Página anterior                                    

 

RELAÇÃO de tudo o que passou na felice Aclamação do mui Alto & mui Poderoso Rei D. JOÃO O QUARTO, nosso Senhor, cuja Monarquia prospere Deos por largos anos.

(continuação) 

                     

Verdade seja, que alentaram a este heróico atrevimento, D. Afonso de Menezes, e Gaspar de Brito Freire: os quais com bizarra deliberação, tomando cada um sua alabarda, haviam desembaraçado todo aquele distrito, e posto em fugida a maior parte dos Tudescos, ficando um morto, e outro ferido, e não havendo entre os nossos mais que uma má ferida, que por desastre António Telles da Silva recebeu em um braço de que esteve muito mal.

D. António Tello (como havia dado sua palavra de despedaçar o coração do Tirano) em cujo peito se havia de abrir a porta à liberdade de Portugal, estava na galeria que vai para o forte, esperando que se começasse a batalha para dar sobre o inimigo, e tanto que viu que já na sala gemia o ar ferido das espadas e dos peloiros, temendo que um Confidente de Miguel de Vasconcellos, que havia passado para dentro lhe desse aviso, cerrou os olhos, e soltando as rédeas à generosa fúria entrou na Secretaria, e trás dele Pedro de Mendonça, Ayres de Saldanha, João de Saldanha de Sousa, Sancho Dias de Saldanha, João de Saldanha da Gama e seus dois Irmãos António de Saldanha, e Bartolomeu de Saldanha:  Dom Gastão Coutinho, Dom João de Sá de Menezes, Camareiro-mor, o Conde de Atouguia, Dom Francisco Coutinho, seu Irmão Tristão da Cunha de Ataíde, Luiz da Cunha, Nuno da Cunha, seus Filhos Dom Manoel Childe Rolim seu genro, Dom António da Cunha, sobrinho do  Senhor Arcebispo de Lisboa, e outros muitos, os quais encontraram ao Corregedor Francisco Soares de Albergaria, e porque (gritando eles: viva El-Rei Dom João o IV.) lhes disse:  viva El-rei Filipe, se irritaram de modo que com duas balas lhe tiraram a vida, e não obstante que matar a um homem que não pode fazer resistência, parece acção indigna, contudo, quando em uma República tão grande como esta, os zelosos comovidos do amor da pátria, a queriam resgatar, aclamando um novo Rei, deviam serrar com as espadas, as bocas de todos os que não seguissem a sua voz: porque matar a quem, se o deixarem vivo, poderá ser causa de uma geral infelicidade, é razão de estado, e não vitória; as Leis da guerra, não se entendem, em quem mata só por conveniência, senão em quem mata para fazer prova de seu brio, e para alcançar a honra do troféu.

Passaram adiante estes deliberados Senhores, e à porta da Secretaria encontraram ao Oficial maior António Correia e ali Dom Antonio Tello, com uma faca de conchas, que levava na mão esquerda, lhe deu muitas feridas, com as quais caiu logo no chão quase morto, porém ainda que desmaiado, e com pouco alento, se levantou, e fugiu pela escadinha que vai para o quarto baixo do forte, e se pôs em salvo.

Mais adiante se atravessou em uma porta o Capitão Diogo Garcez Palha, e pelejou valorosamente, até que Dom António Tello o feriu, e todos o apertaram de maneira que se retirou apressado, e lançando-se por uma janela abaixo, foi cair na praça de armas dos Castelhanos, e dali com uma perna quebrada se foi para a Casa da Índia, donde, porque ninguém o seguiu, lhe foi fácil escapar com vida.

