2-8-2018
Tu não és como as outras mães, de Angelika Schrobsdorff
| NOTA DE LEITURA 
		Neste 
		livro, a escritora Angelika  
		
		Schrobsdorff  narra a vida de 
		sua mãe Else, filha de 
		Daniel Kirschner e esposa Minna, Cohn em solteira, ambos judeus, nascida 
		em 30 de Junho de 1893 
		Else 
		recusou o noivo judeu que os pais tinham arranjado para ela e casou
		
		
		às 
		escondidas com o ariano Fritz Schwiefert de quem teve o filho Peter em 5 
		de Janeiro de 1917. Os pais ficaram furiosos mas aceitaram a situação 
		quando o filho mais velho Siegfried (Friedel) 
		faleceu da gripe espanhola em 14 de Outubro de 1918.
		  
		A 
		fidelidade não 
		era virtude que Else tivesse e anos depois teve uma segunda filha do seu 
		amante Hans Huber  que foi o 
		pai de Bettina, nascida a 8 de Junho de 1922.
		 Bettina Schwiefert usou sempre o 
		nome do primeiro marido e só 
		45 anos mais tarde 
		
		é 
		que soube que não 
		era filha de Fritz. 
		
		Conheceu depois Erich Schrobsdorff, de 28 anos, também 
		ariano. Para festejar o novo amante, Else planeou ir seis semanas de férias 
		com ele, mas Hans foi aos arames. Hans foi-se embora de vez da casa onde 
		todos viviam e esqueceu a filha que afinal não 
		tinha o nome dele.   
		Ficou 
		grávida 
		de Erich e em 24-12-1927 nasceu Angelika Schrobsdorff. Erich casou com 
		Else em 1930.   
		Estava 
		tudo bem, excepto para o pai de Erich que não 
		queria ter uma nora judia e para o filho mais velho de Else, Peter, que 
		não 
		queria ter padrasto nenhum.   
		Else 
		tardou muito a compenetrar-se da perseguição 
		aos judeus  que ai vinha.   Decidiu-se depois ir para a Bulgária, e Else casou com um búlgaro. Mas o filho Peter quis ir para Portugal, para Faro. Dimiter Lingorsky o nome do búlgaro que aceitou o casamento e foi pago para isso 
		
		Em Outubro de 1939  faleceu o pai 
		dela, Daniel  Kirschner de 
		pneumonia. 
		 
		Em 2 
		de Março 
		de 1941, os alemães 
		entraram na Bulgária 
		e a mãe e as duas filhas já 
		não 
		estavam em segurança.   
		A 
		perseguição 
		racial chegou 
		
		à 
		Bulgária 
		e tiveram de casar Bettina com o namorado búlgaro 
		Mitso, para que não 
		fosse presa (tinha atingido a maioridade).   Peter 
		chegara a Israel, tendo sido expulso de Portugal por se declarar judeu, 
		pelo menos assim o dizia.  Receberam a notícia de que a mãe Minna (nascida em 1863) com todos os outros do lar judeu fora mandada para Theresienstadt, onde foi executada, Viveu 4 meses no campo e foi cremada em 14/15 de Dezembro de 1942. Não se sabe se foi cremada viva ou morta, mas possivelmente estava viva. 
		
		Sófia 
		foi bombardeada. Tiveram de  refugiar 
		em 
		
		Bujovo, a uns 50 Km.   
		
		7-5-1945 
		
		– 
		A Alemanha capitulou em 7 de Maio de 1945. Ingleses e americanos 
		ocuparam Sófia 
		
		Sem a mãe 
		saber, Peter tinha ido para a guerra onde tombou em 
		7 de Janeiro de 1945.   
		
		Ainda antes de saírem 
		das Bulgária 
		foi diagnosticada a Else esclerose múltipla. 
		Tinha já 
		sofrido uma paralisia facial que lhe tinha deformado o rosto. 
		
		Angelika, a autora, acompanhava primeiro com ingleses e depois com 
		americanos. Em 1946  foi 
		desflorada e violada por um coronel americano. No final do Verão de 1947, Else regressa da Bulgária à Alemanha. Morreu em 5 de Junho de 1949 ------------------------------+---------------------------------- Angelika Schrobsdorff faleceu em 30 de Julho de 2016 em Berlim, com a idade de 88 anos. 
		
