5-5-2001
CATHERINE MILLET
(1948 - )
Pages sur Catherine Millet dans ce site:
Critiques du Livre - France, Royaume Uni
Interview in the Playboy of Brasil (portuguese)
Reviews of the book - USA, U.K., Germany
A arte do sexo
É
uma referência do mundo da arte contemporânea e, agora, passou a ser,
também, um marco na arte de contar para o público, na primeira pessoa, a
vida sexual mais íntima. Através da publicação de um livro - La vie
sexuelle de Catherine M., editado pela Seuil, Catherine Millet,
directora da revista «Art Press» e ensaísta, criou o acontecimento
literário da Primavera francesa. Trata-se de uma autobiografia sexual
onde a crítica de arte conta tudo, expondo-se ao máximo ao relatar todas
as libertinagens e todos os «bacanais» em que participou a partir dos 18
anos. Aos
53, decidiu assumir-se como a mulher livre que sempre foi e, no livro,
descreve por exemplo deste modo as «soirées» em que participava: «Era
sempre a mesma configuração: mãos percorriam o meu corpo, eu agarrava
piças, virava a cabeça para a esquerda e para a direita para chupar,
enquanto outras piças cresciam dentro de mim: talvez duas dezenas por
noite». |
|
Toda a autobiografia é escrita desta forma límpida, radical e sem artifícios. Com uma linguagem de tal modo crua que Bernard Pivot se sentiu, há dias, na obrigação de avisar os telespectadores que iam assistir a uma entrevista com ela e o marido, o escritor Jacques Henric, que alguns poderiam ficar chocados com as palavras que iriam ser ditas no decorrer da emissão. Pivot aconselhou desse modo as famílias a mandarem os menores para a cama.
Na
televisão, Catherine Millet confirmou o que escrevera: a participação em «bacanais»
que chegavam a ter mais de cem pessoas, os milhares de parceiros sexuais dos
quais apenas 49 têm cara e nome, «as fodas» (sic) com desconhecidos em
becos, em «boîtes» especializadas, em bosques... Tudo, explicou a seguir o
marido, com o seu consentimento. Jacques Henric, dez anos mais velho do que ela,
publicou, aliás simultaneamente, outro livro - Légendes de Catherine M.,
editado pela Delanoel - com fotografias da mulher nua feitas por ele nos locais
mais insólitos, acompanhadas por reflexões sobre o sexo, o exibicionismo e o
amor.
Ambos
se amam desde que se encontraram, no início dos anos setenta, no auge da
libertação sexual em França, nos anos de brasa que se seguiram ao movimento
de Maio de 68. Quando começaram a conviver, ele percebeu de imediato tudo o que
iria acontecer e disse-lhe: «Merda, estou a ficar apaixonado por uma mulher
que dorme com montes de gente».
Henric disse em entrevistas que também teve as suas aventuras extraconjugais, mas explicou que não participava nos «bacanais» com Catherine. Foi um homem moderadamente ciumento que, confessou, até chegou a tirar proveito da agitada vida sexual da mulher. Gostava que ela lhe contasse tudo, e inspirou-se assim para escrever alguns dos seus romances. «A minha escrita está muitoligada às coisas do sexo. A literatura deve dizer o que não se diz. Encontrar alguém que no real possa alimentar isso, é fantástico», explicou.
Os
críticos literários saudaram as duas obras com entusiasmo. Sobretudo a de
Catherine Millet. «Eis um livro excelente, muito bem escrito e absolutamente
siderante», escreveu o muito sério diário «Le Monde». «Nunca uma
mulher tomou a palavra deste modo para contar a sua vida sexual. Sem se esconder
atrás de um pseudónimo, sem manifestar nem culpabilidade nem proselitismo nem
gosto pela provocação, sem desenvolver uma espécie de mística do sexo, sem
revelar desejos turvos, de submissão ou de dominação», acrescentou o
mesmo jornal.
Este
tipo de livros com revelações e confissões muito pessoais sobre o sexo não
é inédito no seio dos intelectuais franceses que, ultimamente, andam muito
virados para essas coisas. Catherine Millet parece partilhar a opinião do também
muito aplaudido escritor Michel Houellebecq que, há tempos, publicou um texto
no qual qualificava as «boîtes» de sexo ao vivo com amadores como «a última
social-democracia sexual». Foi mais ou menos o que escreveu a conhecida
especialista em arte contemporânea: «Nestas zonas incertas, onde eu
encontrava uma população cujas origens sociais eram niveladas pelo
igualitarismo sexual, nunca tive de enfrentar a mínima ameaça ou brutalidade,
fui mesmo aí gratificada com atenções que nem sempre encontrei numa clássica
relação a dois».
Os
críticos literários dos grandes jornais franceses elogiaram a qualidade das
obras e igualmente «a coragem» de Catherine e de Jacques. Mas a
imprensa cor-de-rosa também. O casal aceitou, aliás, dar entrevistas a
revistas especializadas em devassar a vida privada das pessoas célebres, aos
quais disseram mais ou menos o que já o diário «Libération» tinha escrito.
Por exemplo, na revista «Gala», Catherine explicou que a publicação do seu
livro foi facilitada pelo facto de os seus pais já terem morrido e por não ter
filhos: «Os meus pais morreram há alguns anos e não tenho nem irmãos nem
filhos... portanto não tive esse problema do olhar culpabilizante e o meu
marido encorajou-me muito», disse.
Sobre
o momento escolhido para escrever, a crítica de arte disse que tem a ver com a
diminuição da sua actividade sexual, que conhece desde há oito anos. «Passados
os quarenta anos, reflecti e tomei consciência de que vivi a minha vida ao
contrário; em geral avançamos para este tipo de práticas sexuais quando se
atinge uma certa maturidade; comigo, foi ao contrário, entrei em 'bacanais'
logo depois de ter perdido a virgindade, aos 18 anos; foi quando reflecti nisto
tudo, no período especial que são os 44/45 anos, que decidi passar as coisas
para a escrita».
