12-12-2012

 

 

Foram-me aos bolsos!

 

 

08-05-2015  - Quando se instituiu a produção de electricidade por intermédio de unidades de microprodução, pelo Dec-Lei n.º 363/2007, de 2 de Novembro, ninguém pensou em impostos a pagar pelo rendimento. O assunto foi remediado à pressa na Lei do Orçamento para 2008 (Lei n.º 67-A ,de 31-12-1967), isentando de IRS o rendimento anual daquela actividade, quando fosse de montante inferior a 5 000 €. Mas… ficaram de fora as obrigações declarativas até porque as Finanças acrescentaram na declaração de IRS uma linha (Anexo B, quadro 4-A, linha 423) para declarar o rendimento. Consequências: coimas pela não apresentação da declaração de início da actividade industrial e pela não declaração do rendimento para efeitos de IRS em anos sucessivos… apesar da isenção.

Ora bastava acrescentar na norma da isenção “sendo dispensados de toda e qualquer obrigação declarativa”, para ter ficado resolvido esse problema.

Outra solução seria dar agora um prazo para apresentar as declarações sem as coimas. Afinal, o Estado nada perdeu.

 

 

 

10-3-2015  - Sem bichas - Revalidar a carta de condução - Peça o atestado ao seu médico de família. Vá à Escola de Condução Colombo e faça a coisa em 5 minutos: têm uma plataforma ligada ao IMTT, tal e qual como na Loja do Cidadão, paga 35 €. Já não é preciso o pedido de revalidação ( e os Serviços não dizem isso na Internet como deveriam).

 

 

24-1-2015 - Em 1990, uns sonhadores levaram o Governo a implementar um acordo ortográfico, com a esperança de levar os brasileiros a ler e comprar livros portugueses e evitar que o brasileiro venha a ser consagrado como língua diferente do português. Não tiveram sorte nenhuma, porque o Acordo ficou limitado ao rectângulo lusitano.

Infelizmente o Ministério da Educação tornou o Acordo obrigatório nas escolas, os editores tinham interesse nele e os jornais seguiram a onda.

Felizmente o Microsoft Word manteve até agora a opção Pre-reform nas correcções. Por isso, e porque já não terei muitos anos de vida, continuarei sempre a escrever sem ter em consideração o acordo ortográfico.

Hoje, queria sugerir/pedir uma coisa que o acordo permite: A palavra “ruptura”, com o acordo ficou rutura, coisa feia que muito me enerva. Tanto mais que existe a palavra “rotura”, versão mais portuguesa da mesma palavra e que não acho tão feia. Então, por favor, escrevam “rotura”, que é a mesma coisa mas esteticamente é melhor.

 

 

 

31-12-2013 - Tenho de confessar que tenho algumas reservas em relação ao Papa Francisco. Durante séculos, a Igreja Católica acumulou dogmas e mistérios em que manda acreditar sem explicar (não há explicação possível) e regras contra a Natureza, como o celibato dos padres e a exclusão das mulheres de ministros do altar. São quase-absurdos que o Papa não estará autorizado a mudar.

Mas no dia 13 de Outubro de 2013 exprimiu uma opinião que eu subscrevo e é mais que oportuna. E foi que as três palavras necessárias para a sã convivência são “Permesso, grazie, scusa”. Aí, estou inteiramente de acordo. “Dá-me licença, Obrigado, Desculpa”, eis as palavras que é preciso estar sempre a dizer. Conheço imensa gente que parece incapaz de as pronunciar. Se são apanhadas em falta, em vez de pedir desculpa, espetam a primeira mentira que lhes vem à cabeça. Uma mocinha estrangeira que era amiga, e tinha esquecido de agradecer um favor que me pedira, foi incapaz de pedir desculpa do esquecimento; em vez disso, comprou no Aeroporto uns presentes para me trazer. Como é evidente, não lhe perdoei, os presentes não podem substituir o pedido de desculpa.

O Papa Francisco subiu bastante na minha consideração.

 

 

 

31-12-2013 - No campo da política, falou-se há dias de programar a comemoração dos 40 anos do 25 de Abril. Estou curioso de ver a posição sobre o assunto do maior partido do poder que, com toda a evidência, tem a maior reserva sobre a chamada “Revolução dos cravos”. Na realidade, esse partido tem considerado como comunistas todos os que antes do 25 de Abril se manifestavam em oposição ao Governo de então. Parece até que, para eles, o regime ideal não seria a Democracia, mas sim uma espécie de salazarismo sem Salazar, sendo todos os seus primeiros ministros candidatos a ditadorezinhos.