Iam já para entrar na Casa, donde estava Miguel de Vasconcellos, quando ele mesmo ( que andava. lutando com o temor ) vendo que a morte lhe batia já à porta, a serrou com grande pressa, e entretanto que os de fora. procuravam despedaçá-la com machados, que para isso traziam, se arremessou a várias armas de fogo, que estavam arrimadas a uma parede, e entre todas não achou mais que uma cravina carregada, com a qual se escondeu dentro de um armário, que servia de papeis, ao mesmo tempo que os Fidalgos romperam a porta, e entraram dentro, fervorosos uns por uma parte, e outros por outra, buscaram todos quantos aposentos havia naquele quarto, sem perdoar à mais oculta Câmara, e vendo que não aparecia pretenderam fazer com ameaças que a gente de sua casa o descobrisse, mas como ele estava costumado a ocupar Lugares grandes não coube neste, e dentro se resolveu uma e outra vez, com tanto rumor, que foi sentido, e nesse mesmo ponto experimentou o rigor de várias armas, até que dois pelouros  penetrando-lhe a garganta, o fizeram sair decomposto, pálido, e tão desamparado já do espírito vital, que disparando com a raiva da morte, a cravina que trazia nas mãos, bastou o estrondo dela para o fazer cair com grande ímpeto: e escassamente o viram estendido no chão quando todos o arrebataram nos braços, e o precipitaram pela janela da Secretaria, só a fim de que o povo que estava no Terreiro do Paço, tivesse fundamento para esperar a restauração da pátria, vendo morto quem o tiranizava. Era o infeliz homem por sua maldade tão aborrecido de todos, que este miserável espectáculo e lastimoso milagre da fortuna, em vez de enternecer, provocou a ira, e excitou a cólera dos circunstantes, de tal modo, que como se houvera ali ainda que matar, concorreram todos ao precipitado cadáver, e competindo sobre quem seria o primeiro no rigor, e sobre quem lhe faria a maior afronta, executaram nele vários e estupendos modos de inclemência: um lhe tirava os olhos, outro lhe arrancava a barba: este a coices despedaçando-lhe o rosto o fazia mais enorme: aquele despojando-o do vestido; mostrava aos cães, e às aves o mantimento que a fortuna ali lhe oferecia: dentre a vingativa plebe, saiu furioso um Mouro que havia sido seu cativo, e sentado no seu peito, dizendo-lhe temerárias injúrias, causou riso geral, e deu entretenimento grande ao auditório.

Ficou desta maneira o triste corpo largado ao cego ímpeto da plebe, e não havia já parte alguma em todo aquele horizonte, donde o belicoso estrépito não soasse. Descomposta, colérica, assombrada, e meia fora de uma das janelas do Paço, que cai sobre as portas da Capela, gritava a infelicíssima Infanta de Sabóia, pedindo socorro, e procurando em vão com lágrimas mover os ânimos, e pôr obstáculo à Lusitana ira; que discorrendo impaciente de alma em alma, já não acharia impedimento mais que na poderosa mão do Criador do mundo. Subiram logo Dom Antão de Almada, Dom Luiz de Almada seu Filho, António de Saldanha, Governador da Torre de Belém com outros muitos, àquela mesma sala, de donde a afligida Senhora sair queria, com ânimo de ver se a Majestade de seu aspecto, era bastante a suspender o horríssono tumulto, e como com a pressa, que pedia um tão rigoroso aperto, se arremessava já a porta para descer abaixo, e ver logrado seu desejo, impediram-lhe o passo todos estes Senhores, não coléricos, mas acautelados e com o respeito que a uma Infanta descendente del-Rei Dom Manoel era bem que se guardasse. Porém ela fez muitas instâncias por ver se podia encaminhar o Reino para a sua antiga sujeição. O que está feito, Senhores, até aqui (disse sem poder tomar alento) se não foi acertado, contudo se desculpa com as insolências desse injusto ministro, que hoje pagou seus erros com a vida. Não passe o furor adiante: el-Rei de Espanha tem grande coração: Eu me ofereço a acabar com ele, não somente que perdoe esta desordem, mas que a repute por merecimento senão se levar a cabo. Ia discorrendo com estas, e outras razões semelhantes, e buscando com os olhos a descida, parecendo-lhe que ainda poderia ser de algum efeito; mas estes Fidalgos primeiro corteses, depois severos, fizeram que se recolhesse. Dom Antão de Almada não quis deixar aquela instância, porque esta Senhora não saísse, e fosse causa de alguma perturbação. Dom Luiz de Almada, Dom João da Costa,  Dom Rodrigo de Menezes, Dom António de Menezes com os mais que ali se acharam, vieram meter-se na galharda tropa, que já triunfante pelo Terreiro do Paço ia repetindo o glorioso nome del-Rei nosso Senhor. Logo entrando violentamente pelos ouvidos de todos, se derramaram pela Cidade os rumores das armas, e os ecos desta feliz aclamação; e como em semelhantes alterações, sempre o medo representa perigos, desordens, estragos, ruína, muitos parecendo-lhe que o mundo se acabava, se recolheram nas casas, e nas Igrejas, fechando portas, e procurando meios de escapar: e não foi este receio fora de razão, porque nem o governo, nem a fortuna estava para se presumir outra coisa: Uns porque tinham notícia do que se havia preparado; outros porque o desejo de saber o que aquilo era os comovia; e outros porque o valor natural os assegurava do perigo, saíram, e concorrendo todos ao Terreiro do Paço se meteram com os mais. Aqui não somente unidos os corações, mas reduzidos os anélitos de todos a um sonoro acento, voou pelos ares uma voz articulada por infinitas bocas, a qual publicou a toda a Cidade, a todo o Reino, e a todo o mundo, a maravilhosa restauração de Portugal; sem que fosse necessário, que se tocasse o sino da Igreja maior, como o dia de antes ficava prevenido.