Trata-se de um livro escrito com grande simplicidade, o que conduz o
leitor a reagir da mesma forma. Ao invés de outras obras sobre o sexo
recentemente editadas em França, que são demasiado marcadas pela culpa ou pelo
desejo de provocação, La vie sexuelle de Catherine M. revela um mulher
que, segundo disse a própria autora, «fode como respira (sic),
sem qualquer espécie de vergonha». Catherine Millet confessou também
gostar de ser uma mulher dócil, mas não masoquista, e não lamentar ter sido
utilizada, muitas vezes, como mulher-objecto de desejo. Porque, afinal, era também
o seu desejo que ela satisfazia, assumindo as suas fantasias. «Sou dócil não
por gostar de ser submissa, porque nunca procurei colocar-me numa posição
masoquista, mas por indiferença em relação ao uso que fazemos dos corpos»,
explicou.
Em
criança, Catherine Millet ouviu a mãe confessar-lhe que tinha sete amantes e
acrescentar: «Não são assim tantos». Depois de ter passado, com o
marido, pelos círculos intelectuais comunistas, continua a defender, igualmente
com o cônjuge, as ideias libertárias de Maio de 68. Ambos criticam o
puritanismo e a hipocrisia e só censuram o ex-líder estudantil Daniel
Cohn-Bendit por ele se ter autocriticado na recente polémica sobre os seus
escritos do passado relacionados com a sexualidade infantil.
Hoje,
Catherine Millet garante que deixou de participar em «bacanais»: «Mudei de
estilo de vida há alguns anos».
Daniel Ribeiro, correspondente em Paris
Do EXPRESSO, 28-4-2001
Pode ler extractos do livro aqui.
Leia também Mario Vargas LLosa em "El País"
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Catherine Millet se raconte comme personne
Voici un livre excellent, très bien écrit et
absolument sidérant. Jamais une femme n'avait pris la
parole ainsi pour raconter sa vie sexuelle. Sans se cacher derrière un
pseudonyme, sans manifester ni culpabilité ni prosélytisme ni goût de
la provocation, sans développer une sorte de mystique du sexe, sans révéler
des désirs troubles, de soumission ou de domination.
Ici, une femme libre, par ailleurs directrice de la rédaction du magazine Art Press et auteur de plusieurs essais sur l'art contemporain, dont elle est spécialiste, écrit, la cinquantaine venue, son premier texte personnel, où elle décrit, de manière neutre, l'usage qu'elle a fait de son corps, explorant "Le nombre", "L'espace", "L'espace replié" et quelques "Détails" (ce sont les quatre parties du livre). Ce qui étonne le plus dans La Vie sexuelle de Catherine M., ce n'est pas la minutie du récit, des souvenirs, c'est la placidité de Catherine Millet. Totale. Inédite. Tout est contenu dans le constat que fit un jour un de ses amis : "Catherine, dont la tranquillité et la maniabilité en toutes circonstances sont dignes des plus grands éloges." |
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"Jusqu'à
ce que naisse l'idée de ce livre, je n'ai jamais trop réfléchi sur ma
sexualité, affirme d'emblée Catherine Millet. J'étais toutefois consciente
d'avoir eu des rapports multiples de façon précoce, ce qui est peu coutumier,
surtout pour les filles, en tout cas dans le milieu qui était le mien. J'ai
cessé d'être vierge à l'âge de dix-huit ans – ce qui n'est pas spécialement
tôt – mais j'ai partouzé pour la première fois dans les semaines qui ont
suivi ma défloration." Et elle a continué. D'où "Le nombre".
Tout semble s'être passé comme naturellement, au Bois, dans des clubs échangistes,
chez des personnes privées. "Je n'ai jamais eu à souffrir d'aucun geste
maladroit ou brutal et ai toujours plutôt bénéficié d'attention";
"Je suis docile non par goût de la soumission, car je n'ai jamais cherché
à me mettre dans une position masochiste, mais par indifférence, au fond, à
l'usage qu'on fait des corps", insiste-t-elle. Une
indifférence communicative. Car même si on a un imaginaire très éloigné de
toutes ces pratiques sexuelles, on est amené à lire ce récit comme il a été
écrit: avec simplicité. Catherine Millet – qui "baise comme elle
respire" – n'éprouvant "aucune honte" de ses fantasmes et de
ses actions, on n'en éprouve pas non plus. On constate, c'est tout. On note que
son imaginaire est avant tout visuel – ce qui est peut-être le point de
convergence entre sa vie professionnelle et la sphère privée.
On comprend même sa timidité sociale, qui est sûrement grande, on la suit
dans son autre existence, sa relation à deux, avec l'homme qu'elle aime (Jacques
Henric, le seul nommé sous son vrai prénom, et qui publie aussi un livre sur
elle) – qui n'a jamais participé à ses partouzes.
INTERDITS SINGULIERS
Catherine Millet, qui tente de repousser les frontières du dégoût – "baiser
par-delà toute répugnance, ce n'était pas que se ravaler, c'était, dans le
renversement de ce mouvement, s'élever au-dessus des préjugés" – ne
vit pas pour autant dans un univers sans aucun tabou, mais ses interdits sont
singuliers. "La chambre commune, le lit “conjugal” relèvent de
l'interdit absolu." "Qu'en l'absence de la personne, on touche un
objet qui la touche, c'est la personne qui est atteinte par contiguïté. (…)
La pensée de m'essuyer avec une serviette qu'une femme, venue clandestinement
chez moi, aurait passé entre ses cuisses, ou que Jacques utilise la même qu'un
invité dont il ignorerait la visite m'horrifie comme si nous avions à redouter
une épidémie de lèpre." "D'autre part, alors que je me sens
couverte d'opprobre face à un contrôleur qui me réclame un peu vertement un
billet que j'ai momentanément égaré, je n'aurais été que contrariée si
j'avais été prise en flagrant délit d'exhibitionnisme sur la voie
publique."
