteo
Vecchio usciti per Viennepierre, l'editore che nello stesso anno dà alle stampe
anche l'Epistolario (1933-1938) a cura di O. Dina e T. Gadenz. Del 2007
invece è Nelle immagini l'anima, un libro che raccoglie le foto scattate
dalla giovane poetessa nei luoghi a lei più cari, a cura di O. Pellegatta e O.
Dino, per l'editore Ancora.
Lasciando il campo editoriale è da segnalare il film/documentario Poesia che
mi guardi, uscito nelle sale (poche in verità) nel novembre 2009, per la
regia di Martina Spada, e lo spettacolo teatrale di cui dicevamo in apertura,
dal titolo Antonia Pozzi: per troppa vita che ho nel sangue, messo in
scena dal Farneto Teatro, di e con Elisabetta Vergani, che debutta domani alle
21 in anteprima nazionale in forma di "primo studio" al festival di Campsirago,
presso la Chiesa dei SS Filippo e Giacomo a Ello, piccolo comune in provincia di
Lecco, luogo pozziano per eccellenza (la famiglia Pozzi possedeva una casa di
campagna a Pasturo, in Valsassina).
Fatti i dovuti complimenti alla coraggiosa regista Marina Spada, e dopo un
doveroso in bocca al lupo all'impresa della bella e talentuosa Elisabetta
Vergani, veniamo alle dolenti note, che riguardano esclusivamente il mondo
dell'editoria.
Nel gennaio 2009, Garzanti pubblica negli Elefanti (la prestigiosa collana che
accoglie le poesie di Porta, Rosselli, De Signoribus, Raboni, Insana) un corposo
volume titolato Tutte le opere di Antonia Pozzi, curato da Alessandra
Cenni, autrice nel 2002 per Rizzoli di un romanzo biografico edito nella collana
Saggi italiani dal titolo In riva alla vita. Storia di Antonia Pozzi poetessa.
Tutte le opere, dunque. Era ora, ci voleva. Peccato che nel volume curato
da Alessandra Cenni manchi all'appello il saggio dedicato alla formazione
letteraria di Flaubert pubblicato dalla stessa Garzanti nel lontano 1940, che
certo a qualcuno avrebbe fatto piacere leggere.
E va bene, non saranno tutte le opere ma almeno ci saranno tutte le poesie.
Sbagliato: mancano del tutto le poesie comprese nel volume Poesia, mi
confesso con te pubblicato da Viennepierre nel 2004 a cura di Onorina Dino.
Poco male, direte, non facciamo i pignoli, è un caso. Però mancano anche le
traduzioni da Manfred Hausmann e da Aldous Huxley. Uffa, però ci sono gli
apparati, ricchi, aggiornati, indispensabili. Sì ma per lo più sono prelevati di
peso, salvo alcune piccole modifiche, dalle precedenti edizioni curate dalla
stessa Cenni assieme alla già citata Onorina Dino. Da La vita sognata
(Scheiwiller 1986), Diari (Scheiwiller 1989) e soprattutto da Parole,
il volume edito dalla stessa Garzanti nel 1998 a cura dalle due studiose.
Curioso però che in questa nuova edizione il nome di Onorina Dino scompaia, così
come negli apparati bibliografici scompare l'articolo Gli scritti della
poetessa Antonia Pozzi («Corriere della Sera», 28 ottobre 2002) a firma
della stessa Onorina Dino, e, soprattutto, non resta traccia della recensione
della Dino al romanzo biografico della Cenni pubblicato per Rizzoli di cui in
dicevamo in apertura. Recensione che ha per titolo 'Il volto nuovo' ovvero il
tradimento di Antonia Pozzi («Otto/Novecento: rivista quadrimestrale di
critica e storia letteraria», XXVI, 3, 2002, pp. 71-108).
Non sarà per caso che il peccato, il "tradimento", commesso dalla Dino nella sua
recensione possa essere di aver avanzato riserve sul romanzo biografico
dell'amica curatrice Alessandra Cenni? Per caso non si sarà insinuato anche qui,
anche in questi luoghi angusti e invisibili di studio specialistico, anche nella
registrazione apparentemente neutrale di una compilazione bibliografica, il
germe della ripicca, o della censura? Oppure semplicemente la Cenni ha
dimenticato l'esistenza della persona con cui ha curato tanti volumi?
Tralasciamo poi che negli apparati del libro Garzanti non vengano tenuti in
debito conto i notevoli contributi di Graziella Bernabò, di Gabriele Scaramuzza
(che, a pagina 670 nella bibliografia, diventa «Scaramazza») di Fulvio Papi e di
altri studiosi che si sono occupati con risultati degnissimi della Pozzi.
Tralasciamo che la zia Pina, sorella della mamma della poetessa, diventa la zia
«Fina» (p. 413); che la signora Frua, citata in una delle prime lettere, diventi
la signora «Prua» (pagina 423) e che nella nota anteposta alla sezione che
presenta le lettere e i diari si citi Maria Gramignola Cavagna Sangiuliani,
l'amatissima nonna Nena, chiamandola con il nome della madre della poetessa,
Lina Cavagna Sangiuliani, figlia di Maria Gramignola (pagina 410).
Tralasciamo, dico, perché Montale scriveva a ragione che "gli angeli resteranno
inespungibili refusi" e dio solo sa quanto la lotta contro il diabolico refuso
sia impari. Detto questo però, come si fa a ignorare le pecche di un'edizione a
vasta diffusione che qualifica come inedite lettere già pubblicate nell'edizione
Archinto del 2002 (L'età delle parole è finita. Lettere) curata, tanto
per cambiare, da Alessandra Cenni e Onorina Dino?
Che dire? Su Ibs il volume pubblicato da Garzanti risulta "al momento non
disponibile".
Si vede che la poesia è molto amata, e a ragione. Infatti mi piace pensare che
un volumone di scritti di una poetessa morta suicida a ventisei anni per la
cieca ipocrisia maschilista dell'Italia mussoliniana sbanchi il botteghino, ma
soprattutto mi piace pensare di non trovarlo nelle librerie perché mi sovviene
una sua bellissima Canzonetta, che riproduco in chiusura di questo mio
"intervento da dietro", aggiungendo che non posso evitare di riscontrare
l'amaro, ironico paradosso per cui questi episodi vengono a interessare uno dei
pochi autori del novecento che, memore dell'ammonimento manzoniano messo in
scena nell'episodio della biblioteca di Don Ferrante, abbia tematizzato in versi
la pochezza, la povertà, la meschinità del libro – e del circostante mondo di
attese e speranze che si dispiega varcate le soglie rampicanti del paratesto.
Eccola:
Canzonetta
Ciascuno la propria tristezza
se la compra dove vuole -
anche in una bottega nera
austera
tra libri impolverati
che si liquidano a prezzi
dimezzati -
libri inutili -
tutti i Tragici Greci –
ma se il greco non lo sai
più –
mi sai dire perché li hai
comprati?
libri inutili -
Poesie per i bambini –
coi fantoccini
colorati -
ma se non hai bambini
tu
mi sai dire perché li hai
comprati?
se non avrai dei bimbi mai
più
mi sai dire per chi
li hai
sciupati
i tuoi soldi
così?
Ciascuno la propria tristezza
se la compra dove vuole -
come vuole -
anche qui –
Viva l'Italia!
Nota
L'articolo riprende e in parte rielabora una lettera aperta del 19 aprile 2009
inviata del prof. Matteo Vecchio dell'università di Firenze, chi qui ringrazio.
Pubblicato da
a.amerio il 24-06-10
giornalismo e verità