		O Tio de Angelika,  Walter, tinha 
		definido  assim as duas irmãs: 
		A Bettina parece um diabinho e 
		
		é 
		um anjo, a Angelika parece um anjo e 
		
		é 
		um diabinho. ------------------------------+---------------------------------- 
		 
		
		Bettina nasceu em 8 de Junho de 1922 e na realidade o seu verdadeiro pai 
		foi Hans Huber, mas foi registada com o nome do marido da mãe; só nos 
		anos 60 é que teve conhecimento da sua verdadeira paternidade.  
		
		Quando vivia na Bulgária com sua mãe, ao atingir a maioridade foi-lhe 
		comunicado pêlos Alemães que iria ser enviada para um campo de 
		concentração (KZ) na Polónia por ser meia judia. Foi decidido então 
		casá-la com o seu namorado 
		
		 Димитър
		
		
		Константинов
		
		
		Станишев 
		(3-3-1906 † 8-11-1995) ou Dimitri Konstantinov Stanishev, um médico e 
		professor mais velho que ela 16 anos e assim obteve a nacionalidade 
		búlgara. O casamento teve lugar em Março de 1943. Mas em 20 de Dezembro 
		desse mesmo ano foi bombardeada a casa onde se encontrava seu marido que 
		ficou gravemente ferido; nessa altura já ela estava 
		grávida quase a findar a gestação de seu filho André que nasceu 
		no início de 1944. 
		
		Acabada a Guerra foi ela perseguida e presa pela Milícia búlgara 
		(certamente telecomandada pêlos Russos) em virtude da ser Alemã. Foi 
		depois libertada e foi viver com seu marido e filho para Plovdiv. Hoje 
		Andrey Stanishev -
		
		
		
		Андрей
		
		
		
		
		Станишев
		é um artista conhecido nesta mesma cidade.  
		
		Em 1950 Bettina teve uma filha 
		
		Евелина 
		(Ева)
		
		
		Димитрова
		
		
		Станишева 
		– Evelina Dimitrova Stanisheva que hoje é médica em Burgas, tendo casado 
		com Pencho Penchev.  
		
		Certamente Bettina não era feliz na Bulgária onde tanto tinha sofrido e 
		não podia sequer vir à Alemanha, devido à Cortina de Ferro. Em 1965 
		conseguiu autorização para visitar Munique por três meses com sua filha 
		Evelina; foi-lhes permitida outra visita em 1967. Mas em 1969 veio 
		sozinha pois não permitiram que sua filha viajasse. A seguir pôde viver 
		na Alemanha até 2001 mediante autorização escrita de seus dois filhos. 
		Em Agosto de 2001 regressou à Bulgária e foi viver para Burgas perto de 
		sua filha. Nessa altura já tinha caído o regime comunista em 10 de 
		Novembro de 1989. Bettina faleceu em 28 de Outubro de 2007.  
		 | 
Medidas contra os judeus promulgadas em 1938 (Pag. 258 da edição 
alemã):
Os Judeus devem ser portadores de cartão 
identificativo 
a partir de 1.1.1939
Os médicos 
Judeus serão 
considerados, a partir de 30-9-1938 meros 
“cuidadores 
de doentes”
Todos os nomes Judeus de ruas deverão 
ser retirados
Os Judeus não 
poderão 
ter nomes próprios 
Judeus a partir de 1-1-1939. No caso de terem nomes alemães, 
deverão 
adoptar também 
os nomes 
“Israel” 
e 
“Sara”, 
respectivamente. 
Os passaportes Judeus deverão 
ser assinalados com um J maiúsculo
Cerca de 15 000 
“Judeus
“ 
apátridas 
serão 
expulsos para a Polónia.
É 
proibido aos Judeus andarem armados, bem como a posse de armas
É 
imposta ao conjunto de todos os Judeus uma prestação 
de desagravo no valor de mil milhões 
de marcos do Reich.
Os Judeus deverão 
eliminar imediatamente, e a expensas próprias, 
todos os prejuízos 
resultantes do pogrom 
- a chamada Noite de Cristal.  
Os Judeus não 
podem deter negócios 
nem empresas artesanais.
É 
proibida aos Judeus a frequência 
de teatros, cinemas, concertos e exposições. 
Todas as crianças 
judias serão 
afastadas das escolas alemãs
Todas as empresas judias serão 
liquidadas.
É 
proibida aos Judeus, com efeito imediato, a circulação 
a determinadas horas, em determinadas 
zonas.
Os Judeus devem vender as 
suas empresas, os seus títulos 
de valores e as suas jóias. 
É 
proibida aos judeus a frequência 
de universidades