Evidemment, le livre
refermé, on ne peut éviter de se poser certaines questions, auxquelles
Catherine Millet ne fait pas allusion. D'où vient ce désir de témoignage,
cette volonté de rendre public l'intime, donc de le nier en même temps,
surtout pour une personne qui n'a pas choisi d'être écrivain? C'est l'un des
mystères de ce texte, qui en recèle beaucoup d'autres. Notamment le fait que,
curieusement, le récit ne transforme jamais le lecteur en voyeur. Le mot obscène
est absolument hors de propos. Le mot graveleux l'est tout autant. Le discours
est cru, radical, mais n'invite à aucun trouble. Rien à voir avec les romans
prétendument "hard" qu'on nous sert depuis quelque temps. Peut-être
parce que Catherine Millet, contrairement à tous ceux qui parlent de sexe en
espérant choquer, est imperméable à tout puritanisme.
Josyane Savigneau
La Vie sexuelle de Catherine M., de Catherine Millet, Seuil, "Fiction
& Cie", 224p., 110 F (16,77).
LE
MONDE, 6-4-2001
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Catherine Millet et Jacques Henric, 53 et 62 ans, meneuse d'une revue d'art et écrivain
s'exposent sans fausse
pudeur.
Tout le plaisir est pour eux
Catherine Millet et Jacques Henric en
7 dates 21 décembre 1938 1er avril 1948 Début des années 70 Il publie «la Peinture et le mal» (Grasset). |
1987 Vers 1990 Elle publie «la Vie sexuelle de Catherine M.» (Seuil).
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Exposition
maximale d'une femme. Catherine Millet raconte sa vie sexuelle, cliniquement, en
entomologiste à la Robbe-Grillet, scrutant à la loupe ses libertinages
multipliés et ses libertés au grand air. Jacques Henric la photographie, nue,
dans des casses de voitures et des carrières abandonnées, et il publie le tout
entrelardé d'une réflexion très référencée sur celle qui se montre, celui
qui regarde, et le dispositif que cela suppose. Elle est critique d'art, dirige
la rédaction d'Art Press, est commissaire d'exposition. Il est essayiste
et romancier, fut l'un des piliers de la revue Tel quel et reste membre
de la bande à Sollers. Ils se sont connus dans l'après-68, après la
contraception, avant le sida, au temps chéri de cette libération sexuelle tant
mitraillée aujourd'hui. Dès le premier soir, il lui a dit: «Zut, je suis
en train de tomber amoureux d'une femme qui couche avec plein de monde.»
Ils vivent ensemble depuis vingt ans et se sont accordé des licences réciproques,
lui coureur de jupons assez convenu, elle partouzeuse très nature et pas
honteuse. Ils se sont mariés à la sauvette, «pour les impôts»,
plaisante-t-elle, quand lui continue à honnir les établis petits-bourgeois. On
les rencontre dans un atelier d'artiste au fond d'une courette du XIIe
arrondissement, où ils voisinent avec des éditeurs, des journalistes. Il y a
un jeune chat et une compression de César, des éboulements de livres et des
tableaux d'Alain Jacquet et de contemporains qu'elle défend. Et puis il y aussi
des nus d'elle sans lui, des nus d'elle faits par lui.
En
structuraliste amateur et en analysée modérément impliquée, elle ne peut
s'empêcher de mettre en regard son attrait pour la pluralité sexuelle avec son
goût pour les chiffres. Enfant, elle tient un herbier et s'inquiète de savoir
si une femme qui a plusieurs maris les a en même temps. Elle entend sa mère
lui avouer ses 7 amants et se disculper d'un «ce n'est pas tant que ça» dubitatif.
Aujourd'hui, elle peut lui opposer 49 hommes qui ont nom et visage, mais aussi
une cohorte d'indifférenciés, de fantômes qu'elle chosifiait aussi également
qu'ils usaient d'elle comme d'un objet de plaisir. Description écrite de ses
soirées échangistes: «Toujours la même configuration: des mains
parcouraient mon corps, moi-même j'attrapais des queues, tournais la tête à
droite et à gauche pour sucer, tandis que d'autres queues se poussaient dans
mon ventre: une vingtaine pouvait ainsi se relayer pendant la soirée.»
Appréciation de ses copains d'alors qui lui servaient de guides dans ce qui n'était
pas une descente aux enfers: «Tu faisais les choses avec naturel, ni réticente
ni vicelarde, juste de temps en temps un petit peu maso.» Ou bien: «Tu
ne jouais ni la femme qui veut faire plaisir à son mec, ni la grande salope.» Peu
de mauvais souvenirs, peu de culpabilité fangeuse, plutôt du ludisme. Elle se
souvient: «Dans ces zones incertaines, où je rencontrais une population
dont les appartenances sociales étaient nivelées par l'égalitarisme sexuel,
je n'ai jamais eu à redouter la moindre menace ou brutalité, j'y ai même été
gratifiée d'une attention que je n'ai pas toujours rencontrée dans une
classique relation duelle.» On croirait entendre l'écrivain Michel
Houellebecq vantant les boîtes à partouzes comme dernière «social-démocratie
sexuelle». En tout cas, peu de cette fascination pour la souillure, de
cette mortification d'après le plaisir qui réémerge dans les romans féminins
actuels, chez Ernaux mais aussi chez Angot ou chez Nobécourt, comme si une Thérèse
d'Avila était toujours prête à serrer la discipline de la moindre Juliette de
Sade.