Desta maneira se foram dividindo em tropas, uns aos Lugares mais frequentados da Cidade para convocar o povo, outros ao Tribunal da Casa da Suplicação, para manifestar o admirável sucesso aos ministros supremos da justiça: outros ao Limoeiro, e a todas as mais cadeias públicas, donde abrindo as portas, que para muitos estavam fechadas sem razão, libertaram a todos os presos; porque em um dia tão venturoso, em que o Reino de Portugal saía do cativeiro, não era justo, que houvesse algum Português a quem faltasse a liberdade. Outros foram a Casa do Ilustríssimo Senhor D. Rodrigo da Cunha Arcebispo de Lisboa, a exortá-lo a que saísse a autorizar este acto, e ainda que ele movido da sua natural modéstia, não ousava aparecer, o fizeram sair a pé, com a Cruz alçada, acompanhado da maior parte do Clero: vieram com ele para o Senado da Câmara, ao mesmo tempo que o povo assistia ao pé das escadas da Igreja da Sé, ouvindo ao Padre Nicolau da Maia, o qual subido no último degrau, com um crucifixo na mão esquerda, e uma espada na direita, lhe dizia estas palavras: Uniram-se os nobres deste Reino, e deliberaram-se a desatar o jugo, debaixo do qual, há sessenta anos que todos padecemos: tem já tirado a vida ao Secretário Miguel de Vasconcellos e aclamado por Rei, ao Duque de Bragança; agora falta que com a solenidade costumada, arvoremos todos a bandeira da Cidade e vamos pelas praças, e pelas ruas aclamando o novo Rei, em quem nosso Senhor quer reformar a atenuada linha dos Monarcas de Portugal. Ia prosseguindo a prática, porém veio de improviso um grande número de gente, e cresceu o aperto de maneira, que foi forçoso que a maior parte despejasse aquele sitio, e logo se foram os mais dos que ali estavam por detrás da Igreja de S. António, e achando a porta do Senado da Câmara fechada, bateram, e fizeram grandes diligências, porque lhe abrissem, quando chegaram os Fidalgos, que vinham com o Senhor Arcebispo de Lisboa, e disseram em voz alta ao Conde de Cantanhede, que era o Presidente, e aos mais ministros, que abrissem a porta e deixassem entrar a nobreza e o povo, para tirarem a bandeira, e irem com ela pela Cidade aclamando por Rei ao Duque de Bragança. Houve nisso alguma demora, até que Luiz de Gouveia Mialheiro abriu a porta, e entregaram a bandeira a Dom Álvaro de Abranches, o qual se pôs logo a cavalo, e veio com todo aquele acompanhamento descendo para a Sé, e tanto que chegou à porta de S. António, começou o povo todo inquieto e descomposto a gritar, dizendo que uma imagem de nosso Senhor Jesus Cristo, que estava cravada na Cruz, que ia diante do Senhor Arcebispo, não somente havia despregado a mão direita, mas que também a havia dobrado, como que queria botar a bênção a tudo o que estava feito, foi visto e admirado este peregrino acontecimento, e reconhecido por milagre, se resolveram todos em que a obra era de Deus, e vieram por várias ruas, até que chegaram ao Terreiro do Paço, ao mesmo tempo que por várias partes vinham seguidos de muito povo, Martim Afonso de Mello, Tristão de Mendonça, seu Filho Henrique de Mendonça, Luiz de Mello, Porteiro-mor, e seu Filho Manoel de Mello, Dom António da Costa, Dom Thomás de Noronha e seu irmão Dom Francisco de Norooha, Francisco Brandão, Luís Alves da Cunha. e seu Filho Duarte da Cunha, Dom Paulo da Gama, Dom Francisco de Souza, Dom António de Alcáçova, Tomé de Souza, e seu Irmão o lnquisidor Diogo de Souza, Gonçalo de Tavares e Távora, o Inquisidor Pantalião Rodrigues Pacheco, Manoel Velho, Ruy de Figueiredo, e seu lrmão Luis Gomes de Figueiredo, Luis de Mendonça, Francisco de Mello Magalhães, e Luis de Brito Freire. Os quais depois de se acharem em todas as ocasiões, que nesta manhã houve, andaram divididos por toda a Cidade, aclamando a el-Rei Nosso Senhor, e com a gente que tinham convocado, vieram acrescentar o luzido acompanhamento, com que o Senhor Arcebispo ia andando para o Paço. Chegou neste tempo, com um montante nas mãos, acompanhado de quatro Filhos, e de alguns amigos, e criados, Miguel Maldonado, o qual não veio mais cedo, porque o Doutor João Pinto Ribeiro, dando-lhe conta da carta del-Rei nosso Senhor, em seu nome lhe encomendou, que esperasse aquela manhã em casa, e que tanto que ouvisse a nova, começasse a aclamação desde o distrito dos Anjos (que é o seu bairro) até o Terreiro do Paço, o que ele havia já feito, na forma que lhe estava encomendado.