Expresso n.º 2384, de 7-7-2018
TU NÃO ÉS COMO AS OUTRAS MÃES 
Angelika Schrobsdorff 
Alfaguara, 2018, 
trad. 
de Helena Topa, 566 pgs
Romance 
É a partir de meia dúzia de caracóis castanhos, cor de mel, vermelho acobreados, 
todos cortados 
em 
tenra idade e guardados num álbum de infância, que um 
dia Angelika resolve fazer uma longa trança de memórias sobre a mãe: 
“Quando 
conheci Else, a minha mãe, o cabelo dela era acobreado e forte como a crina de 
um cavalo. Tinha sempre um ar despenteado, mesmo quando acabava de chegar do 
cabeleireiro. Os caracóis, fartos, cortados curtos eram difíceis de domar. Não 
era a única coisa difícil de domar nela. Gostava de ter herdado os cabelos e a 
vitalidade que tinha.” Este quase preâmbulo encerra 
em 
si um
caderno de encargos: a feitura de 
um 
retrato por alguém que desde o início assume que o 
resultado final não será nítido. Por conveniência e por opção. “Tu não és como 
as outras mães” poderia chamar-se “O mistério Else”. Os fios narrativos 
— 
realidade histórica e 
biografia 
ficcionada 
— correm 
paralelos. Durante mais de 500 páginas, Angelika Schrobsdorff (1927-2016) tenta, 
num exercício de alto risco, que estes planos não se contaminem, que sejam 
autónomos. Tarefa tanto mais difícil quanto o meio século de que aqui estamos a 
falar corresponde a
primeira 
metade do século XX na Alemanha. Else nasceu judia rica, cresce cristã e pobre 
por opção, descobre a sexualidade na euforia dos loucos anos 20, vive vários 
triângulos amorosos bastante esdrúxulos. 0 livro divide-se em duas partes, 
‘Completamente diferente’ e ‘Fiasco’, e ainda um epílogo onde se juntam algumas 
cartas, folhas soltas, apêndices da narrativa. A escrita é magistral: cirúrgica 
e precisa, mas também evasiva e pouco conclusiva. Há uma mãe coragem que precisa 
de ser homenageada, mas paira também uma sombra de ajuste de contas. Só muito 
raramente Angelika descreve a mãe olhos nos olhos. A excepção são os momentos em 
que o tempo corrói a máscara. Por exemplo, lá para o fim da II Guerra Mundial, 
quando Else é forçada a viver na Bulgária: “O rosto, que continuava moreno, 
porque se sentava muitas vezes ao sol, estava aplanado e tenso devido à
paralisia 
do lado direito, do lado esquerdo estava decaído. Apesar da destruição não era 
um rosto feio, era apenas um rosto infinitamente triste.” Angelika Schrosbsdorff 
foi casada com o realizador Claude Lanzmann, autor do célebre documentário 
“Shoah”, com quem viveu durante 23 anos em Israel. 
Rui Lagartinho 
 
 
Besprechung von 06.12.2016
Angelika Schrobsdorff: Du bist nicht so wie andre Mütter. Die Geschichte einer 
leidenschaftlichen Frau. dtv, München 2016. 589 Seiten
Eine Mutter in Krieg und Exil
Else Kirschner war ein sturer Freigeist. Als Jüdin dürfe sie keinen Christen 
heiraten? Nicht mit ihr. Angelika Schrobsdorff, die im Juli in Berlin starb, 
erzählt in ihrem nun neu aufgelegten Bestseller aus dem Jahr 1992 vom bewegten 
Leben ihrer Mutter. Von deren überbehüteter Jugend, dem Bruch mit der Familie, 
der Heirat. Aus Briefen und Gesprächen setzt sie das von zwei Weltkriegen 
geprägte Leben Stück für Stück zusammen. Den Erzählungen stellt sie ihre eigenen 
Erinnerungen an die Mutter gegenüber, gleicht deren persönliche Entscheidungen 
rückblickend mit den sich überschlagenden historischen Ereignissen ab. Die 
gemeinsame Flucht vor den Nazis, das Exil in Bulgarien und die Rückkehr nach 
Berlin markierten eine tiefe Zäsur im Leben von Mutter und Tochter.
Schrobsdorff verklärt 
dabei ihre Mutter nicht. Sie bewahrt immer eine ironische Distanz, die von 
tiefer Zuneigung zeugt, und gibt damit en passant auch viel von sich selbst 
preis. Es entsteht ein plastisches, liebevolles, aber auch
kritisches Porträt einer Frau, die angesichts 
von Krieg und kultureller Heimatlosigkeit immer versuchte, sich selbst treu zu 
bleiben. 
SOFIA GLASL