Lui
n'a jamais participé à ces séances collectives qui connaissent ces temps-ci
une recrudescence banalisée. Tous deux pensent que leur histoire y aurait
difficilement survécu. Modérément jaloux quand elle serait assez tigresse, il
aimait qu'elle lui raconte, comme Joyce ou Bataille réclamaient de leurs
compagnes que leurs récits de tromperie excitent leur fureur créatrice. Il
explique: «Mon écriture est très liée aux choses du sexe. La littérature
doit dire ce qui ne se dit pas. Trouver quelqu'un qui dans le réel peut
alimenter ça, c'est fantastique.» Elle a inspiré nombre de ses héroïnes.
Mais, petit à petit, le silence s'est fait sur leurs existences parallèles.
Aujourd'hui, elle se dit fidèle, distanciée. Et c'est comme s'il avait fallu
que le sexe la tenaille moins pour que le témoignage advienne. Il s'est greffé
sur son projet, a sélectionné quelques-uns des instantanés où elle passe les
pouces dans les élastiques de sa culotte et a théorisé qu'il n'y aurait «d'image
que du corps de la femme». Caché derrière ses arguments, il garde ses
secrets, et elle s'attendrit de sa discrétion. Lui salue sa franchise, son
courage. Et c'est comme si cette mise à nu d'elle par elle, d'elle par lui, les
rapprochait plus encore
Ils
viennent du même milieu. Lui populo et canaille. Père catalan, typographe et
membre du PC, mère sténodactylo. Elle, banlieusarde, avec un père propriétaire
d'une auto-école et une mère secrétaire de direction. Ces derniers faisaient
lit à part et vivaient des sexualités distinctes. Ce qui, dit-elle, l'a incitée
«à séparer sexe et sentiments». Lui fut élevé par sa grand-mère
dans la Beauce. Depuis, leurs parents sont morts. Les voilà seul à seul. Ils
n'ont pas d'enfants. Il s'en réjouit, honnit «les landaus, les
belles-doches, les dimanches midi». Elle est moins péremptoire: elle n'en
voulait pas, en voulait, a attendu, ça aurait pu se faire, ne s'est pas fait,
mais, affirme-t-elle: «Ce n'est pas un problème.» Pourtant, elle
estime que, dans cette exposition de soi, des enfants l'auraient plus arrêtée
que des parents.
Ils
ont tous deux frayé avec le PC, se sont croisés aux Lettres françaises,
où régnait Aragon. Désormais, ils appartiennent à cette gauche confortable
et sourcilleuse qui oublie de voter mais se revendique «du parti des
intellectuels et des artistes» (elle dixit), belle manière de garder de
blanches mains. Sur les mœurs, en revanche, ils n'ont pas bougé. Tous deux
revendiquent joliment les fulgurances de 68, redoutent l'autoritarisme résurgent,
s'étonnent des mea-culpa de Cohn-Bendit ou de l'hystérie antipédophile. Et
ils s'inquiètent de la transparence exigée, même si leur démarche participe
du brouillage des frontières privé-public et fait écho à la folie d'une société
où «règne la confusion entre le réel, l'imaginaire et le symbolique»
(lui dixit).
Il n'y a que sur le masculin et sur le féminin qu'ils paraissent classiquement à l'opposé. Lui, ce serait moto BMW, cigare Roméo et Juliette, zoom 35-135 et machisme du Sud. Elle, ce serait la minutie, la constance, la disponibilité. Mais, le prof de lettres à la retraite a trop lu les bons auteurs (Lacan et compagnie) pour être dupe. Et la contemporaine du body-art se découvre rétive au sentimentalisme gluant, aux séductions préliminaires, aux appartenances verrouilleuses. Comme si les hommes et les femmes n'étaient pas condamnés à venir sempiternellement de Mars et de Vénus.
Luc le Vaillant
Libération,
4-4-2001
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Le
regard sur soi d'une femme libre
Le
côté très cru du récit de Catherine Millet, La Vie sexuelle de Catherine M.,
risque de cacher l'essentiel : le prodigieux regard sur soi qu'il suppose. Pour
la première fois, une femme décrit exactement le lieu où sa jouissance se
forme, se construit, se joue, se déploie. Le fameux "continent noir"
de la sexualité féminine s'éclaire. Ce n'est pas trop tôt. "Je suis
entrée dans la vie sexuelle adulte comme, petite fille, je m'engouffrais dans
le tunnel du train fantôme, à l'aveugle, pour le plaisir d'être ballottée et
saisie au hasard. Ou encore : absorbée comme une grenouille par un serpent."
C'est
l'histoire d'une vocation, dont tout laisse à penser qu'elle aurait pu (ou dû)
être religieuse. Seulement voilà : Dieu ne répond pas, les parents mentent
autant que la société, les murs sont insupportables, le corps féminin est
enfermé derrière eux depuis la nuit des temps, il faut aller droit au sujet
pour "élargir l'espace". Les hommes sont là, en état d'excitation
permanente, pourquoi ne pas s'en servir comme d'instruments, d'autant plus
qu'ils sont surtout très intéressés, au fond, les uns par les autres. Ils
sont drôles, les hommes, avec leur "détermination d'insectes". On
peut ainsi devenir, si on en a le goût, "une araignée active au milieu de
sa toile".