Não são os únicos saudosos daqueles tempos. Por exemplo, a Universidade em certos campos, está ainda nos tempos de antes do 25 de Abril. Há temas, cujo estudo ainda não saiu das peias que então os bloqueavam. Por exemplo, a Inquisição, a Escravatura e a História da Colonização Portuguesa, continuam a ser estudadas tal e qual como dantes.

Dizem: “A Inquisição é ainda o Tribunal da Religião Católica, uma instituição com alguns méritos (!) e alguns benefícios, como por exemplo, o de ter evitado que o protestantismo entrasse em Portugal. Era uma maneira de defender a pureza da Religião Católica, embora com alguns exageros (!)”.

Ainda não se regressou à correcta perspectiva do séc. XIX e início do séc. XX, que é tratar a Inquisição como uma instituição fundamentalmente perversa, que, pelo menos no que se refere aos cristãos novos, nada tinha a ver com Religião, mas era somente exercício do poder, baseado no ódio racial.

A última tese de jeito sobre a escravatura em Angola foi a de Celme Coelho da Cruz, O tráfico negreiro da "Costa de Angola": subsídios para a sua história: 1580 - 1640, Lisboa, 1966, Tese de Licenciatura apresentada à Faculdade de Letras de Lisboa (dactilografada), que nunca foi publicada.

Na História da Colonização, nem sequer existem nas nossas bibliotecas os textos dos missionários italianos que durante 300 anos estiveram no Norte de Angola.

 

 

 

 

 

10-10-2013 - Há muitos anos, fui à Turquia, em serviço. Uma coisa que me chamou à atenção foi o seguinte: nos mictórios das casas de banho, estava pendurado à entrada um rolo de papel higiénico; cada homem que entrava, tirava uma folhinha do rolo para depois limpar a ponta da pila no fim do serviço. Não estava nada mal pensado, não acham? O Nunes dos Reis lembra-se disso, com certeza.

 

 

 

16-09-2013 - O Dr. António Costa, estrela ascendente do PS, tem algumas ideias com que não vou muito à bola. Uma delas é o ódio aos carros na cidade de Lisboa (pudera! ele anda de motorista!). Fez subir as tarifas da EMEL, estendeu os estacionamentos pagos a toda a Cidade Universitária e, por último, fez desaparecer os automóveis da frente da Reitoria.  No local do parque, pôs lá uma eira, que não sei bem para que é que serve. Talvez ele saiba. Não concordo, porém, com o facto de porem em tradução portuguesa, o dito de André de Resende em 1534 que, na minha opinião, ficaria muito melhor no original, em Latim:

 

A vós cabe conseguir, com cuidado e trabalho fiéis, que a Universidade de Lisboa se torne não menos celebrada, no mundo, do que a própria cidade.

 

Vestrum est fideli cura, et labore pervincere, ut Olisiponense gymnasium non minus quam urbs ipsa ubique terrarum fama celebretur.

 

Oratio pro rostris, 1534.

 

 

 

14-03-2013 - Fui hoje entregar o pedido de revalidação da carta de condução (aos 70 anos). Ainda estou para saber a utilidade desta trabalheira, agora de 2 em 2 anos… O marido da minha empregada recomendou-me que fosse à Escola de Condução X. onde pagava 40 € e eles me tratavam de tudo. Mas eu sou teimoso, detesto sanguessugas, e quero saber o que o público em geral tem de sofrer. Por isso, às 8 e 10, estava na bicha da Loja do Cidadão nas Laranjeiras, cheio de frio. Espero ainda para ver as consequências, eu que ainda me não constipei este ano. A bicha tinha já uns bons 150 m. Fiquei em n.º 26, o que deu para ter de esperar mais de uma hora. Constatei que as instruções na Internet estão desactualizadas, mas a funcionária remediou o caso com um corrector. Perguntei-lhe quem é que emite o Cartão de Cidadão e ela disse-me que não sabia; eu também não, e por isso o impresso foi com esse campo em branco.

Muito sofre o cidadão a aturar burocracias.

 

 

 

09-01-2013 - Máquinas registadoras mecânicas não são convertíveis em electrónicas. De uma penada, o Ministério das Finanças deitou para o lixo milhares de máquinas registadoras mecânicas: pensam que estamos num país muito rico?

 

 

 

12-12-2012 - Um dia destes, a Embaixada de Itália tem de protestar contra os restaurantes de Lisboa que se dizem “italianos” e só degradam tal qualificação!

Num destes, não havia manjericão, quando ele devia vir com o tomate

Noutro, aqueceram o prato de pasta (“penne”) no micro-ondas – devia vir já do dia anterior!

Noutro ainda, o “spaghetti con frutti di mare” era feito com conserva dos ditos!

Por acaso, ainda não me aconteceu o que se passou com meu filho, também num "italiano": o “pesto”, era feito com couves em vez de manjericão!