2. August 2016,
Berlin (dpa) 
- Es war ein spannendes und erfolgreiches, aber wohl auch ein tieftrauriges 
Leben. "Ich habe keine Worte mehr, ich bin einsam, leer, einsam, einsam, 
einsam", gestand die Schriftstellerin Angelika Schrobsdorff schon vor Jahren.
Ihre vielen beliebten Bücher, selbst ihren Bestseller "Du bist nicht so wie 
andre Mütter" ließ sie nicht als Trost gelten. Am Samstag (30. Juli) ist die 
Autorin mit 88 Jahren in Berlin gestorben, wie ihr Verlag am Dienstag 
bestätigte.
Nach langer Zeit in Paris und fast einem Vierteljahrhundert in Jerusalem war 
Schrobsdorff vor zehn Jahren in ihre alte Heimat zurückgekehrt. "Es stirbt sich 
bequemer in Berlin und leichter in der eigenen Sprache", sagte sie damals in 
einem Gespräch mit der "Berliner 
Zeitung". 
Der dtv Verlag würdigte sie als "unerschütterliche, unbestechliche und 
streitbare Frau".
1927 als Tochter eines wohlhabenden Berliner Bauunternehmers und einer 
assimilierten Jüdin in Freiburg geboren und zunächst behütet im Grunewald 
aufgewachsen, musste sie 1939 mit ihrer Mutter vor der Nazis nach Bulgarien 
fliehen - die Familie väterlicherseits wollte die "jüdische Belastung" 
loswerden. Ihre 
Großeltern wurden während der Schoah in Theresienstadt ermordet.
Die Zäsur durch Krieg und Nazizeit beschrieb Schrobsdorff später in dem Roman 
"Du bist nicht so wie andre Mütter" (1992), der mit Katja Riemann in der 
Hauptrolle verfilmt wurde. Auch in anderen Werken verarbeitete sie immer wieder 
eigene Erfahrung. "Sie erzählt, was sie erlebt hat, und sie erzählt es mit 
Distanz und zärtlicher Ironie", schrieb die große französische Kollegin Simone 
de Beauvoir im Vorwort zu Schrobsdorffs Erzählband "Die Reise nach Sofia" 
(1983).
1947 kehrte sie nach Deutschland zurück und begann wenige Jahre später nach 
einer schweren persönlichen Krise zu schreiben. Ihr erster Roman "Die Herren" 
sorgte wegen seiner Freizügigkeit für Aufruhr. Weitere wichtige Werke waren etwa 
"Die kurze Stunde zwischen Tag und Nacht" (1978), "Jericho, eine 
Liebesgeschichte" (1995) und "Grandhotel Bulgaria" (1997).
Nach einer gescheiterten Ehe mit dem französischen Filmemacher Claude Lanzmann 
("Shoah") wandert Schrobsdorff 1983 nach Jerusalemaus. 
Doch auch dort wird sie nicht wirklich glücklich. Weil sie "aus 
Gerechtigkeitssinn", wie sie sagt, für die Palästinenser Partei ergreift, gilt 
sie bei den Israelis bald als Nestbeschmutzerin und Querulantin. Einige ihrer 
Bücher sind bis heute nicht auf Hebräisch erschienen.
Als die Autorin 2006, verbittert über die politische Lage in Israel nach Berlin zurückkehrt, ist sie eine gebrochene Frau. Sie hat sich ihre lange so freizügig gelebte Lust "abgeschnitten", hadert mit dem Alter und leidet unter Schreibblockade. "Der Vogel hat keine Flügel mehr" heißt bezeichnenderweise ihr letztes Buch mit Briefen des Halbbruders an die gemeinsame Mutter. Wie sagte sie einmal zu ihrer Rückkehr nach Berlin? "Ich bin nicht gekommen, um hier zu leben, sondern um hier zu sterben."