Catherine
M. n'aime pas les bavardages, les simulacres, les allusions poisseuses, la comédie
des apparences, la vertu dissimulant le trafic prostitutionnel. Aucun doute :
elle a beaucoup fait l'amour par plaisir, elle a aimé ça, et elle aime le
raconter de façon ironique, légère, précise. Son regard est net, sa vie de dérive
est une œuvre d'art. Elle se reconnaît "sans aucun interdit,
exceptionnellement dépourvue d'inhibition". Plusieurs hommes à la fois,
aucun problème. Elle les subit, elle les parcourt, elle les satisfait parce que
ça lui plaît. Sa nudité, dit-elle, "la protège". Comme ils sont
bizarres, tous ces mâles, électriques, obstinés, travailleurs, soumis au
pouvoir sexuel sous ses déguisements de places et d'argent. Catherine M. les
suit, les devance, mais elle les observe. De près. De très près. Et, encore
une fois, comme on ne l'a jamais fait ni osé. Le nombre, le temps, l'espace,
les détails. Que les femmes soient effrayées par ce livre, rien que de normal.
Mais ce sont les hommes qui devraient plutôt avoir peur en se découvrant
soudain perdus et anonymes dans la multitude, identiques dans leurs manies,
leurs stéréotypes : on leur renvoie leur miroir.
DE
TABLEAUX EN TABLEAUX
Pas
de règlements de comptes, pas de regrets, pas de ressentiment, au contraire.
Une sorte de gratitude enchantée traverse ce livre qui "aime le temps
suspendu dans lequel vivent les baiseurs".Catherine M. n'a pas fermé les
yeux sur ses partenaires (souvent sans visages), mais pas non plus sur elle-même.
Cette acuité de la vision l'a fait vivre de tableaux en tableaux. "Le
lecteur a peut-être pu s'en rendre compte : je campe vite le décor. Là où ma
fente intime a livré passage, j'ai ouvert grand les yeux. Lorsque j'étais très
jeune, j'ai appris de cette façon, entre autres, à me repérer dans
Paris."
En
réalité, dans le monde vrai du plaisir, contrairement à ce que répètent les
oiseaux de malheur, une nouvelle innocence se dégage, une fidélité sauvage et
raffinée à l'enfance. Catherine M. en vient même à parler du "berceau
nu de la baise". N'est-ce pas une mystique étrange, qui, tout à coup,
dans un coin de scène d'orgie, nous dit : "Il y a de la suavité dans ces
moments où le vide autour de soi libère non seulement l'espace, mais aussi, me
semble-t-il, l'immensité du temps à venir " ? Elle traverse ses amants,
les endroits spéciaux de Paris, elle voyage, elle conduit son bateau d'Art
Press, elle aime son mari anarchiste et écrivain, elle est très pudique. Le
moment n'est pas encore venu où on pourra évoquer, au sortir de ce tourbillon
d'organes, la possibilité de sa béatification (la canonisation attendra), mais
enfin, soyons optimistes, la question se pose. Ecoutez-la : "J'étais déjà
pleine de la coïncidence de mon corps vrai et de ses multiples images volatiles."
Hypocrites lecteurs, sournoises lectrices, convenez-en calmement : cette jeune
femme s'est libérée pour vous.
Philippe
Sollers
Le Monde, du 6-4-2001
Le site de la revue d'art contemporain dirigée par Catherine Millet. On y retrouve aussi des hors-série, la possibilité de commander des anciens numéros et un forum de discussion: http://www.artpress.com
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Catherine Millet l'impudique
Honnêtement,
on ne se doutait pas que Catherine Millet, scrupuleuse directrice de la revue
Art Press, avait tant à exprimer au sujet de sa "vie sexuelle", à
commencer par la quantité. Elle est le motif central, exclusif, de ce récit
qui paraît en même temps que le livre de Jacques Henric, son compagnon, ponctué
de photographies (toutes de "Catherine M.") et de réflexions diverses
au sujet du sexe et de sa représentation. Deux livres, complémentaires à l'évidence,
quoique fort dissemblables dans leur forme.
Une rage antiromantique
Catherine Millet raconte, le mot est faible: elle
applique strictement le programme annoncé sur la couverture. Les lecteurs ne
pourront pas se plaindre d'avoir été grugés. Son récit relègue Mmes
Breillat, Despentes et autres menues Angot au pensionnat de la Légion d'honneur.
Il est stupéfiant, moins par ce qu'il évoque (milliers de partouzes, défilé
incessant de corps, les mots nous manquent pour faire le tour) que par son ton:
impassible, recto tono, d'une troublante indifférence à l'égard de son objet.
Indifférence est-il bien le mot? Il faudrait en trouver un autre, mais lequel?
La raison en tient sans doute à ce point de jonction, la cause même du livre:
une autobiographie de l'obscène (dont on note au passage qu'elle nécessite
quand même un léger voile d'anonymat: qui est Catherine M.? Quelqu'un
d'autre? Pour quelle vérité au juste?). Impératif de véracité maximale, de
distance maximale, les deux en même temps.
L'ouvrage ne s'inscrit pas par hasard dans la foulée
d'une Annie Ernaux, dont on sait le goût pour de tels chemins de crête. Mais
Annie Ernaux parle au vif d'un présent qui ne se retourne jamais. Catherine Millet, au contraire,
examine, soupèse, "rétrospecte" - on ne quitte pas un instant cette
posture de la synthèse ferme, en l'absence de toute vulnérabilité. Rien ne
cille, que l'on se trouve dans un parking, un garage, sur un sentier de randonnée,
dans quelque cimetière d'Espagne ou le placard à balais de la rédaction d'Art
Press. On
ne s'étonne pas, cela dit, que la narratrice se demande si "elle ne baise
pas pour que la baise ne soit plus un problème": il y a là un nœud qui
fait le pont entre les années 70 originelles (leitmotiv de la libération
sexuelle) et celles que nous vivons désormais, fort différentes. Il ne s'agit
plus de casser du tabou, en allant vers une révélation merveilleuse, quasi
religieuse: rien de moins religieux sexuellement que ce livre, rien de plus dévoué
au contraire à une intégration décidée de l'obscène dans le cadre officiel
du récit hors genre, hors rayon "porno".