Entraram no Paço todos com grandíssima alegria, e logo elegidos pelo Clero, pela nobreza, e pelo povo, em nome del-Rei Nosso Senhor como seus governadores, tomaram posse da Cadeira Real, o Senhor Arcebispo de Lisboa, o Presidente da Câmara, e o Presidente do Paço.

Mandaram logo Pero de Mendonça, e Jorge de Mello, levar a nova a el-Rei nosso Senhor, e com grande pressa despacharam Correios a todas as terras do Alentejo, do Algarve, dentre Douro e Minho, e da Beira com aviso de tudo o que passava, e ordem para que seguissem o exemplo da Cidade de Lisboa. Depois de urna terrível tempestade descansa o mar, assentam-se as áreas, emudecem-se os ventos, abre-se o Céu, aparece o Sol, desfaz-se a névoa, converte-se o que antes era horror, em serenidade, e tornam alegres a romper as águas, todas as embarcações, que fugindo das ondas se haviam recolhido em várias enseadas: desta maneira se suspendeu de improviso aquela espantosa e nunca vista inquietação: embainharam-se as espadas, desapareceram quantas armas de fogo, em esta ocasião se dispararam, aplacou-se a ira, cessaram os gritos, acabou-se o estrondo, e saíram a praça alegres, seguros, e agradecidos à fortuna, todos aqueles que por escaparem do tumulto, se recolheram nas Igrejas e nas casas; tornando cada um deles a tomar posse de tudo o que deixara exposto à fúria popular, sem haver furto nem dano, nem a menor razão de queixa ficou a Cidade quieta, o tirano castigado, o jugo sacudido, acabadas as vexações, a Pátria livre, os governadores em seu Trono e o muito esclarecido Duque de Bragança, com felicíssimo auspício aclamado, restituído, e venerado, por Monarca do Reino, que a fortuna lhe devia há tantos anos, em que o Céu lhe dê tantas prosperidades, que no poder, no governo, na grandeza, no decoro, na faina, nas virtudes, e na duração exceda a quantos Impérios a memória soleniza.

 

 

L I S T A

dos Fidalgos, que se acharam na feliz Aclamação do Senhor Rei D. João IV, e restituição que se lhe fez deste Reino de Portugal.

 

 

D. Miguel de Almeida (1)

D. Antão Almada (2)

Jorge de Mello (3)

Pero de Mendonça (4)

D. António Mascarenhas (5)

O Doutor João Pinto Ribeiro (6)

D. António Tello (7)

D. Gastão Coutinho (8)

D. Luiz de Almada (9)

D. Álvaro de Abranches (10)

D. Affonso de Menezes (11)

D. António Luiz de Menezes (12)

D. Rodrigo de Menezes (13)

D. João da Costa (14)

D. António da Costa (15)

D. António de Alcáçova (16)

D. João de Sá e Menezes, Camareiro-Mor (17)

João Rodrigues de Sá (18)

António de Saldanha (19)

Ayres de Saldanha (20)

João de Saldanha de Sousa (21)

João de Saldanha da Gama (22)

António de Saldanha, seu Irmão (23)