 Par Marianne Payot, publié le 07/06/2004 
Racontée par sa fille, l'étonnante vie d'Else Kirschner, femme libre dans le 
Berlin des années 1930. 
Qu'elle devra quitter pour fuir le nazisme...
Il est des femmes que l'on aurait aimé rencontrer, écouter, admirer. Des femmes 
comme Else Schrobsdorff, syncrétisme de tout ce qu'une certaine Europe d'un 
moment particulier du XXe siècle a pu offrir de meilleur: l'amour des arts et de 
la littérature, la jouissance de la vie, la passion de la liberté. C'est sa 
fille, Angelika, une fille pas comme les autres elle non plus, qui nous livre, 
avec honnêteté, le portrait de ce petit bout de femme flamboyant. 
Publié en Allemagne en 1992, Tu n'es pas une mère comme les autres, 500 
pages serrées, nous arrive enfin, déployant, dans une traduction impeccable, les 
heurs et malheurs du Berlin des gens d'esprit. 30 juin 1893-5 juin 1949: entre 
ces deux dates, Else Kirschner aura multiplié les galants et les amants, enfanté 
trois fois de trois pères différents, embrassé la religion chrétienne, participé 
plus que de mesure aux Années folles et subi la folie nazie. Nul ne saura jamais 
ce qui poussa cette jeune fille juive de bonne famille à mener cette vie 
«tarabiscotée», pour reprendre un des mots préférés de sa mère, Minna. 
Noces berlinoises. Elevée 
avec force cours de piano, de violon et de français, Else se voit promise à 
Alfred, un bon parti, confectionneur comme son père. Mais, attirée par «le monde 
de la liberté et des chrétiens», elle jette son dévolu sur Fritz Schwiefert, un 
poète aux longs cheveux bruns, spirituel, cultivé et sans argent. Février 1916: 
elle s'échappe de la maison familiale pour rejoindre son artiste, donne 
naissance à un petit Peter, se réconcilie avec sa famille, organise ses 
premières fêtes. 
Bientôt, plus que les atrocités de la Première Guerre mondiale, ce sont les 
infidélités de son mari qui la laissent groggy. Pas pour longtemps. La voilà 
dans les bras de Hans Huber, le fils du ministre bavarois de l'Agriculture, à 
qui elle propose, tout bonnement, la cohabitation à quatre. Durant quatre ans, 
Else, Hans, Fritz et Enie, sa baronne de maîtresse, vont transformer leur drôle 
de foyer en lieu de ralliement de tous les noceurs berlinois. Il faudra 
attendre, non pas l'enfant qu'Else aura de Hans, mais le bel Erich Schrobsdorff, 
riche fils de junker prussien, pour que le quatuor éclate en morceaux. 
Après de longues années d'insouciance, Else, tout juste mère d'Angelika, se 
résout à l'évidence: les Allemands ne sont pas qu'un peuple de poètes et de 
penseurs. S'ensuivent, pour la singulière juive et ses descendants, l'exil en 
Bulgarie, le chaos, l'indigence et la maladie, vécue comme «une sorte de 
châtiment mérité». L'histoire d'amour entre Else et l'Allemagne est à jamais 
terminée. Plus tard, à son tour, Angelika s'expatriera, à Paris - où elle sera, 
un temps, mariée à Claude Lanzmann - puis à Jérusalem. 
Laissant derrière elle nombre de galants