Seule, pour l'instant, l'autobiographie permet de déjouer
ce piège. Catherine Millet y est-elle arrivée? La réponse est oui, assurément,
dans la mesure où le livre est "provocant" de lui-même, sans jouer
d'une stratégie artificielle. On en ressort secoué, ahuri, jusqu'à la
suffocation. Un livre bien plus profondément "sadien" que simplement
libertin, sans légèreté, très sérieux, poursuivant son objectif à la façon
d'une torpille en ligne droite, sans faire réellement acte de littérature non
plus. D'où
un malaise, le sentiment qu'il y a là, au cœur de cette rage antiromantique,
une revanche troublante du pathos: pas de pause dans cet enchaînement d'étreintes,
pas de respiration autre que celle de l'assouvissement qui en appelle aussitôt
un autre, le manque repoussé toujours à plus tard, pas de vrai nom possible,
enfin, à mettre sur les corps. Seul "Jacques" (Henric) émerge de
cette marée.
Repasser à son livre, du coup, apporte un
incontestable soulagement. Cher Henric, bon vieux nounours, avec son Leica, son
Spinoza, son Bataille et ses Pères de l'Eglise! Ah,
ce qu'on est bien tout à coup, à retrouver les livres, l'air de la campagne,
le sentiment naïf de l'homme amoureux! Comme tout se remet à trembler, on allait dire "normalement"! Il
faisait chaud, il ouvre la fenêtre, c'est bien.
Michel Crépu
L'Express du 12/04/2001
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La vie sexuelle d'un couple tranquille
Directrice de la rédaction d'un journal d'art
contemporain, la Parisienne Catherine Millet publie un livre qui témoigne d'une
vie sexuelle vécue dans l'extrême.
Cela accompagné d'un volume illustré par son
compagnon Jacques Henric. Rencontre
à Paris.
Ils craignaient, confessent-ils, un "silence gêné".
Ils sont désormais totalement rassurés sur ce point. Il aura suffi que leurs
livres respectifs commencent à circuler chez les critiques ou dans les rédactions
(la sortie en librairie est prévue le 6 avril) pour que la stupéfaction soit
aussitôt suivie de coups de téléphone réclamant rencontres et interviews:
jusqu'à Bernard Pivot, maître de Bouillon de culture, qui les a aussitôt
conviés sur son plateau de vendredi prochain. Il
faut admettre que La vie sexuelle de Catherine M., éditée par Le Seuil, est un
livre exceptionnel. D'abord par la personnalité de son auteure. Catherine
Millet dirige depuis 1972 la rédaction d'art press, l'une des plus renommées
revues consacrées à l'art contemporain. Sa vie littéraire s'était jusque-là
entièrement dédiée à diverses et savantes monographies sur le sujet.
Catherine Millet a aussi été la commissaire du pavillon français à la
Biennale de Venise en 1995.
L'étonnement
provoqué par ce nouveau livre est donc surtout celui d'un contenu biographique
aussi explicite que sidérant. Catherine Millet y raconte de façon clinique,
avec une distance au bord du sourire, ce que fut une vie sexuelle absolument délirante.
On est à peine à la page 18: "Dans les plus vastes partouzes auxquelles
j'ai participé, dans les années qui ont suivi, il pouvait se trouver jusqu'à
cent cinquante personnes environ (toutes ne baisant pas, certaines venues là
seulement pour voir), parmi lesquelles on peut en compter environ un quart ou un
cinquième dont je prenais le sexe selon toutes les modalités: dans les mains,
par la bouche, par le con ou par le cul." Le
reste est à l'avenant: Catherine Millet n'oublie rien, n'omet rien, ni le drôle,
ni le sordide, ni le technique (comment vraiment réussir une fellation, les
diverses qualités de membres masculins, etc.) et raconte plus de trente ans
d'une sexualité vécue comme une philosophie épanouie de tous les possibles. Le
sexe de groupe pratiqué dès ses 18 ans, cela aussi bien avec ses copains que
dans des clubs échangistes, au bois de Boulogne, mis en scène ou improvisé,
en plein soleil ou à l'arrière d'une camionnette. Sans la moindre once de
regret, de traumatisme ou de prosélytisme: cela s'est simplement passé ainsi.
Jacques Henric, essayiste et romancier, est son
compagnon depuis des années. Lui aussi est de cette génération qui avait à peine
plus de 20 ans en Mai 68. Il n'a jamais participé aux partouzes de Catherine,
qui ont surtout "nourri son imaginaire romanesque", mais leur vie
sexuelle et amoureuse s'est souvent déroulée en plein air et avec un appareil
photo en bandoulière. Résultat: le livre du monsieur, Légendes de Catherine
M. (Denoël), sorte d'hymne à l'amour, réflexion sur les rapports de l'image
et de l'écriture, et d'essai sur la photographie, rehaussé d'une trentaine de
clichés érotisants de celle qui partage sa vie.