Bartholomeu de Saldanha, seu Irmão (24)

Sancho Dias de Saldanha (25)

O Conde da Touguia (26)

D. Francisco Coutinho, seu Irmão (27)

D. Vasco Coutinho (28)

Martim Affonso de Mello (29)

Luiz de Mello, Porteiro-Mor (30)

Manoel de Mello, seu Filho (31)

Francisco de Mello e Torres (32)

António de Mello e Castro (33)

D. João Pereira, Prior de S. Nicolau (34)

Fernão Telles da Silva (35)

António Telles da Silva (36)

D. Fernando Telles, de Faro (37)

D. António da Cunha (38)

Tristão da Cunha de Ataíde (39)

Luiz da Cunha de Ataíde e Mello, seu Filho

Nuno da Cunha, seu Filho (40)

Estevão da Cunha, Deputado do Santo Oficio (41)

Luiz da Cunha, Neto de D. Antão de Almada (42)

Luiz Alvares da Cunha (43)

Duarte da Cunha, seu Filho

Tristão de Mendonca (44)

Henrique de Mendonça, seu Filho (45)

Luiz de Mendonça, Filho de Pero de Mendonça (46)

D. Manoel Childe Rolim (47)

D. Francisco de Sousa (48)

Thomé de Sousa (49)

D. Paulo da Gama (50)

D.    Thomás de Noronha (51)

D. Francisco de Noronha, seu Irmão

D. Carlos de Noronha (52)

Miguel Maldonado (53)

   Gaspar Maldonado

   Vicente Soares Maldonado

   Francisco Maldonado

   Sebastião Maldonado, seus Filhos.

Gonçalo de Tavares e Távora (54)

O Alcaide-Mor de Cintra, Gil Vaz Lobo (55)

Ruy de Figueiredo (56)

Luiz de Figueiredo, seu Irmão

Gaspar de Brito Freire (57)

Luiz de Brito Freire, seu Filho

Manoel Velho (58)

Francisco Brandão (59)

Francisco Freire Brandão

Francisco de Sampayo (60)

 

 

LISTA DOS NOBRES

 

O Padre Nicolau da Maia

O Capitão Marcos António de Azevedo (61)

O Capitão Vasco Coutinho de Azevedo, seu Irmão

Francisco de Vasconcellos

Luiz de Loureiro, Informador de Mazagão

O Capitão Jordão de Barros de Sousa

António do Rego Beliago.

João do Rego Beliago, seu Filho

António Figueira da Maia

O Padre Bernardo da Costa

O Alferes Marcos Leitão de Lima

O Licenciado Gabriel da Costa, quartanário da Sé

Manoel da Costa, seu Irmão

Paulo de Sá

O Capitão Diogo Penteado

Manoel de Novaes Carvalho.

Manoel de Azevedo

João da Silva do Valle

Miguel da Silva

Gregório da Costa.

O Alferes Francisco de Távora

Gonçalo de Sampayo

O Alferes Manoel de Sampayo.

Gaspar de Tovar

Pedro de Abreu

Simão Corrêa da Cunha

Luiz Alves Banha

Bento da Motta Gusmão

Affonso Mendes

Luiz Godinho, Escrivão do Pescado

O Capitão António Franco de Lima

Alberto Raposo

Paulo de Moura

João Ribeiro

O Licenciado Gaspar Clemente

 

 

1 - Filho de D. Diogo de Almeida, Governador de Diu. Foi Conde de Abrantes, Conselheiro de Estado, e Vedor da Fazenda.

2 - Filho de D. Lourenço Soares de Almada. Foi Governador da Cidade, e primeiro Embaixador à Corte de Inglaterra.

3 - Filho de Manoel de Mello Monteiro-Mor do Reino. Foi General das Galés, e Conselheiro de Guerra.

4 – Alcaide-Mor de Mourão, era filho de Francisco de Mendonça, Capitão de Mazagão. Foi Guarda-Mor del-Rei em ausência do Conde de Villa-Nova, Proprietário deste emprego, o qual se achava retido em Espanha.

5 - Filho de D. Nuno Mascarenhas, Conde da Azinhaga, Alcaide-Mor de Castelo de Vide, Niza, Castelo Novo e Senhor de Palma. Foi Comendador dos Maninhos na Ordem de Cristo.

6 - Foi depois Desembargador do Paço, Contador-Mor do Reino, Guarda-Mor da Torre do Tombo e ultimamente Enviado à Corte de Roma ao Papa Inocêncio XI.