CRITIQUE
— 8 juillet 2004
Enfant, Else préférait «l'histoire de l'Enfant Jésus», «un Dieu sans visage ni 
famille ne lui disait rien du tout», écrit Angelika Schrobsdorff. Else était la 
mère d'Angelika, de Bettina et de Peter Schwiefert (1), qui a donné ces mots au 
titre de ce titre. 
Trois enfants nés de trois pères différents.
Else n'est pas «une mère comme les autres», dans l'entre-deux-guerres 
d'Allemagne. Ni une jeune fille comme des milliers de demoiselles juives nées 
dans le milieu solide, mais ennuyeux, affectueux, mais conformiste, de 
confectionneurs vaguement inquiets dans une société qui fait mine de les 
accepter, mais les écarte de manière subtile. Else, prisonnière de son milieu 
mais attachée à sa famille, s'évade dans un «vaste monde, le monde de la liberté 
et des chrétiens», «monde de l'impossible, et son aspiration à gagner l'autre 
camp s'épuisait en chimères et rêveries». Else franchira cependant le pas, 
épousant, tour à tour, un doux poète aboulique, Fritz Schwiefert, et Erich 
Schrobsdorff, aristocrate bibliophile et hors du monde, et mettant au monde la 
petite Bettina d'un Hans Huber, roc teuton aux bons yeux larmoyants.
Else se lancera à corps et coeur perdus dans le tourbillon des années folles, 
conjurant la menace de la peste brune, et se réfugiant avec ses enfants en 
Bulgarie pour échapper aux menaces antisémites, icône consentante et déboussolée 
de la folie guerrière et humaine.
Le récit d'Angelika Schrobsdorff est désossé, écrit à la pointe sèche, il évacue 
le kitsch propre aux témoignages filiaux.
Angelika Schrobsdorff reçoit dans sa belle maison du quartier d'Abou Thor, à 
Jérusalem, silhouette juvénile, à l'arête, frêle et forte à la fois. Depuis la 
terrasse, se déploie l'Orient charmeur des cartes postales. Et là, dans un coin 
du panorama, le mur de sécurité qui désormais sépare Jérusalem d'Abou Dis. Le 
chat Bismarck («Il lui ressemble, non ?») jette un regard soupçonneux sur la 
scène.
«Il faut que je parte de ce monde, tout est devenu si compliqué, je suis trop 
vieille; tout ici est si vulgaire, si bruyant. Le Levant m'attirait, cela me 
dégoûte... J'aime encore le désert de Judée, j'aime Jéricho, quand je suis 
déprimée, je m'évade.» Elle est installée en Israël depuis 1983, après une 
première visite en 1961 : «Je ne savais rien du pays et des Juifs. Ma mère ne me 
laissait pas dire le mot "juif".» Ilse Hirsch, amie de sa mère, «si optimiste à 
vous rendre malade», l'invite : «A 4, 5 ans j'étais amoureuse d'elle ; mon frère 
Peter l'avait connue. Je suis restée ici trois mois, elle fut une sorte de mère 
pour moi, femme forte et chaleureuse. Je suis tombée amoureuse de Jérusalem, 
cette ville divisée, et qui le reste, mais je suis attirée par les frontières. 
C'est alors que j'aurais dû prendre la décision de rester, et non en 1983.»
Un premier livre en 1961 lui offre succès et argent en Allemagne : «Je ne peux 
supporter les Allemands, s'agace-t-elle. Mon animosité, mon amertume ont 
disparu, mais je déteste les petits-bourgeois, ils m'horripilent, ils n'ont pas 
changé. Ils ont essayé, pourtant. Certains souffrent, les sensibles, ceux qui 
réfléchissent. Et ils viennent ici, de jeunes protestants volontaires, afin de 
comprendre...» Après guerre, à son retour en Allemagne, après ses «vacances en 
Bulgarie», elle confesse avoir «usé de l'arme de [sa] beauté et de [sa] 
jeunesse» : «Je haïssais les Allemands, mais ils étaient ceux que je 
connaissais, ma langue aussi. En 1949, après mon divorce, j'étais bloquée là, 
sans éducation, mais j'ai beaucoup lu. J'étais paresseuse, les hommes me 
couraient après. Se suicider, alors ? J'ai écrit.»
Angelika montre une photo d'elle, enfant au regard éperdu devant son père : «Il 
était faible, lent, toujours un livre à la main. Ma mère disait : la destruction 
(sous les bombes) de sa bibliothèque l'a détruit. Il était très dépendant d'un 