Repaire parisien
On en est là quand on arrive dans leur repaire
parisien, quelque part dans le XIIe arrondissement. Une petite cour intérieure,
une porte rouge et un appartement tout en hauteurs et étages, situé dans une
ancienne marbrerie. Les photos de Catherine nue voisinent sur la bibliothèque
avec saint Thomas d'Aquin, des œuvres souvent magnifiques de l'art
d'aujourd'hui embellissent les murs. Jacques Henric vous sert un café, on
manque de poser son manteau sur une compression de César, et on salue Catherine
Millet, qui a l'air d'une petite souris bien sage, la jupe sous le genou. Elle
vit aujourd'hui plus calmement, et pour tout dire conjugalement. Aussitôt,
puisqu'elle apprécie qu'on aille droit au but, on lui demande ce qui l'a poussée
à dévoiler ainsi dans le détail ce que fut sa sexualité: "Pour les
photos, même avec mon accord, c'est la décision de Jacques. Au
départ, les deux livres ont été conçus séparément. Pour moi, l'idée d'écrire
ce livre est assez ancienne. Ce qui a fixé le projet, c'est de constater, arrivée
à mon âge, que j'avais une expérience inédite des choses sexuelles. J'avais
vécu une sexualité qui n'était pas celle de tout le monde et je pouvais en
porter témoignage. Parallèlement,
en tant que directrice d'art press, j'ai beaucoup suivi le travail concernant la
représentation de l'acte sexuel. La femme, l'obscénité, la pornographie: nous
avions toujours milité pour une libre expression." Catherine Millet
convoque aussi volontiers dans son texte la psychanalyse, notamment à travers
un mode de pensée qui envisage la sexualité de manière ouverte et sans la
moindre inhibition. "Ce qui m'intéressait, c'était précisément l'écart
entre la théorie que nous défendions, c'est-à-dire une liberté totale, et
l'expérience vécue au quotidien." Mais cela finit-il par amener les lecteurs au simple
voyeurisme érotique, confronté à la fois à la pratique et à la plastique de
Catherine Millet? Jacques Henric: "Le texte, les photos, ce n'est pas non plus le réel.
Il y a une distance, celle entre l'action et la réflexion, comme un filtre, une
maîtrise des choses. Il s'agit de jouer aussi avec les images, de voir jusqu'où
l'on peut supporter." Catherine Millet et Jacques Henric avaient ainsi peur
d'être mal compris, d'être taxés de pure provocation: "Il ne s'agit pas
de ça, il s'agit de témoigner. Le livre de Catherine, c'est un document précis
qui n'existait pas", souligne-t-il.
Ces volumes font aussi irruption, alors que l'échangisme
est devenu un sujet de société à la mode: le triomphe des Particules élémentaires
de Michel Houellebecq s'est ainsi accompagné de nombreuses réflexions sur le
glauque constat d'une chair triste à mourir, lorsqu'elle fait du sexe une quête
bourgeoise de noctambules en mal de sensations fortes. Une sorte de retour du
puritanisme haï par nos deux compères: "Mon livre n'était pas une réponse
à Houellebecq, souligne Catherine Millet. Mais
c'est vrai que, après l'avoir lu, et reconnu quelques endroits que j'avais fréquentés,
j'ai eu le sentiment de pouvoir faire quelque chose de plus juste: ni puritain
ni dans un discours d'hédonisme militant. Ma
réalité vécue ne fut pas dans la vision négative de Houellebecq, pas plus
dans l'idéalisation, dans l'idyllique."
Le cul, c'est politique
Il faut parfois faire les révolutions, fussent-elles
sexuelles, pour en connaître l'enivrement et les rudes limites. Et le cul,
ancienne lune de 68, c'est évidemment politique. Jacques Henric ne cache ainsi
ni sa colère ni son écœurement devant les querelles faites ces derniers temps
à Daniel Cohn-Bendit (dénoncé comme un pédophile rampant pour ses activités
d'éducateur durant les seventies), à Gilles Deleuze et à la génération 68.
Leurs deux livres tombent au bon moment, pense-t-il, pour porter une pensée
qu'ils ont toujours défendue, différencier les choses du sexe de celles de
l'amour, et s'opposer à la morale ambiante. Car Catherine Millet ressemble plutôt
au contraire d'une femme amorale: elle se voit comme une femme libre dont l'expérimentation
érotique s'est construite sur "une époque bénie", celle située très
exactement entre la pilule contraceptive et l'irruption du sida. Une femme qui
n'entend pas juger mais constater une vie sexuelle où elle fut, à l'instant de
tout essayer, disponible et docile. L'écrire aujourd'hui, c'est précisément
"reprendre le contrôle". Et prouver peut-être, n'en déplaise à
Gainsbourg, que l'amour physique n'est pas toujours sans issue.
dans Dimanche.ch
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Immer nur das Eine
Eine Chefredakteurin schockiert ihre französischen
Landsleute: Catherine Millet beschreibt minutiös und ausschließlich ihre Akte
und sexuellen Orgien.
Eine Frau richtet den Blick auf sich selbst, scharf,
kalt und teilnahmslos. Sie beobachtet sich bei der einzigen Aktivität,
die für sie zählt: bei der Kopulation. Und was sie sieht, beschreibt sie
in einer geordneten Folge von Bildern und Szenen so präzise und ungerührt
wie ein Forscher Insekten unter dem Mikroskop.
Die
Kritiker sind sich einig: Noch nie hat in Frankreich eine Frau ihr
Geschlechtsleben so schonungslos erzählt wie Catherine Millet. Ihr
Bericht, vor einem Monat erschienen, steht auf Platz eins der
Bestsellerliste, an die 100.000 Exemplare wurden bisher verkauft - wie es
heißt, an eine überwiegend weibliche Leserschaft*. Vorige Woche sicherte
sich der Münchner Goldmann Verlag zum Preis von 650.000 Mark die
deutschen Rechte.
Natürlich
haftet dem Buch der Ruf des Skandalösen an, voyeuristische Gier erklärt
zum Teil seinen Erfolg. Die Autorin Catherine Millet, 53, ist eine Dame
von anerkanntem Rang in der Gesellschaft wie im Kulturbetrieb.