7 – Chamaram-lhe o Queirós: era filho de D. Francisco Tello de Menezes, Governador de S. Tomé. Foi Capitão-Mor das Naus da Índia.

8 - Filho de D. Henrique Coutinho, Comendador de Caldelas. Foi Governador da Província do Minho, e Conselheiro de Guerra.

9 - Filho de D. Antão de Almada: serviu na guerra.

10 - Filho de Francisco Coutinho da Câmara. Foi General da Província do Minho, e Conselheiro de Guerra.

11 - Filho de D. Fradique de Menezes, Senhor da Ponte da Barca. Foi Mestre sala do Senhor Rei D. João IV.

12 - Filho de D. Pedro de Menezes, segundo Conde de Cantanhede. Foi 3.º Conde do mesmo Titulo: Primeiro Marquês de Marialva, Conselheiro de Estado e Guerra, Vedor da Fazenda, Governador das Armas do Alentejo, Capitão General do exército da Estremadura, e ultimamente foi um dos Plenipotenciários da paz.

13 - Filho também de D. Pedro de Menezes, Conde de Cantanhede. Foi Desembargador do Paço, Regedor das Justiças, Presidente do Desembargo do Paço, Estribeiro-Mor do Príncipe D. Theodozio, e seu Camarista.

14 - Filho de D. Gil Eanes da Costa. Alcaide- Mor de Castro Marim. Foi o primeiro Conde de Soure, Governador das Armas do Alentejo, General da Cavalaria, e Embaixador extraordinário a Luis IV., de França,

15 - Filho de D. Álvaro da Costa, serviu na guerra da Aclamação em diferentes postos.

16 - Filho de D. Pedro de Alcáçova, Alcaide-Mor de Campo Maior. Passou a servir na Índia e foi Capitão do Norte.

17 - Filho de Francisco de Sá e Menezes, segundo Conde de Penaguião. Foi terceiro Conde do mesmo Título, Camareiro-Mor dos Senhores Reis D. João IV., e D. Afonso VI, do Conselho d’Estado e Guerra; e Embaixador extraordinário a Inglaterra.

18 - Filho de Francisco de Sá e Menezes, Comendador, e Alcaide-Mor de Sines.

19 - Filho de João de Saldanha, o Abade, Comendador de S. Martinho de Santarém. Foi Alcaide—Mor de Vila Real, Capitão-Mor das Naus da Índia, General da Armada que foi restaurar a Ilha Terceira, Governador da Torre de Belém, Conselheiro de Guerra, e Comendador de Serrazes.

20 - Filho de António de Saldanha, o Cativo, Comendador da Sabacheira. Foi Comendador e Alcaide—Mor de Soure; serviu no Alentejo em Mestre de Campo de um Terço de Infantaria, e morreu na batalha de Montijo.

21 - Filho de Fernão de Saldanha, Senhor do Morgado de Barquerena. Foi Mestre de Campo na batalha do Montijo, Tenente General da Cavalaria na Beira, Governador das Armas de Setúbal, e Deputado da Junta dos três Estados.

22 - Filho de Luiz de Saldanha da Gama. Foi Capitão de Cavalos no exercito do Alentejo e foi morto na batalha do Montijo.

23 - Sendo Cónego renunciou à vida Eclesiástica pela militar e achou-se na batalha do Montijo.

24 - Serviu na guerra da Aclamação, e morreu na batalha de Montijo.

25 - Filho de Diogo de Saldanha. Serviu na guerra, em Capitão de Cavalos, e foi morto em um choque com os espanhóis em 1652.

26 - Este foi o Conde D. Jeronymo de Ataide, Filho de D. Luiz de Ataide quinto Conde de Atouguia. Foi Conselheiro de Estado e Guerra, Governador de Trás-os-Montes, e Alentejo, Capitão General da Armada Real, e Presidente da Junta do Comércio.

27 - Serviu na guerra e faleceu em Elvas.

28 - Filho de D. Francisco Coutinho, o Cavaco. Serviu na guerra.

29 - Filho de António de Mello, Alcaide-Mor de Elvas. Foi depois Conde de S. Lourenço, Vedor da Fazenda, Governador das Armas do Alentejo, Conselheiro de Estado, e Camarista do Príncipe D. Theodósio.

30 – Filho de Christóvão de Mello, Porteiro-Mor.