père glacial, un junker qui avait déchu pour faire du commerce.» Elle confesse 
sa longue détestation de la culture, et «surtout de la culture allemande», «à 
cause de mon père. Dans sa tour d'ivoire, et pas le moindre geste de résistance 
contre le cours des choses».
Ce livre, Angelika l'a ruminé pendant quinze ans : «Je hais le sentimentalisme. 
En ouvrant la boîte de Pandore, j'avais peur de perdre mon humour, mais je 
tenais à le publier à cause des lettres de ma mère ; elle a écrit jusqu'à son 
dernier jour.» Elle n'a connu Peter Schwiefert, son demi-frère, que par ses 
lettres. «Nous nous ressemblions, mais il ne pouvait rien me dire de son rôle 
dans la Résistance française. Longtemps, je n'ai pas osé ouvrir ses lettres, et 
là, je l'ai trouvé, j'ai tout trouvé.»
Longtemps, son milieu à Jérusalem a été celui, «merveilleux», des «Yekkés», des 
Juifs allemands. Ce milieu n'est plus, ou en voie d'extinction. «J'ai un amour 
inexplicable pour Jérusalem, j'aime mon quartier, même si ça me tue. Jadis, 
j'étais une sorte de paysanne bulgare, je me sens bien en Bulgarie...» En 
revanche, Angelika avoue «ne pas se sentir part du peuple israélien». «Je suis 
juive, c'est une énorme différence. Je suis horrifiée, profondément triste, je 
quitterais volontiers ce pays, mais je suis trop vieille, je ne peux revenir en 
Allemagne, où j'aurais une vie meilleure, mais ils nous ont jetées, ma mère et 
moi.» Elle n'a pas non plus de bons souvenirs de la France, où elle a vécu 
pendant les quelques années de son mariage avec Claude Lanzmann, qu'elle a 
rencontré en 1970, à Jérusalem. «Hormis Paris, je ne connais pas la France. J'ai 
aimé Marseille, mais ce n'est pas la France, elle est si orientale...»
Prisonnière de Jérusalem ? «Non, j'ai eu des années heureuses, j'ai de la 
gratitude pour les gens, j'étais perdue, détruite physiquement et 
psychologiquement. Le pays et les gens m'ont changée, je regrette seulement ce 
qui arrive en ce moment.» «Au fond, soupire-t-elle, cette maison m'attendait, 
Lanzmann m'a aidée à l'acquérir. Ma première nuit ici a été heureuse. Tout 
valait la peine parce que j'ai cette maison.» «Le problème juif était trop grand 
pour moi jusque-là. Ce pays est grotesque, tout ce patriotisme, ces deuils, ça 
me rend malade. Je ne peux supporter cette atmosphère : tant que Juifs et Arabes 
ne se regarderont pas comme des êtres humains...» Elle a donc écrit sur la 
première Intifada ; elle n'a plus d'engagement politique désormais, mais elle se 
désole toujours sur le sort des Palestiniens : «Ils ne peuvent pas bouger, et je 
ne les admire pas pour autant. Mais mon sens de la justice ne peut supporter ce 
qu'ils endurent. Leur dignité, leur orgueil, on fait tout pour le leur enlever.»
Angelika Schrobsdorff serait la dernière à succomber au «syndrome de Jérusalem», 
qui jette dans le mysticisme des tombereaux de touristes et autres citoyens de 
la ville. «En Bulgarie, j'allumais des cierges, je priais le bon Dieu aux yeux 
bleus, aux joues rouges, à la grande barbe blanche pour que les Allemands 
perdent la guerre. Baptisée protestante, j'ai voulu revenir au judaïsme, grâce à 
un merveilleux rabbin...» Elle se souvient surtout du ridicule du rituel devant 
le tribunal rabbinique. «Lors de mon premier Kippour, j'ai essayé, mais je ne 
voulais pas me mentir : j'ai allumé une cigarette. Le Grand Joker cynique ne m'a 
pas eue.»
Désormais, elle dit être «ici», mais «n'appartenir à rien», avoir «tout raté». 
Avec un rien de coquetterie. «Bon, c'est vrai : j'ai de belles blessures et de 
beaux espoirs...» Elle est là, dans une sorte de no man's land, à l'exacte image 
d'Abou-Thor, où la frontière entre Israéliens et Jordaniens passait jusqu'en 
1967 au milieu de la rue, où se côtoient encore, sans se mélanger, Juifs et 
Arabes.
(1) Peter Schwiefert est l'auteur de «L'oiseau n'a plus d'ailes», recueil de ses 
lettres édité par Claude Lanzmann, Gallimard, 1974.