Chefredakteurin der Zeitschrift "artpress", Spezialistin für
das Werk des Malers Yves Klein, hat sie mehrere Bücher über zeitgenössische
Kunst geschrieben und war 1995 Kommissarin des französischen Pavillons
bei der Biennale in Venedig. Und nun das: "Ich habe im Alter von 18 Jahren aufgehört, Jungfrau zu sein - was nicht besonders früh ist -, aber ich habe gleich in den ersten Wochen nach meiner Defloration zum ersten Mal an Sexpartys teilgenommen." Diese Wende ihres Lebens bleibt für sie bis heute eine fast zufällige, unerklärte Tatsache. Seitdem "fickt sie, wie sie atmet", in einer endlosen Folge von Umarmungen mit Männern, die sie nicht mehr zählen kann, vollkommen verfügbar, "eine Person ohne jedes Verbot und außergewöhnlich hemmungslos". |
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Catherine
M. treibt es überall, in freier Natur, auf Parkplätzen, im Büro und in
Swinger-Clubs. Sie kennt keine Grenzen, die ihr Ekel oder auch nur Widerwille
ziehen könnten. Sie vögelt mit Muskulösen genauso wie mit Dickbäuchigen und
Schwitzenden. Manchmal verharrt sie beim Akt drei, vier Stunden lang auf dem
Tisch ausgestreckt, bis am Ende ihre weit gespreizten Schenkel ganz steif werden.
An
den größten Sexorgien, zum Beispiel im "Chez Aimé", einem
inzwischen geschlossenen Etablissement außerhalb von Paris, konnten bis zu 150
Personen teilnehmen, darunter "ein Viertel oder ein Fünftel, deren
Geschlecht ich nach allen Modalitäten nahm: in die Hände, in den Mund, mit der
Möse und mit dem Arsch".
Immer
nur das Eine, überall Schwänze, die sich begierig erheben, in staunenswerter
Formenvielfalt, so exakt beobachtet, wie einst der britische Anonymus
"Walter" in seinem erotischen Tagebuch aus dem viktorianischen England
die Vulva studierte. "Sie kamen, um über mein Gesicht zu spazieren oder
ihre Eichel an meinen Brüsten zu reiben. Ich liebte es, einen im Vorbeigehen zu
erwischen, in meinen Mund zu nehmen, meine Lippen darüber kommen und gehen zu
lassen, während schon ein weiterer auf der anderen Seite, an meinem gestreckten
Hals, seinen Anspruch erhob."
Die
Frau als aktive Spinne in der Mitte ihres Netzes, während sich die Männer mit
grotesker, ameisenhafter Entschlossenheit darauf zu bewegen - für Liebe und Gefühl
gibt es da keinen Platz, und selbst die Lust bleibt ungreifbar: "Wenn ich
mich während des Akts im Spiegel sehe, sehe ich vollkommen ausdruckslose Züge."
Die
Radikalität dieses lakonisch und minutiös geschriebenen Berichts, der kein
eigentliches Bekenntnis und schon gar keine Beichte ist, keine Provokation und
keine Verherrlichung des Sexus, besteht in seiner totalen, unerhörten
Gelassenheit. Weil Catherine M. überhaupt keine Scham kennt, kann sie auch
nicht schamlos sein.
Der
Marquis de Sade, der in Frankreich gern der Göttliche genannt wird,
phantasierte von Frauen "im Naturzustand", die alle Bindungen und
Vorurteile abgelegt hätten. Aber er brauchte zu seiner Erregung zwingend den
Tabuverstoß, während die feinsinnige Madame Millet in einer Welt ohne
moralische Schranken lebt, mit nur ganz wenigen Regeln: niemals im Ehebett,
niemals vor Kindern und keinerlei sadistische Impulse.
Catherine
Millet fühlte sich immer gut und aufmerksam behandelt, nie hatte sie unter
ungeschickten oder brutalen Gesten zu leiden. Das mag daran liegen, dass sie bei
aller Wahllosigkeit in besten Kreisen verkehrte, obwohl sie ihre Orgien (Französisch
"partouzes") als eine Art sexueller Sozialdemokratie schildert, in der
Männer ohne Gesicht und Identität, mithin ohne Ansehen des Standes und der
Person, nehmen und genommen werden.
Sogar
ihr Ehemann, der Schriftsteller Jacques Henric, den sie seit 30 Jahren kennt und
den sie vor gut 10 Jahren "wegen der Steuern" heiratete, bleibt
seltsam fremd. Eher ein Schürzenjäger der konventionellen Sorte, ist er vor
allem von ihrem Hintern fasziniert. Vom Gruppensex hielt er sich immer fern,
ohne Regungen von Eifersucht zu zeigen. Genüsslich wie ein Spanner machte er
seit Beginn ihrer Beziehung Tausende Nacktaufnahmen von Catherine Millet, auch
unvermutet an öffentlichen Orten, zum Beispiel einer Bahnhofshalle. Eine kleine
Auswahl aus dem bizarren Familienalbum hat er, mit Kommentaren dazu, zeitgleich
in einem eigenen Bändchen veröffentlicht**.
Entblößt
sich hier wirklich die total befreite Frau, als die Catherine Millet nun halb
ehrfürchtig, halb schaudernd gerühmt wird? Sie könnte einem Roman von Michel
Houellebecq entsprungen sein.
Aber
anders als Houellebecq oder so offenherzige Autorinnen wie Christine Angot,
Annie Ernaux und Camille Laurens kennt Millet keine Verzweiflung, keine Angst,
Fremdheit und Hörigkeit. Das Verblüffende - oder Bestürzende, je nachdem - an
Catherine Millets sexueller Autobiografie ist ihre absolute "Gleichgültigkeit
gegenüber der Benutzung der Körper", das Ficken "in der vollständigen
Unentschlossenheit der Lust", Sex als nihilistisches Gedankenspiel - Porno
schick statt Porno schock.
ROMAIN
LEICK
*)
Catherine Millet: "La vie sexuelle de Catherine M.". Editions du
Seuil, Paris; 224 Seiten; 110 Francs.
**)
Jacques Henric: "Légendes de Catherine M.". Denoël, Paris; 208
Seiten; 130 Francs.
Der Spiegel, 13. May 2001
D'autres articles de la presse sur le livre de Catherine Millet ici.