31 – Sucedeu a seu Pai no emprego. Foi Regedor das Justiças e Grão-Prior do Crato.

32 - Filho de Garcia do Mello e Torres, Capitão de Cochim. Foi o primeiro Conde da Ponte e Marquês de Sande, General da Artilharia, Conselheiro de Estado, e Embaixador extraordinário a Inglaterra aonde foi por Conductor da Rainha D. Catarina Infanta de Portugal, quando foi casar com El-Rei Carlos ii.

33 - Filho de Jeronymo de Mello e Castro, e lrmão de Diniz de Mello e Castro, Conde das G alveias. Foi Capitão de Sofala a e um dos mais insignes capitães que serviram no Estado da Índia, de que foi Governador.

34 – Filho de D. Francisco Pereira da Costa da Casa dos Comendadores do Pinheiro.

35 – Filho de D. Luiz da Silva, do Conselho de Estado, Alcaide-Mor de Côa. Foi o primeiro Conde de Villar Maior, Governador da Relação do Porto, Regedor das Justiças, Governador das Armas da Província da Beira, Conselheiro de Estado, e guerra, e Mordomo-Mor da Rainha D. Luiza.

36 – Irmão de Fernão Telles da Silva, Conde de Villar Maior. Foi Capitão-Mor das Naus da Índia, Governador de todo o Estado do Brasil, e Conde de Villa Pouca.

37 – Filho de Brás Telles de Menezes, Senhor e Conde de Lamarosa. Foi General da Província da Beira.

38 – Filho de D. Lourenço da Cunha. Foi Senhor da Tábua, Trinxante da Casa Real, Guarda-Mor da Torre do Tombo, e Deputado da Junta dos três Estados.

39 - Filho de Simão da Cunha de Ataide. Foi Senhor de Povolide.

40- Foi Conde de Pontevel, Presidente do Senado, e acompanhou a Rainha D. Catarina a Inglaterra.

41 - Foi Prior de S. Jorge de Lisboa, Cónego da Sé do Algarve, e Bispo Eleito de Miranda. Filho de Tristão da Cunha, Alcaide-Mór de Terena, Senhor de Gestaçó, e Panoyas.

42 - Filho de Tristão da Cunha Ribeiro, Morgado de Paio Pires. Serviu na guerra, e morreu na batalha do Montijo.

43 - Filho de Duarte da Cunha de Azevedo, Morgado dos Olivais.

44 - Filho de Pedro de Mendonça, Capitão de Chaul. Foi o primeiro Embaixador del-Rei aos Estados de Holanda, e General das Armas Portuguesas.

45 - Foi Comendador de Avanca.

46 - Serviu na guerra no Alentejo. Passou quatro vezes à Índia, duas por Capitão-Mor das Armadas, e depois por General dos Galeões d’alto bordo. Foi Conde do Lavradio, e Vice-Rei da Índia.

47 - Filho de D. Francisco Rollim de Moura, XIV Senhor da Azambuja.

48 - Foi Conde do Prado, primeiro Marquês das Minas, Embaixador extraordinário à Corte de Roma, e Presidente do Conselho de Ultramar.

49 - Filho de Fernão de Sousa, Senhor de Gouveia. Foi Vedor da Casa Real, e Governador de Angola.

50 - Filho de D. Vasco da Gama.

51 - Filho de D. Marcos de Noronha. Foi Conde dos Arcos, Presidente do Conselho de Ultramar, e Camarista do Príncipe D. ‘Theodozio.

52 - Filho de D. António de Menezes, o Constâncio, Alcaide-Mor de Viseu. Foi Presidente da Mesa da Consciência, e Ordens.

53 - Escrivão da Chancelaria-Mor do Reino e Filho de Gaspar Maldonado, que teve o mesmo ofício.

54 - Filho de Francisco Tavares, Senhor de Mira.

55 - Filho de Gomes Freire de Andrade.

56 - Filho de Jorge de Figueiredo, Senhor de Ota.

57 - Filho de Estêvão de Brito Freire.

58 - Filho de Duarte Velho, e irmão de Luiz Velho, Almirante da Armada.

59 - Filho de Carlos Brandão.

60 - Filho de Manoel de Sampayo. Foi Fronteiro-Mor, residindo em Villa-Flor, uma das suas terras na Província de Trás-os-Montes.

61 – Filho de Jorge de Azevedo Coutinho, Comendador de Mata de Lobos.